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Como trilhas sonoras podem deixar um filme épico?


O Uber7 explicou um pouco sobre o que são as trilhas sonoras e ainda separou uns filmes que têm músicas espetaculares para você ficar com aquele sentimento gostoso de nostalgia. Confira!

A trilha sonora é uma parte fundamental nas produções cinematográficas, tem categoria própria em todas as grandes premiações do mundo, porém, uma parte do público não sabe exatamente como ela é feita e qual seu impacto no produto final. Mas não tem problema. O Uber7 está aqui exatamente para dar uma mergulhada nesta parte mais técnica do cinema, que pode parecer meio chata, mas é bastante interessante.

Em geral, as trilhas sonoras são compostas depois que as filmagens terminam, para que as cenas fiquem completas, exatamente como o diretor imaginou. Algumas fatias do filme podem ter o clima acentuado ou atenuado a partir da inserção dos efeitos sonoros, por isso construir o clima da produção é uma arte tão importante quanto a própria atuação do elenco ou a edição e os cortes. No entanto, existem casos em que a trilha vem antes mesmo de o filme começar a ser filmado. Em ‘Interestelar’, Hans Zimmer iniciou a composição das músicas dois anos (!) antes das gravações.

A definição de como vai ser essa trilha é feita pelo diretor e ele tem basicamente três opções: pagar para usar músicas que já existem, escolher músicas que já existem mas são gratuitas ou contratar um compositor para criar as músicas originalmente para aquele filme.

Alguns diretores usam músicas consagradas pela crítica e pelo público de forma a criar uma identificação maior com o espectador, como David Ayer fez em ‘Esquadrão Suicida’. Este foi um exemplo recente para ilustrar, mas definitivamente não é o melhor. Ao mesmo tempo que gera um elo entre a pessoa que está assistindo e a produção, as músicas muito famosas podem dar uma forçada de barra para que isso aconteça – algo que o roteiro deveria conseguir e, nesses casos, não o faz.

Mas existem exemplos de diretores que utilizam trilhas prontas com maestria, como será mostrado mais para a frente. Um bom exemplo é Quentin Tarantino, que arrebentou com as escolhas para ‘Pulp Fiction’.

Já as músicas em domínio público são uma excelente opção para quem não tem muito orçamento. É bastante caro pagar pelo direito de utilização de canções que pertencem a outras pessoas, então vale a pena consultar as bibliotecas públicas de trilhas liberadas.

E o último caso é o que cria as lendas das trilhas sonoras que o cinema não cansa de aproveitar. Ennio Morricone, Hans Zimmer e John Williams podem ser considerados os maiores gênios nesse quesito, mas existem muitos profissionais competentes que compõem trilhas originais de qualidade pelo mundo. É uma arte nobre e evoluiu muito com o passar dos anos. Os recursos tecnológicos ampliaram consideravelmente o leque de oportunidades para estes compositores e quem sai ganhando são os fãs.

O Uber7 listou sete filmes que tiveram trilhas sonoras tão boas que elas próprias conseguiram mexer com o imaginário dos espectadores. A pesquisa pelas sensações que a música causa nas pessoas rolou forte e prepare-se para os arrepios, elas são sensacionais (nota: não são necessariamente as melhores trilhas sonoras e nem estão em ordem de qualidade ou importância; apenas são dignas de serem guardadas na nossa memória com carinho).

7 – Trainspotting (1996)

O filme ‘Trainspotting’ revisitou o cenário punk do Reino Unido duas décadas após ‘Laranja Mecânica’ chocar com o realismo cru da violência das ruas de uma Londres futurista. Aqui, o cenário é a Edimburgo (Escócia) dos anos 90 e os protagonistas são viciados em heroína que tentam escapar do mundo das drogas, mas se deparam com dificuldades que vão muito além do que suas mentes perturbadas os permitem enxergar.

Para ambientar o clima pesado de autodepreciação dos subúrbios escoceses em contraste com as manifestações culturais da época, o diretor Danny Boyle inseriu com muita habilidade as músicas de Iggy Pop, Lou Reed, Pulp, Brian Eno e Blur nas raves frequentadas pelo protagonista Renton (Ewan McGregor).

Curiosidade: David Bowie recusou o convite de Boyle para integrar a trilha sonora de ‘Trainspotting’ – acabou entrando ‘Lust for Life’, de Iggy Pop, na clássica cena do banheiro. E corre uma história de que o Oasis também não aceitou uma proposta para fazer parte da trilha por um motivo inusitado: Noel Gallagher não entendeu direito o tema do filme – ele achou que era sobre “train spotters”, algo como “observadores de trens”. Que vacilo, Noel!

6 – Pulp Fiction

Quentin Tarantino é conhecido por promover trilhas sonoras memoráveis em seus filmes. Foi assim em ‘Kill Bill’, ‘Bastardos Inglórios’, ‘Django Livre’ e muitos outros, mas o auge das trilhas do diretor foi lá atrás, em 1994, com ‘Pulp Fiction’. O filme é o maior clássico cult-hipster-descoladão daquela década e, claro, não podia deixar de incluir algumas músicas bem famosas.

A mistura de soul, funk, rock e surf music é muito característica desse filme, que teve cenas com o fundo musical inesquecíveis. A dança entre os personagens de Uma Thurman e John Travolta, por exemplo, já está eternizada na mente de todos os cinéfilos espalhados pelo mundo. Ainda tem a overdose ao som de Urge Overkill e, claro, a abertura eletrizante com a então nova versão de ‘Misirlou’, de Dick Dale.


 

5 – Guardiões da Galáxia

A Marvel deu um gás novo aos filmes de aventura quando colocou em ‘Guardiões da Galáxia’ um tom muito mais descontraído do que aquele ao qual o público já estava acostumado, como em ‘Vingadores’ ou qualquer outra adaptação de HQs de heróis. E muito da identificação que o público conseguiu criar com a produção veio por causa da trilha sonora, escolhida a dedo pelo diretor James Gunn.

As músicas, na história, compunham uma fita cassete feita pela mãe de Peter Quill – as escolhas foram baseadas nas canções preferidas dela quando jovem. Na vida real, a “Awesome Mixtape Vol 1” transformou-se em uma grande homenagem ao pop rock dos anos 70, presenteando os fãs e garantindo parte do sucesso de ‘Guardiões’.

A playlist com a “Awesome Mixtape Vol. 1” completa está disponível no Spotify do Uber7 (@siteuber7). Ouça e divirta-se!


 

4 – O Rei Leão

Filmes da Disney são quase que uma categoria à parte no quesito trilha sonora. TODOS os filmes lançados pelo estúdio têm clássicos que marcaram época e dão arrepios maravilhosos de nostalgia até hoje. No caso de ‘O Rei Leão’, o responsável pela trilha é ninguém menos que Hans Zimmer, uma das lendas quando se fala de música no cinema.

“Circle of Life” (“Ciclo Sem Fim”) foi – e ainda é – uma das músicas mais marcantes dos clássicos filmes da Disney. Os fãs mais hardcore já devem até saber, mas veja algumas curiosidades sobre esta canção:

  • O idioma falado no início é o zulu, e a tradução é a seguinte (coloca a música para tocar e tente acompanhar):

Nants ingonyama bagithi baba (“Aí vem um leão, pai”)

Sithi uhm ingonyama (“Oh, sim, é um leão”)

Nants ingonyama bagithi baba (“Aí vem um leão, pai”)

Sithi uhm ingonyama (“Oh, sim, é um leão”)

Ingonyama (“É um leão”)

Siyo Nqoba (“Nós vamos conquistar”)

Ingonyama Ingonyama nengw’enamabala (“Um leão e um leopardo vêm a este lugar aberto”)

A voz é do cantor e compositor sul-africano Lebo M, que, a pedido de Zimmer, criou e conduziu o coral africano que canta em várias partes do filme.

A cena é tão linda que, a princípio, ela devia ter diálogos intercalados com a música. Porém, ao assistir ao corte sem as falas, os diretores Rob Minkoff e Roger Allers decidiram deixar daquele jeito mesmo. Obrigado por isso, Rob e Roger!


 

3 – As Vantagens de Ser Invisível

‘As Vantagens de Ser Invisível’ pode ser considerado um queridinho do público cult-hipster-descoladão da nova geração. E não tem como não ser: o elenco era liderado por Emma Watson, com Logan Lerman e Ezra Miller, o roteiro foi adaptado de um livro bem levinho, contava uma bela história de amizade e tinha uma trilha sonora marcada por David Bowie.

Nem tem o que dizer, apenas sentir. Na cena a seguir, quase dá para sentir o ventinho na cara junto de Sam (Emma Watson), ao mesmo tempo que dá aquela saudade de fazer umas loucuras com os amigos.


2 – Harry Potter

Chegou a hora dele: John Williams. O cara é tão bom que é possível dizer, sem dúvida, que sua história caminhou lado a lado à trajetória do cinema na segunda metade do século XX. Ele esteve ao lado de diretores renomados, que vão de Steven Spielberg a George Lucas. Para ter uma noção, sozinho, ele já teve mais de CINQUENTA indicações ao Oscar.

Uma das trilhas sonoras mais marcantes compostas por Williams foi a de ‘Harry Potter’. Responsável não apenas pela musicalidade de ‘Harry Potter e a Pedra Filosofal’, o senhorzinho estabeleceu a identidade de toda a franquia. Todos sabem que J.K. Rowling é muito (MUUUUITO) cuidadosa com sua obra, e aposto que nem ela própria esperava que Williams fosse fazer algo tão memorável.

O tom épico e grandioso dos filmes do bruxo deve muito ao trabalho do senhorzinho de 84 anos. E se você não se lembra do que está sendo falado nesse item, confira o prólogo da trilha sonora de ‘Harry Potter e a Pedra Filosofal’:


1 – Star Wars

A trilha sonora de ‘Star Wars’ é uma parte tão essencial da trama quanto Han Solo, Leia ou Luke Skywalker. Assim como fez com ‘Harry Potter’, John Williams criou a ambientação para toda uma franquia – só que, ao lado de George Lucas, ele fez parte da maior de todos os tempos.

Ele foi construiu temas que, mesmo 30 anos depois do lançamento, são sinônimos de vilania e heroísmo (e isso não acontece só em ‘Star Wars’. Nada traduz melhor o clima de aventura que a música-tema de ‘Indiana Jones’, por exemplo). Isso foi um dos fatores que fez da franquia mais que uma série de filmes, mas, sim, uma manifestação cultural própria que movimenta a economia do entretenimento desde os anos 80.

Fique com a Marcha Imperial, símbolo do que há de mais dark no universo de aventura espacial já feito.


Menção honrosa: Enio Morricone

Logicamente o homem responsável pela “musiquinha” western mais famosa da história do cinema não podia deixar de ser mencionado. A obra de Enio Morricone também se confunde com a evolução do cinema em si e, infelizmente, demorou um pouco para ser reconhecida formalmente. O primeiro Oscar que ele recebeu foi em 2016, aos 87 anos de idade, pelo filme ‘Os Oito Odiados’ – esse foi o primeiro “valendo”, pois ele já havia recebido um Oscar honorário, em 2007. Para se ter uma noção de como ele é incrível, a trilha foi composta antes mesmo de Tarantino começar a gravar o filme – ou seja, para criar a ambientação perfeita das cenas, o diretor inverteu a ordem e moldou o clima do ambiente com base na trilha de Morricone. Muito mito o vovô italiano.

Por Uber7


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