Você procura uma série nova pra ver na NetFlix. Encontra uma sinopse interessante e vê o índice de estrelinhas pra decidir se vale a pena ou não ver. Se tiver com 5 estrelas, a chance de ser do seu agrado é quase 100%. O filtro é avaliado por um algoritmo do NetFlix de acordo com coisas que você já deu classificou. Por exemplo:

Se você der 5 estrelas para programas como Narcos, Black Mirror, Vikings, Sons of Anarchy, Stranger Things, por exemplo, a plataforma vai classificar os outros programas de acordo com esses filtros que você atribuiu à máquina. Na maioria das vezes, o sistema realmente acerta em achar séries com sofisticação e temática similar que agradam o usuário, mas também erra bastante em posicionar negativamente conteúdos com qualidade.

Comecei a assistir 3%, a primeira série brasileira produzida pelo NetFlix para o público mundial. Achei o timing de lançamento perfeito, já que foi logo após ao boom recente de Black Mirror, programa que exibe visões plausíveis para um futuro apocalíptico próximo. A temática de 3% é totalmente dentro desse contexto, podendo ser uma das histórias abordadas pela série britânica em algum episódio.

Uma coisa que me chamou atenção na hora que eu fui começar a assistir era que a série estava ranqueada com 3 estrelas. Aquilo me intrigou. Por que para o público consumidor de Black Mirror (5 Estrelas), 3% só tem 3 estrelas?. Entendo as pessoas que não gostam de ficção científica e temas apocalípticos não assistirem, mas por que o público ama o produto internacional e classifica mal o nacional que é praticamente igual em termos de execução? Lembrando que o algoritmo só leva em conta o público brasileiro, já que a NetFlix tem programação variada em cada país.

Estou apenas colocando o diálogo em aberto. Eu gostei de 3%, a série tem o aspecto comercial de ter jogos, momentos de ação e suspense, mas também é arte ao trazer uma mensagem bem clara contra a repressão e suas consequências. É uma previsão verossímil e serve como metáfora pros tempos atuais.

O fato da NetFlix investir no mercado nacional e o lançar para o mundo é um estímulo enorme para todos os produtores de audiovisual no país e deve ser desejado por todos.

Vamos torcer para novas séries do país aparecerem, para a cultura do Brasil florescer e que o nosso mercado prospere internacionalmente.

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Por Marcos Klein, de A Vida É Uma Só