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Uma viagem sobre todos nós: a trilha sonora de “Into the Wild”


Esse é o primeiro filme da nossa série sobre trilhas sonoras!

Iniciamos nossa série sobre trilhas sonoras com ótimas indicações pra você ver, ouvir e ler! Sabe aquele filme que você conhece antes do livro e te fazer pensar: “Uaaaau, se o filme é assim, imagina o livro?!” Pois é, amigão, esse é um desses.

Escolhi esse  a dedo, pois define muito algumas fases que todos nós temos. Pelo menos uma vez na vida, a gente quer fugir de tudo e se desligar de tudo, não é mesmo? Então, esse filme faz a gente sonhar com isso. É uma viagem pra dentro de si mesmo, da história e que vem acompanhada de uma trilha ótima seja pra viajar de ônibus a caminho do trabalho, de carro com aquele amigo com quem você conversa por horas ou em busca de si mesmo.

Antes de começar a falar sobre a trilha sonora, sugiro um exercício muito enriquecedor em relação a música:

Em português, temos dois verbos importantes quando falamos de música: ouvir e escutar. Muitas vezes ouvimos alguma coisa, mas não escutamos; ou escutamos, mas não ouvimos. Um deles exige uma certa camada de sensibilidade.

O que nos leva ao italiano; em italiano, existem os verbos ascoltare, udire e sentire. Escutar, ouvir e sentir. Conseguem perceber a diferença? Gosto de propor aos meus amigos que usem a ideia do sentir. É comprovado cientificamente que os sons são extremamente importantes desde que estamos no útero materno e nos influenciam durante toda a vida. Nesse sentido, experimentem ouvir suas músicas procurando saber o que elas te fazem sentir, vez ou outra. Sem se importar com a letra, somente os sons e as sensações que lhe causam, ao que você relaciona, como você reage a tudo isso. Notifico que isso pode te fazer amar ou odiar a música, afinal, nunca sabemos como nosso cérebro irá encarar as lembranças e ligações que faz com os sons que escuta. Geralmente só  depois de fazer isso, procuro entender o que a letra quer dizer.

Esse processo foi muito importante para a minha análise da trilha sonora que acompanha o filme “Into the Wild” (Na Natureza Selvagem). A obra cinematográfica, conta a experiência de um recém-formado, ao decidir viver na natureza selvagem e se aventurar pelos Estados Unidos até chegar no Alasca. É uma história verdadeira que rolou na década de 90 e tem livro e tudo! Christopher McCandless largou toda a sua próspera vida, a carreira que os pais o incentivavam a querer, pois não via como ser completo em uma sociedade vazia, incluindo a instituição social que era sua família. Experimentou o máximo que pôde na sua caminhada e viu tudo com novas perspectivas. Esse filme gerou um movimento de pessoas que se sentiram encorajadas à deixar tudo e viver seus sonhos, sem se importar com o que os outros vão pensar e dizer. Inclusive, um ônibus importante para a história de Christopher, continua no local, e se tornou atração turística para as pessoas inspiradas que citei acima.

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Seguindo para a parte mais técnica, o filme de 2007 é dirigido, produzido e tem o roteiro escrito por Sean Penn. É estrelado por Emile Hirsch como McCandless com Marcia Gay Harden e William Hurt como seus pais e também possui Catherine Keener, Vince Vaughn, Kristen Stewart e Hal Holbrook. Ele também foi indicado a dois Oscar incluindo Holbrook para Melhor Ator Coadjuvante; Foi nomeado para dois Globo de Ouro e ganhou o prêmio de Melhor Canção Original “Guaranteed” de Eddie Vedder… Aqui chegamos ao ponto importante do artigo, né?

Toda a trilha de músicas originais do filme é composta por Eddie Vedder, vocalista do Pearl Jam, e o álbum foi sua primeira gravação solo. Eu, particularmente, me apaixonei pelo álbum. E fui sem saber o que esperar, pois conheço um pouco o trabalho do Pearl Jam, mas não sou totalmente ligada neles.

Eddie Vedder

1. Setting Forth

2. No Ceiling

3. Far Behind

4. Rise

5. Long Nights

6. Tuolumne

7. Hard Sun

8. Society

9. The Wolf

10. End of the Road

11. Guaranteed

A função de uma trilha sonora em um filme é definitivamente demonstrar completa ligação com a vida do personagem. Mesmo que na vida real não haja música nos nossos momentos, fazer com que esses sons ritmados façam sentido durante o filme é muito trabalhoso. No entanto, Vedder cumpriu completamente sua função: É um álbum sobre persistência, sabedoria, preenchimento de si mesmo, superação, longas fases e muito mais. Cada uma das faixas representa um momento da viagem de Chris. Ou da sua, caso você goste do álbum também. Os vocais de Eddie dão um clima muito bom ao filme e a viagem… Te trazem pra dentro do filme. Acredite ou não, até Kristen Stewart e Emile Hirsch se aventuram e cantam durante o filme também! Se você já conhece o trabalho solo de Vedder, vai cantarolar durante o longa dividido em três capítulos e ver como as trilhas se encaixam mesmo.

Se você ainda não assistiu ao filme, corre pra ver! E se já, assiste de novo, que ano que vem fazem dez anos desde seu lançamento e é legal pra perceber como estamos ficando velhos (ou não) também! 😀

Texto: Victória Cardoso
Revisão: Paula Alecio
Imprensa do Rock


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