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Resenha de do filme Planeta dos Macacos – A Guerra


O filme estreia nessa quinta-feira (3) nos cinemas nacionais

Fomos conferir ontem o filme Planeta dos Macacos – A Guerra, o terceiro da franquia, que estreia nessa quinta-feira (3) e que era muito aguardado por conta do embate final entre humanos e macacos, além da tecnologia que envolve todos os filmes e que só melhora ao longo dos anos, trazendo ainda mais realidade ao mundo fictício.

O evento contou com uma sala temática em que éramos imersos em uma floresta, e com neve, o filme se passa no inverno, no final da coletiva de imprensa dada por Andy Serkis – ator que interpreta o macaco líder Caeser – após a exibição do filme.

Planeta dos Macacos – A Guerra tem como objetivo continuar contando a história da difícil coexistência entre macacos e humanos. O embate que começou por conta do macaco Koba, continua após a sua morte agora com liderança de Caeser, que apesar de sempre demonstrar empatia e não querer dar continuidade à guerra, se vê forçado a lutar quando soldados atacam seu esconderijo colocando a vida de sua família e de dezenas deles em risco.

O longa já começa com um ataque de humanos ao habitat dos macacos na floresta, que também possuem artilharias para conseguir derrotar os humanos. Somente três homens e um macaco – que trabalha para eles – sobrevivem ao embate e Caeser os deixa vivos para que entreguem um recado ao comandante da operação pedindo que cessem fogo para que todos possam viver em paz.

Porém, tudo vai por água abaixo quando no mesmo dia, através de uma pista anônima, os soldados conseguem acesso ao esconderijo de Caeser e de sua família, e os ataca deixando alguns mortos para trás. O líder, então, decide que é hora de lutar pela sua espécie e por sua família indo a uma saga que o levará até o comandante e à base dos soldados, enquanto os outros macacos procuram um lugar seguro para ficar.

Trailer de Planeta dos Macacos – A Guerra

O que achamos

Após as primeiras cenas, o filme fica um pouco parado por contar a jornada de Caeser e os outros três macacos que o acompanham, de encontrar os humanos e conseguir um plano para derrotá-los. As coisas possuem um twist quando eles encontram uma menina que não fala por conta do vírus transmitido por eles – e que já havia matado boa parte da população do planeta – e resolvem levá-la para não deixá-la morrer sozinha, possivelmente de fome, e ainda sem a habilidade de falar.

A presença da menina no filme, pode parecer singela no começo, mas acaba levando à narrativa uma carga emocional muito maior por indicar o começo de um novo relacionamento entre as espécies, uma esperança no fim do túnel mesmo com tanta guerra envolta. Além disso, ela possui um papel crucial mais para frente.

Outro personagem que agregou – e muito – foi o Macaco Mau. Encontrado mais ou menos na metade do filme, ele é um macaco de zoológico que aprendeu a falar vendo humanos conversarem e que tentava sobreviver sozinho roubando utensílios e procurando comida onde pudesse encontrar. Interpretado pelo ator e comediante, Steve Zahn, ele traz um alívio cômico às situações que são todas muito pesadas e dramáticas. Os macacos sofrem por todos os lados, mas, durante as cenas em que ele aparece, o público consegue respirar e dar algumas risadas.

As atuações também são outro ponto a se destacar. Além dos atores que interpretaram os macacos seguidos por Caeser, os atores Woody Harrelson (comandante) e a atriz mirim Amiah Miller estão muito bem em todas as cenas.

Together Apes Strong (Juntos macacos são fortes)

São 2h20 de filme que não chegam a ser cansativas apesar de sofrermos junto com os macacos a cada golpe dado pelos humanos – sim, torcemos por eles durante o longa inteiro. Os efeitos especiais pela performance capture são cada vez mais realistas e, por instantes, chegamos a esquecer que não se trata de cenário e macacos reais de tão boa que é a imagem nas telonas.

Outra coisa que nos chama muito atenção é em como torcemos tanto para os macacos. É difícil vê-los morrer mesmo que os personagens mortos ali no meio da guerra não tiveram uma contextualização importante na história. Além disso, o filme acaba sendo muito filosófico quando somos apresentados um outro ponto de vista após o encontro de Caeser com os humanos. O motivo pelo qual o comandante, que vemos como “sedento por sangue”, luta contra os macacos e pela sua extinção, bem como a sua história antes de tomar essa guerra para si, acaba demonstrando ao espectador que, no fundo, não há o bom e o impiedoso. Nos dois lados há bons e maus atos de acordo com aquilo que acreditam ser importante.

Cada um, à sua maneira, acaba lutando apenas por medo de não sobreviverem. A preocupação é constante em ambos os lados. E até Caeser que sempre foi da ideologia de não matar ninguém de sua própria espécie, mata Koba no segundo filme “O Confronto”, e nesse acaba perdendo um pouco de sua misericórdia, por assim dizer, após alguns ataques aos macacos e chega a admitir que não consegue escapar de seu ódio pelo comandante, tornando-se, assim, um pouco mais de Koba do que ele gostaria.

Segundo Andy Serkis, o filme também foi pensado de modo que trouxesse um pouco da ideia religiosa à narrativa. Enquanto de um lado Caeser é o salvador, o que leva esperança aos macacos; por outro, o comandante dos soldados também é seguido por parte dos humanos que compartilham essa guerra sagrada, podendo entregar suas vidas a ela.

No geral, o filme é muito bem trabalhado e nos leva a pensar nas atitudes que tomamos como indivíduos, afinal ele é muito mais sobre os personagens do que sobre a guerra em si, e sobre como vivemos como sociedade.

Veja o que rolou na coletiva com o ator Andy Serkis

Por E.T.C.


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