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HOT CHIP e seu aparato Geek fazem balada indie no Rio


Apresentação do quinteto britânico teve show de luzes, potência eletrônica e força no repertório.

O Hot Chip sempre foi presença certa nos sets das festas indies cariocas, colocando o povo pra dançar e, por tabela, se atualizar com as tendências musicais. Mas o som do quinteto britânico, assim como o eletrônico de uma maneira geral, hoje não se limita apenas a um grupo antenado em busca das últimas novidades. O Hot Chip cresceu e sua audiência também, mas isso não significou que a banda faria concessões e manteria apenas a vibe party dos hits do início da carreira. O melhor é que o público entendeu isso, pegou na mão da banda e foi curtir junto.

O pessoal chegava aos poucos para o show. Quem entrou antes, curtia um set para aquecer e reparava em todo o aparato no palco que faria a sonzeira da noite. Com atraso (mas quem se importava, afinal, é sexta, né?), os integrantes do Hot Chip tomam suas posições e, além do quinteto, a baterista Sarah Jones e o multi-instrumentista Rob Smoughton, que acompanham a banda nos shows, começam os trabalhos com “Huarache lights”, que também abre o sexto disco do grupo, Why make sense, lançado este ano.

O show do Hot Chip é uma maratona, não apenas para o público que se esbalda como se estivesse na pista, mas também para a banda, que se desdobra entre os instrumentos tirando uma sonoridade milimetricamente calculada. Não à toa, os integrantes têm fama de nerd, o que tem relação ainda com a estética, que se estende à indumentária dos caras, como a que o guitarrista Al Doyle e sua roupa a la cientista (maluco?) estava ostentando. É um som que apela ao sensorial, sendo assim, por que não trazer um conceito visual, certo? Ponto para a banda.

Tem gente que diz que música eletrônica é artificial, sem emoção, que falta gente por conta de todos os bits envolvidos. Mas ao vivo, por mais calculado que seja, a banda faz o show fluir e contagia os presentes, vide a reação do pessoal ao primeiro hit da noite, “One life stand”, que ganhou organicidade, que talvez no disco não seja tão evidente. Além disso, não dá muito tempo para papo, é uma música emendada na outra para não perder o clima, que ficou dos melhores até nas novas do último trabalho, que colaborou com cinco faixas. Destaque para “Need you now”, um dance de pegada charmosa que não dá para resistir e “Dancing in the dark”, um cover que trocou a roupagem dos sintetizadores eighties do Bruce Springsteen para a indietronica do Hot Chip.

O pessoal ávido por hits teve a sua cota de felicidade garantida: “Ready for the floor”, “Night and day”, “Flutes”, que teve direito a coreografia ensaiada da banda e “Over and over”, que veio com peso nos graves e ficou muito maior ao vivo. Ao fim da primeira parte, que fechou com “I feel better”, a banda foi praticamente intimada a retornar ao palco para o bis no grito e nas palmas, e ganhou de recompensa “Boy from school”. Um show que durou pouco mais de uma hora, mas que provou a vida que pulsa nas vertentes eletrônicas, apesar do que os implicantes dizem por aí. Só perguntar para quem se acabou na pista, digo, na plateia. O Hot Chip se apresentou neste sábado (28), no Festival Sónar.

por Tatiana Vargas, da ZIMEL

 


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