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Rock In Rio 2017: o terceiro dia foi pra dançar!


Enquanto Timberlake entregou um show genérico, os pontos fortes da noite foram mérito de Nile Rodgers e Alicia Keys.

Depois de dois dias bastante agitados, o Rock In Rio 2017 chegou ao seu terceiro dia com clima mais familiar, porém igualmente energético.

Aliás, energia foi a palavra chave da noite. Frejat, que não é nenhum novato de festivais, abriu a sequência do palco Mundo com seu show sempre muito atemporal, mesclando hits da época do Barão Vermelho e de sua carreira solo.

REVIVAL NO SUNSET

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Crédito: iHate Flash

Segundos após o término de Frejat, uma multidão se arrastou rapidamente pro palco Sunset, que estava prestes a receber uma atração lendária: o músico Nile Rodgers acompanhado da sua banda, Chic.

Conhecido por trabalhar com grandes nomes da música pop, Rodgers entregou à plateia um set cheio de ginga. O público extremamente animado e dançante foi o reflexo da banda afinadíssima e vocalistas de apoio competentes – destaque para a incrível potência vocal de Kimberly Davis, que roubou a cena durante todo o show.

Em “Get Lucky”, Nile fez um discurso emocionante sobre o momento em que foi convidado para participar do hit de Daft Punk. Falou que se sente sortudo e grato pela sua carreira, mencionou Lady Gaga convidando o público para mandar boas energias para ela, e os chamou para acenderem as laternas dos celulares para dar início à canção. Aos poucos, a versão quase acapella foi ganhando força e culminou no contagiante arranjo que todos conhecemos. Um momento de sorte para quem estava ali.

Por fim, “Good Times”. Fernanda Abreu, IZA, Liniker, Lellêzinha, Paulinho Mosca, Toni Garrido e vários outros famosos subiram ao palco e contribuíram para que o encerramento do show fosse feito com chave de outro.

 

RETORNO TRIUNFAL E EMPODERADO

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Crédito: iHate Flash / Divulgação

Se em sua última passagem pelo Brasil (que, por sinal, também foi no Rock In Rio) em 2013, Alicia Keys mostrou boas intenções, mas com uma plateia não tão recíproca assim, ela teve muito êxito em seu retorno. Se baseando na estética sonora de seu mais recente álbum, “HERE”, mas sem deixar seus sucessos antigos de lado, Alicia estava linda, leve, solta e empoderada. Em “Superwoman”, interagiu com as mulheres da plateia e foi ovacionada no final da performance. Mas foi nos momentos seguintes em que ela conseguiu se conectar definitivamente com o público: a intensa “Kill Your Mama” ganhou uma versão samba com direito a presença da militante indígena Sonia Bone Guajajara no palco, que fez um discurso político em defesa da Amazônia, despertando um coro fervoroso de “Fora Temer” na plateia.

  Sensacional Alicia Keys cantando Samba e defendendo a Amazônia 💜🍀 #RockinRio #AliciaKeys #PalcoMundo #AmazoniaLive   Uma publicação compartilhada por Midiorama (@midiorama) em

  Mais pro final, Alicia ainda tinha mais uma surpresa: durante “In Common”, chamou o Dream Team do Passinho pra dançar. Lellêzinha e cia., por sua vez, não fizeram feio. A cantora selou seu retorno triunfal com um medley poderoso de “Girl On Fire”, “No One” e “Empire State Of Mind, Pt. 2” – nessa última, todos estavam com o refrão na ponta da língua e celulares ao alto. Um desfecho emocionante que deixou muita gente querendo mais.

MODO AUTOMÁTICO

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Crédito: iHate Flash / Divulgação

“Vocês me amam, né?” Convencido de sua majestade, foi com essa frase que Justin Timberlake saudou o palco Mundo durante “Only When I Walk Away”, música que abriu o set sem muita objetividade. Aliás, foi necessário chegar até a quinta música do set (“My Love”) para que ele conseguisse acender a plateia. Nada comparado ao estrondoso frissom de 2013, mas o suficiente para entreter quem estava ali esperando para vê-lo. Diferente da mega produção que foi “The 20/20 Experience World Tour”, JT optou por um show mais genérico, apesar de ter se apoiado bastante no último disco. Entretanto, ele compensou a falta de produção interagindo com o público de forma mais humanizada dessa vez: rolou autógrafo em bandeira brasileira, diálogo com o público, “TKO” improvisada a capella, twerk em “Let the Groove Get In” e até mesmo selfie com uma aniversariante que estava na primeira fila. Apesar de tudo isso, o show não foi poderoso o suficiente. Mesmo com toda sua energia, Timberlake pesou a mão em faixas não muito conhecidas pelo público em geral. Apesar de terem uma qualidade indiscutível, músicas como “FutureSex/LoveSound”, “Let The Groove Get In” e “Drink You Away” passaram flutuando pelo público, que permaneceu morno. Seu cover de “True Colors” para animação “Trolls” seria uma boa pedida nesse momento. Ao menos, a quadra final foi certeira: “What Goes Around/Comes Around”, a novinha “Can’t Stop the Feeling”, “Sexyback” e “Mirrors” formaram uma sequência que fez valer a vontade de quem ficou até o final. Nesse momento Justin se mostrou encantado com a força da voz dos fãs, que cantavam cada palavra nessa sequência de hits.

 

Que isso, Justin?! Nós que agradecemos 🍀🎉 #RockinRio #Midiorama #JustinTimberlake

 

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Justin encerrou seu show nos deixando com um gostinho de quero mais. Falta de um álbum novo? Setlist escorregada? Zona de conforto? Não deu pra saber ao certo onde ele poderia ter melhorado. De qualquer forma, a gente releva. Afinal de contas, o cara tem um legado e tanto e potencial de sobra pra preparar algo memorável. A gente te ama, JT!

Aliás, as declarações de amor marcaram a última parte deste show. Timberlake se declarou para o público do Rock in Rio, tirou o chapéu (literalmente) mais de uma vez e no fim ainda fez uma reverência a plateia presente.

Por João Batista (Maze) para Midiorama

Foto destacada. Crédito: iHate Flash


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