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Golden Globes: Meryl Streep faz emocionante discurso anti-Trump e celebra diversidade


A atriz fez um discurso anti-Trump e celebrou a diversidade nos Estados Unidos e em Hollywood, ao ser homenageada na premiação do Globo de Ouro

Meryl Streep deu um valor histórico à noite de premiações. Os Golden Globes aconteceram na noite do dia 8, e homenageou a atriz com o prêmio Cecil B. DeMille Award. Aos 67 anos, Meryl subiu ao palco após passar na tela um vídeo que resumia a sua carreira: longa, impressionante e deslumbrante. A atriz pediu perdão por hesitar e, com lágrimas nos olhos, abriu um papel e fez o discurso mais emocionante da noite.

Hollywood se fez com estrangeiros. Sem precisar citar nomes, Meryl fez uma crítica elegante e comovente à Trump, destacando a xenofobia crescente nos Estados Unidos. O presidente eleito do país prometeu deportar 3 milhões de imigrantes, além de construir um muro de separação com o México.

“O que é Hollywood senão um grupo de gente de todas as partes?”. Ruth Negga, protagonista de ”Loving”, é de origem irlandesa e etíope. Natalie Portman é de Jerusalém. Dev Patel é britânico, nascido no Quênia e criado em Londres, filho de imigrantes indianos. Ryan Gosling, estrela de ”La La Land”, o filme que foi o grande vencedor da noite, é canadense. Streep mencionou estes e muitos outros mais, forasteiros e universais, para argumentar que:

“Hollywood está lotada de forasteiros e estrangeiros e, se os deportássemos, vocês não teriam nada para ver além de futebol e MMA”

“Amy Adams nasceu em Vicenza, em Vêneto, na Itália. Natálie Portman nasceu em Jerusalem. Onde estão os certificados de nascença delas?”, perguntou, em alusão aos pedidos de Trump para ver os documentos de Barack Obama. Meryl ainda lembrou quando o atual presidente zombou de um jornalista com deficiência física:

“Quando algo assim é feito por alguém poderoso, impacta a vida de todos, porque meio que dá a permissão para que outros façam a mesma coisa. Desrespeito convida desrespeito. Violência incita violência. Quando os poderosos usam sua posição para intimidar outros, todos nós perdemos”

Streep recordou ter ouvido de Tommy Lee Jones: “É um privilégio não é, Meryl? Ser atriz”, e defendeu a necessidade de que todos os seus colegas atores apoiem daqui por diante a imprensa no seu trabalho de proteger a verdade. “Precisamos que os poderosos sejam obrigados a responder por seus atos, vamos precisar dos nossos jornalistas”. Ela se lembrou ainda que o Globo de Ouro é entregue pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA, na sigla original), e falou que é dever da imprensa continuar cobrando responsabilidade dos poderosos, convidando seus colegas a proteger os jornalistas. “Vamos precisar deles nos próximos dias.”

Sem esconder a emoção que sentia, Meryl finalizou o seu discurso homenageando a recém falecida atriz e amiga, Carrie Fischer, que morreu em dezembro de 2016.

“Como minha amiga, a querida princesa Leia, disse para mim uma vez: Pegue seu coração partido, e transforme-o em arte.”

Por Rebeca Dantas


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