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5 séries com personagens transgênero para você acompanhar


Ontem, 29 de janeiro, foi Dia Nacional da Visibilidade Trans. E como a mídia tem papel importante na representação e humanização das pessoas, aqui vão 5 séries para entender o que é ser uma pessoa transgênero

Ontem, 29 de janeiro, foi o Dia Nacional da Visibilidade Trans, data comemorada desde 2004, quando ativistas transexuais participaram da primeira campanha contra a transfobia no Brasil. Feita por pessoas trans, a iniciativa pedia respeito a essa população.

Em 2016, 12 anos depois, os obstáculos enfrentados pelas pessoas trans continuam os mesmos: a luta por respeito à identidade de gênero, acesso aos tratamentos hormonais e cirúrgicos e respeito à sua própria humanidade, já que não é difícil vermos essas pessoas sendo referidas pelos pronomes errados, fora das escolas, do mercado de trabalho e da sociedade, sendo tratados como cidadãos de segunda classe.

Atualmente, o Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo, segundo uma pesquisa da organização não governamental (ONG) Transgender Europe (TGEU). Some isso ao fato de 90% das mulheres trans estarem trabalhando na prostituição e uma expectativa de vida em torno dos 35 anos (enquanto a média brasileira é de 73 anos), e temos a certeza de que fechamos os olhos a esse grupo que vive à margem da sociedade.

A mídia desempenha um papel na humanização das pessoas trans, dando visibilidade às suas causas, além de criar referenciais positivos para essas pessoas, que ainda não se veem representadas, como os outros membros da comunidade LGBT, nas novelas e filmes, por exemplo.

Entretanto, recentemente, as pessoas trans têm ganhado uma certa visibilidade nas séries televisivas, estando presentes em produções de grande sucesso, o que tem possibilitado um novo olhar sobre esse grupo, que ainda luta por direitos básicos. Até agora, personagens trans são muito poucos, sendo ainda mais difícil encontrar atores e atrizes trans interpretando suas próprias histórias, como são os casos do filme “A Garota Dinamarquesa” e do seriado “Transparent”, cujas obras contam histórias de mulheres trans, mas não deram a elas a oportunidade do protagonismo.

Isso não desmerece o trabalho dos atores envolvidos, mas, quando se trata de uma população que vive nas ruas, vê-las atuando é importante. E como bem sabemos, representatividade importa.

Dito isso, se você quiser aprender mais sobre o que é ser uma pessoa trans, aqui vão cinco séries que você precisa acompanhar:

“Orange Is The New Black”

Em “Orange Is The New Black” conhecemos Sophia Burset, personagem da atriz e ativista transexual Laverne Cox. A série da Netflix já é um exemplo positivo de representação feminina, por conter um elenco composto por mulheres diferentes e ainda possuir uma personagem trans. E assim como todas as outras detentas da penitenciária de Lichfield, Sophia também tem suas próprias questões e sua própria história, não sendo apenas só mais uma personagem na trama.

Você pode assistir a série toda no Netflix, que já conta com três temporadas e quarta estreia em junho deste ano.

“Sense8”

Outra série da Netflix, “Sense8” traz Nomi, uma hacker transexual vivida pela atriz Jamie Clayton, também transexual. No seriado, ela é uma das personagens centrais e divide com eles uma estranha conexão mental e emocional, que possibilita ouvirem, se comunicarem e ainda se apossarem de conhecimentos e habilidades dos outros. Em “Sense8”, Nomi também namora uma mulher cisgênero (pessoa que se identifica com o gênero designado ao nascer), Amanita (Freema Agyeman). Não é sempre que vemos em séries e filmes pessoas trans em um relacionamento, portanto, esse é mais um ponto positivo para o seriado.

Você também pode assistir a todos os episódios na Netflix. Em 2016, a produção ganhará uma segunda temporada.

“Transparent”

“Transparent” é uma produção original da Amazon, cuja trama é centrada em Maura Pfefferman (Jeffrey Tambor), uma mulher que viveu toda sua vida se identificando como um homem, mas é chegada a hora de externar quem sempre foi, o que mexe com a dinâmica familiar. É uma história comovente, que já rendeu vários prêmios para a série criada por Jill Solloway, inclusive ‘Melhor Ator’ para Jeffrey Tambor no Globo de Ouro e no Emmy Awards do ano passado.

“Transparent” possui duas temporadas e foi renovada para uma terceira.

“I Am Cait”

“I Am Cait” é uma série que documenta a transição de Caitlyn Jenner. Exibida pelo canal E!, a atração traz a ex-atleta olímpica aprendendo o que é ser transgênero, ao mesmo tempo em que educa sua audiência sobre as questões e dificuldades enfrentadas pelo grupo “T” da comunidade LGBT.

Embora, Caitlyn cometa alguns deslizes (dentro e fora das câmeras), é um seriado que apresenta diversas pessoas trans, com histórias e origens variadas, e todas dispostas a fazer com que o público e a própria Jenner entendam que, embora ela tenha sido bem aceita na mídia e pelo público, essa não é a realidade da maioria dessa comunidade, que não possui os mesmos privilégios de Caitlyn.

A série “I Am Cait” já teve uma temporada e a segunda começa a ser exibida nos Estados Unidos em março deste ano.

“I Am Jazz”

Na mídia, em geral, quando vemos histórias de pessoas LGBT, nós as conhecemos quando são representadas por adultos, dando uma perspectiva errada, até certo ponto, de que foi tudo fácil durante a adolescência, quando sabemos que é nesse período da vida que se dão diversas questões envolvendo nossas identidades.

É por isso que “I Am Jazz” é importante, porque foca na vida da jovem transgênero Jazz Jennings, uma menina que sempre teve a sorte de contar com o apoio dos pais e tem a sua vida retratada no reality show que leva seu nome. Todos os dramas e as alegrias da adolescência são exibidos na atração.

Mesmo nova, ela já escreveu um livro em que detalha sua vida enquanto uma menina transgênero. Em 2014, ela foi eleita uma dos “25 jovens mais influentes do mundo” pela revista TIME. Jazz é ainda rosto de uma campanha da Clean & Clear, a qual incentiva meninos e meninas a serem quem são de verdade.

“I Am Jazz” estreou no canal Discovery Home & Health em novembro do ano passado.

Por Artur Francischi, do Prosa Livre


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