Alô, alô, seu Chacrinha! Preta Gil está com tudo e não está prosa! No próximo domingo, às 8 horas, Preta leva o famoso Bloco da Preta à Rua Primeiro de Março, no Rio de Janeiro, em homenagem ao centenário do Velho Guerreiro, fenômeno da nossa televisão brasileira.
“Eu era muito pequenininha quando conheci Chacrinha, tinha uns 8 anos. Lembro que ia ao programa dele com meu pai, minha madrinha Gal (Costa) ou com meu tio Caetano (Veloso)… Amava aqueles bastidores. Ali, aprendi a ter um olhar democrático para a música popular. Hoje, eu me considero uma chacrete!”.
No dia 24, a folia chega a Salvador para celebrar os 19 anos do Expresso 2222. O Bloco da Preta 2222 será um tributo ao pai Gilberto Gil, no Circuito Barra-Ondina a partir das 20h30. Após 15 anos de carreira e 8 Blocos da Preta no Rio, a carioca de alma baiana estenderá seu “suingue sangue bom”, pela primeira vez, à capital baiana.
“Tenho 42 anos de carnaval na Bahia, vi a axé music nascer ao mesmo tempo que via a Banda de Ipanema passar na porta de casa. Essas duas culturas são muito fortes pra mim. Chego na hora certa, me sinto preparada (…) Minha questão maior é com a emoção. O Bloco da Preta 2222 é uma homenagem ao meu pai e a tudo o que ele fez e faz pela cultura desse país”.
Preta ainda mudou a sua postura e parou de se rotular. Recentemente, a cantora estampou a capa da revista Cosmopolitan sem photoshop algum! Aquele papo de “total flex”, de gostar de homem e de mulher, agora está fora de questão.
“Tudo o que eu fiz na vida serviu para eu crescer e amadurecer. Hoje, sou uma mulher casada, feliz, realizada, avó… O que eu fui, fui! O que importa agora é o que eu sou”.
E, como é um barato o Cassino da Pretinha, nada será censurado. Além do seu recém lançado hit “Eu Quero E Você Quer”, a cantora promete revisitar sucessos do passado, inclusive as marchinhas consideradas hoje como politicamente incorretas, como “Maria Sapatão”, “Cabeleira do Zezé” e “Mulata Bossa Nova”.
“Essas músicas não têm cunho preconceituoso, homofóbico nem agressivo. Não vou deixar de cantar toda e qualquer marchinha, não acredito nesse tipo de censura. Sei que esses movimentos têm legitimidade, mas acho o exagero complicado. Temos que prestar atenção em letras com teor de violência, que são mais machistas e preconceituosas do que as marchinhas de carnaval”.
Por Rebeca Dantas