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Resenha: Made In The A.M., One Direction


Primeiro disco em nova formação, Made In The A.M. foi lançado em 13 de novembro e já atingiu o segundo lugar do maior chart de álbuns do mundo (Billboard Hot 200 EUA)

Creio que uma das coisas mais fascinantes na música é que, mesmo não sendo fã ou tendo uma ligação forte, podemos facilmente perceber a mudança de determinados artistas. É fascinante, pois essa mudança é muito relativa, sendo às vezes para melhor, outras para pior, logo fazemos nossas avaliações dos mais variados cenários. Essa é a graça: desenvolver o senso crítico e tomar partido a respeito de música sendo ou não parcial.

Para exemplificar, há quase dois anos a Paramore deu um grande passo em sua carreira adotando, não só uma nova formação, mas novos conceitos, propostas, influências e muito mais atrelado a musicalidade encontrada no último projeto lançado, o homônimo Paramore (2013). De início o som soa estranho devido aos álbuns anteriores, no entanto, o sentimento de satisfação e o consenso de que a banda fez um bom trabalho são predominantes após umas e outras ouvidas a mais. Directioners, não se preocupem! Eu dei essa volta toda para dizer que os meninos da 1D estão de parabéns pelo Made In The A.M..

Como dito anteriormente, é normal que os artistas cresçam e que o “amadurecimento musical” dos mesmos os acompanhe também. No último projeto dos quatro britânicos, percebemos com facilidade as diferenças em seu repertório. A começar com as três primeiras faixas do álbum, “Hey Angel”, “Drag Me Down” e “Perfect”. O novo disco do grupo já começa a todo vapor, colocando para o ouvinte uma experiência pop muito intrigante: ao mesmo tempo em que temos o pop chiclete e “de boyband”, temos influências até então mais pesadas no rock. As batidas marcantes e os coros auxiliares de cada faixa constroem sons até então únicos no repertório desses meninos.

No decorrer do Made In The A.M. temos diversas outras músicas que dão mais ênfase para o ritmo adotado pelas três iniciais. “Never Enough”, por exemplo, é o lado direito da moeda. Pouco mais semelhante ao que o grupo costuma fazer, as guitarras sintetizadas somadas aos trompetes acompanhados de um energético refrão são motivos suficientes para colocar essa música na playlist de sua próxima festa.

Já “Olivia” é o lado esquerdo, um amor à parte. Brilhantemente afinados, nesta excêntrica faixa pop percebemos a facilidade do grupo em apostar em outras vertentes da música mainstream. A sintonia entre as quatro vozes constroe uma bela faixa embalada por um refrão viciante e repleto de “trava-línguas”, se é que podemos chamar assim.

Por que ouvir o Made In The A.M.? Fato é que a One Direction tinha a fama de ser monótona. Rentável, mas repetitiva, principalmente nas suas baladas. Isso pode se dar por conta de diversos fatores e talvez o mais provável seja em razão do grande número de álbuns em um curto período de tempo desde que o grupo foi lançado (somam-se cinco discos). Mesmo assim, isso não reflete na qualidade do grupo. O empecilho era a necessidade de mudança, algo evidente no primeiro álbum da banda em nova formação.

No decorrer do projeto temos tantas outras faixas que seguem uma linha tênue entre o fator radiofônico e a experiência de passar uma imagem menos comercial. As baladas são ótimos exemplos disso. “What A Feeling” e a própria música título do projeto, “A.M.”, abrem ainda mais a cabeça do ouvinte, fã ou não, para as novas propostas do grupo. O álbum é a oportunidade mais distante dos preconceitos atrelados à nomenclatura “boyband” possível em cinco anos de One Direction.

Não se trata do maior e mais revolucionário projeto fonográfico que esta indústria cultural já disponibilizou, mas se resume em um excelente disco variante entre o pop e o rock sem arriscar demais. Além disso, devido às complicações do grupo no último ano, amadurecimento musical e profissional é uma qualidade que acompanha os meninos.

Nota: 8,3

 

Por Lucas Rodrigues / Play It And Listen

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