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Mais do que apenas voz e violão: as causas apoiadas por Ed Sheeran


“What Do I Know?”, Ed Sheeran diz que o mundo pode mudar com um piano e um violão, mas a verdade é que o pop star tenta fazer isso não só com sua música

Conhecido pelas músicas românticas, Ed Sheeran faz um enorme sucesso pelo mundo todo. Contudo, o que muita gente não sabe é que o cantor britânico apoia várias causas, como os direitos LGBT, a desestigmatização das doenças mentais e até o combate ao bullying.

Essa última é uma causa bem próxima ao artista, já que ele mesmo enfrentou esse tipo de assédio na escola, somente por ser ruivo e gago. Em 2015, ele chegou a ser homenageado em um evento feito por uma organização que trata pacientes com gagueira.

“Eu fui uma criança muito, muito esquisita. Eu tinha uma mancha de nascença no meu rosto, que foi retirada a laser quando eu era bem novo. Um dia, esqueceram de colocar anestesia e, desde então, tive gagueira”, contou o músico na época. “Mas não era algo muito difícil. O mais difícil era saber o que dizer, mas não ser capaz de me expressar na hora.”

E o que ajudou Ed a se livrar da gagueira foi a música. Ou melhor, o rap do Eminem, que o ruivo fez questão de aprender.

No mesmo evento em que falou sobre o tempo em que foi gago, Sheeran incentivou ainda os jovens a serem eles mesmos, e não tentarem bancar os ‘descolados’, pois isso não necessariamente os levará a lugar algum.

“Uma das crianças legais daquela época hoje conserta meus encanamentos! Isso é verdade! […] Se você tentar ser uma criança legal na escola, você terminará entediado e fazendo o encanamento de alguém que, aparentemente, não era tão legal. Seja você mesmo. Abrace sua esquisitice. Ser esquisito é algo maravilhoso. Eu tenho um time de futebol agora. Isso é super legal.”

Mas, além disso, a voz de “Shape of You” também se mostra um cara ligado para questões LGBT. No começo de maio, em um show realizado em Londres, o cantor recebeu a bandeira do Orgulho LGBT e, em vez de fazer de conta que não a viu, ele a pegou e cantou com ela em suas mãos durante o hit “You Need Me, I Don’t Need You”.

Mas não é bem uma surpresa que ele se importe com os direitos de lésbicas, gays, bissexuais e pessoa trans, já que o cantor é ligado à Rocket Music, empresa de Elton John, que como todos sabem, é abertamente homossexual e ativista da causa LGBT e do combate à AIDS. Com certeza, o músico ensinou alguma coisa ou outra para Ed Sheeran, que mais de uma vez provou não gostar de homofobia.

Em 2013, ele escreveu no Twitter para que a Igreja Batista de Westboro, conhecida por ser totalmente contra LGBTs, que “deixassem suas visões homofóbicas dentro da igreja” e, no ano seguinte, dividiu o palco do iHeartRadio Festival com Macklemore, para juntos cantarem “Same Love”, música considerada um hino pelo direito ao casamento entre pessoas do mesmo gênero.

Em 2015, porém, um vídeo de Sheeran usando a palavra “viado” em uma batalha de rap começou a circular rapidamente pela internet. A equipe do cantor tirou o vídeo do ar, e afirmou que “Ed estava respondendo rappers que fazem comentários homofóbicos. Ele claramente não é homofóbico”.

E segundo o site Mic, a julgar pela gravação, o britânico devia estar bêbado e fazendo piada sobre a conhecida homofobia no hip-hop. Embora esse tipo de linguajar não devesse mais ser usado, a gente pode confiar que Ed não carrega esse tipo de preconceito, e deve ter aprendido a não usar mais o termo.

Outras causas apoiadas por ele envolvem o combate ao câncer, o racismo e a desestigmatização de doenças mentais. No Reino Unido, onde o cantor nasceu, já há campanhas de prevenção ao suicídio voltadas para homens, já que essa é a principal causa de morte masculina até os 45 anos por lá. Por vivermos em um mundo onde não é permitido aos homens demonstrarem sentimentos e pedir ajuda, as taxas de suicídio entre eles é maior do que a encontrada entre as mulheres. Portanto, é ótimo que Ed Sheeran, com toda sua plataforma, a utilize para chamar a atenção de todos para um mal que pode afetar pessoas de todos os gêneros, classes sociais, raças e orientações sexuais.

No que diz respeito ao gênero, porém, Ed tem um pouco a melhorar. Embora ele seja um cara legal, algumas de suas letras revelam um machismo por vezes sutil, e que a gente espera que ele perceba e desconstrua isso. Uma de suas melhores amigas, Taylor Swift, é declaradamente feminista. Quem sabe ele não aprende algo com ela, né?

Ainda assim, não dá pra negar que o cantor é um ótimo cantor e compositor, e que percebe que pode ajudar pessoas de outras maneiras, não só com suas músicas.

E falando nelas, ele traz para o Brasil a turnê de seu mais recente álbum, “Divide”, lançado em março deste ano. Depois de Curitiba, onde se apresentou no dia 23, ele tem apresentações marcadas no Rio de Janeiro (25), São Paulo (28) e Belo Horizonte (30). É a sua segunda passagem pelo país e, com certeza, que ficará na memória por muito tempo.

Por Prosa Livre em parceria com a Midiorama


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