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“A Garota com a Tribal nas Costas”, confira a review do livro de Amy Schumer


Review: “A Garota com a Tribal nas Costas”, o livro de Amy Schumer que acabou de ser lançado no Brasil

É bem difícil mensurar a importância de alguém como Amy Schumer para a geração atual. Mulher, comediante, atriz, roteirista, Amy quebrou regras, subverteu ideias já propagadas por homens e hoje é uma das mais bem sucedidas artistas americanas. Sua série, “Inside Amy Schumer”, é uma das mais comentadas dos Estados Unidos e o seu poder de fogo é tão grande que ela tem sido constantemente colocada em listas de pessoas mais influentes do seu país.

É dentro desse contexto que a Editora Intrínseca lança no Brasil o livro de Amy, “A garota com a tribal nas costas” (“The Girl with the Lower Back Tattoo”), um dos mais esperados do ano e que vale cada centavo de real gasto.

O livro, que tem uma dinâmica das mais interessantes, funciona quase que como um confessionário, onde Amy é agente dupla: ela é o padre e o pecador. Ela confessa, por exemplo, que é introvertida, embora tenha uma profissão que pareça exigir exatamente o contrário; já saiu com caras que foram um completo desastre, mas também já teve em mãos o equivalente humano de um príncipe da Disney e fez com ele só um sexozinho casual. Precisou de anos de terapia para entender que a mãe não é perfeita, mas que é possível amá-la mesmo assim, e de uma grande dose de coragem para admitir que já esteve num relacionamento abusivo. Mais de uma vez.

Percebe-se que o humor abraçado por Amy não é infanto juvenil, e flerta quase sempre com temas mais adultos, como sexo e outros tabus. A aceitação pelo seu corpo, dito fora dos padrões de beleza das modelos, é um dos maiores trunfos de sua história, e que a coloca com justiça no hall de pessoas que devem ser referências para jovens.

Sim, o livro traz esse dilema bem instigante: como pode alguém tão visceral, com experiências tão extremas e ditas fora de um estilo familiar, servir de referência para jovens no processo de construção de personalidade?

Ao ler o livro, dá para perceber a resposta. Amy Schumer é real. Com seus erros e acertos, com as suas experiências que serviram para moldar a sua personalidade atual, e principalmente, com a sua aceitação de si mesma. Esse é o maior legado de Amy para a sua geração, uma geração que luta para aceitar as imperfeições, as nossas e a dos outros.

A garota com a tribal nas costas é quase que, com um pouco, mas só um pouco de exagero, um tratado do ser humano contemporâneo, que “cai como uma luva” no universo feminino. Logo no inicio do livro, para se ter uma ideia, Amy busca desmistificar a relação entre a sociedade e o órgão sexual feminino em uma carta aberta à sua vagina. Sim, exatamente isso. Com tópicos com este o seu livro ganha muita rápido o leitor, que se diverte com ela, mas que também a entende, e até se emociona, em algumas partes, com Amy.

Ela confessa ser introvertida, um contraposto ao trabalho que exerce, que é de comediante, de atriz, mas também adora falar sobre sexo, mesmo que só tenha um episódio de sexo casual e ‘somente’ 28 parceiros em seu currículo. Seu público certamente deve ter imaginado um número muito maior.

Ela diz,

Sou uma garota extremamente introvertida que foi a atração principal de um espetáculo no Madison Square Guarden – e que foi a primeira mulher comediante a fazer isso. Sou a ‘estrela instantânea’ que trabalhou duro todas as horas que passou acordada durante mais de uma década. Sou a puta ou a piranha que só fez sexo casual uma vez na vida. Sou um tamanho ‘plus-size’ 38 em um dia bom, e um tamanho médio 42 em um dia ainda melhor. Sou uma mulher forte e madura que já sofreu abuso físico, sexual e emocional de homens e mulheres em quem confiei e amei. Magoei e fui magoada

Um livro essencial para se conhecer uma verdadeira representante do mundo contemporâneo. Linda, inteligente, sarcástica, com um humor visceral. Essa é Amy.

Leitura obrigatória.

E veja o trailer de “Descompensada”, o filme de Amy Schumer:

Por Cabine Cultural


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