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Em detalhes: o show maravilhoso de David Gilmour no Allianz Parque


David Gilmour realizou o sonho de milhares de fãs, confira a resenha detalhada da apresentação do dia 12 de dezembro no Allianz Parque em São Paulo

Um show que milhares de pessoas esperavam, ouvir Pink Floyd no Brasil, claro que não esquecemos as várias passagens de Roger Waters pelo país, mas ainda faltava aquele toque de uma Fender que só David Gilmour consegue transmitir em seus solos. E desde a primeira publicação sobre o show, o alvoroço que teve em todas as famílias que têm um fã de Pink Floyd foi gigantesco.

E neste último dia 12, todo o entorno do estádio foi sendo tomado desde as primeiras horas do dia, seja para trocar o ingresso ou para garantir um bom lugar no setor adquirido. O aquecimento nos bares da região e a ansiedade só ia aumentando, e era nítido em cada semblante presente no Estádio do Palmeiras.

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Fotos: Francisco Cepeda/Agnews/Midiorama/Divulgação

Quando a iluminação do estádio se apagou e uma forte luz azul tomou todo o palco ao primeiro acorde de Gilmour, naquele timbre único somado com seu feeling. Tivemos um pequeno solo dedilhado, que na verdade é a faixa “5.A.M”, só valorizou ainda mais a faixa título de seu mais recente álbum Rattle that Lock que ao vivo possui um peso a mais, ficando bem parecida com o que o Pink Floyd estaria fazendo hoje em dia.

Um momento bem interessante, já no início, foi ver aparecer no telão perfeito (e único!!!) o mapa da America Latina com a cidade de São Paulo sendo identificada com uma estrela ao som mágico de “Faces of Stone”.

Chegava finalmente a hora da primeira faixa de sua ex-banda com “Wish You Were Here” e foi descomunal, uma coisa linda! Todos que estavam perto de onde me posicionei sussurravam ou cantavam a letra e finalmente o telão foi ligado para que víssemos os músicos tocando.  Que balada clássica do rock! Até comentamos quantos filhos foram feitos com essa trilha sonora, e depois quantos não deviam estar presentes junto com seus pais neste show.

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Fotos: Francisco Cepeda/Agnews/Midiorama/Divulgação

David Gilmour cumprimenta a todos e inicia “A Boat Lies Waiting” numa balada mais densa, presente no Rattle that Lock . O palco todo em azul, para representar a introspectiva “The Blue”, onde Gilmour sobrou solando com sua Fender preta customizada e aparecendo no telão apenas suas mãos atuando no símbolo máximo do rock. Genial!!!!

“Money” explodiu a galera, principalmente quando apareceu o saxofonista João de Macedo Mello e no solo a explosão do público foi tamanha, parecia um gol, uma vez que estávamos na casa do atual campeão da Copa do Brasil. Sem pausa para respiro, outro clássico “Us and Then”, cantada por todo estádio e como detalhe adicional: a mesma não era incluída no set desde a tour do Pink Floyd de 1994. Vale destacar, já que citamos o excelente saxofonista brasileiro, ele tem importante participação em todo o set e em cada vez que aparecia tocando era ovacionado por todos nós conterrâneos que estavam na plateia.

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Fotos: Francisco Cepeda/Agnews/Midiorama/Divulgação

O final do primeiro set foi com “High Hopes” e perfeita, vinda do álbum Division Bell, composta por Gilmour e sua esposa Polly Samson, sendo esse um dos últimos clássicos gravados pelo Pink Floyd e perfeita para o final do primeiro set. David Gilmour elogia o público presente e avisa da pausa, já prevista, de 20 minutos.

Pouco mais que o tempo previsto, ao set começa com uma introdução de bateria e riff potente de “Astronome Domine” do Pink Floyd e com luzes piscando na psicodelia característica da banda inglesa com efeitos que só um show desse porte tem. A música foi estrategicamente colocada neste ponto do set, pois logo depois chegava a hora do momento mais marcante do show e aos primeiros acordes de “Shine On Crazy Diamond” e seu clima setentista. Foi uma viagem à época de ouro do rock progressivo, fazendo deste um momento mágico do show com participação massiva do estádio inteiro cantando o refrão.

Em seguida, um clima mais para casais foi criado com as músicas que vieram depois:  “Fat Old Sun” e “One in the Island”, faixa título do seu penúltimo álbum. Hora de apresentar a banda e claro que o primeiro foi João Mello sendo aplaudidíssimo em seguida toda a banda. Depois, mais duas músicas da carreira solo deste novo álbum ainda bem desconhecidas da maioria do público presente: “The Girl in the Yellow Dress” e “Today”.

“Sorrow” , outro clássico, foi um belo aquecimento com seus solos para um final apoteótico com “Run Like Hell”. Com sua intro poderosa e com todos bradando o punho a frente cantando Run para decididamente cravar em São Paulo o show do ano e completamente inesquecível.

Rapidamente o bis começa com 3 faixas do Pink Floyd,  “Time” com um belo jogo de luzes, sem respirar já tivemos outro hit: “Breathe” e fecharam com a melhor música para se acabar um show, claro que estamos falando de  “Confortable Numb” com lazer magnífico e um solo arrebatador finalizando uma apresentação épica em sua primeira passagem por São Paulo.

Simplesmente o show do ano, seja você fã ou não de David Gilmour, é de ficar paralisado vendo a sua frente um ícone dedilhando e solando, e ver a guitarra que solidificou o rock progressivo. Mais de 40 anos depois ainda tem o mesmo efeito sobre um público apaixonado e em São Paulo seus fãs ficaram hipnotizados com tudo: show e produção. Esperamos que, em breve, o músico volte e repita esse sucesso tocando outros hits de sua carreira solo e faixas do Pink Floyd que ficaram de fora desta apresentação, as 3 horas de show foram pouco.

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Fotos: Francisco Cepeda/Agnews/Midiorama/Divulgação

Set 1:
5 A.M.
Rattle That Lock
Faces of Stone
Wish You Were Here
A Boat Lies Waiting
The Blue
Money
Us and Them
In Any Tongue
High Hopes

Set 2:
Astronomy Domine
Play Video
Shine On You Crazy Diamond (Parts I-V)
Fat Old Sun
Coming Back to Life
On an Island
The Girl in the Yellow Dress
Today
Sorrow
Run Like Hell

Encore:
Time
Breathe
Comfortably Numb

Por Ilha do Metal


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