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Revival – Selena Gomez


No dia de seu lançamento, leiam a nossa resenha para o atual novo projeto da ex-Disney

Sair do mundo pré-moldado e perfeito dos estúdios Disney e encarar o mercado real, seja ele qual for, não é uma tarefa fácil. É fato que esta empresa abre incríveis oportunidades para diversos artistas e, por isso mesmo, os felizardos acabam limitados e obrigados a fazer parte de certo perfil apenas para que esta empresa obtenha os lucros desejados. Passados anos após estes artistas saírem debaixo das “luvas” do Mickey, observamos que marionetes e celebridades teen sem conteúdo são adjetivos absurdos e nada coniventes com a atual realidade. E foi com esse pensamento em mente que ouvimos, com muito frenesi, o segundo disco solo de Selena Gomez, o Revival.

Com uma música título e um clima mais urbano, Selena dá início à sua “renovação”. Ao ouvir o novo disco, não imagino música melhor para introduzir o ouvinte na produção. É sensual, repleto de referências sonoras à música negra urbana e ainda conta com vocais limpos, calmos e muito bem desenhados. E se levarmos em conta que a sonoridade da faixa embala qualquer um, mesmo não sendo uma canção agitada, constatamos que essa é, sem dúvidas, um dos destaques do disco. Observem que essas características são refletidas por 80% do disco.

 A sonoridade do Revival pode muito bem ser divida em três eixos pop: as com referências urban; as sintetizadas e alusivas às pistas europeias (sem muito apelo comercial); e as mais latinas. Pode parecer uma grande salada, no entanto é impressionante como os três sons casam entre si no decorrer do projeto. É possível dançar à vontade ao som das eletrônicas Kill Em With Kindness, Me & The Rhythm e Camouflage; curtir as modernas Revival, Hands To Myself e Good For You; e ainda se entregar ao ritmo latino de Body Heart e Me & My Girls. Isso sem falar das baladas Same Old Love, Sober e muitas outras.

E mesmo que a impressão de que o novo disco de Selena é menos comercial, surpreende-se quem se entrega fácil até para as músicas mais lentas. Um de seus pontos fortes, é a ausência de apelo direto ao grande público fã de música pop. Até então com dois únicos singles lançados, a cantora se mostrou segura do investimento com o Revival. Para exemplificar, escutem a primeira música de trabalho do disco: Good For You, com A$AP Rocky. O hit é certeiro, mas não imediato. Conforme o tempo passa, o público se apega à música e a mesma ganha proporções inimagináveis. Bingo!

Por que ouvir o Revival?

É de consenso deste autor que a definição para a palavra artista está nos desafios que o mesmo se propõe a enfrentar. Deixar parte da carreira lançando faixas já mastigadas por questões provavelmente contratuais, a fim de investir em uma imagem visual e sonora própria é tanto de se aplaudir, quanto de colocar a palavrinha mágica “artista” atrelada ao seu nome.

Em seu último projeto, o Stars Dance (2013), Selena explorou mais a sexualidade sob faixas eletrônicas prontas para as pistas de dança. Em Revival, a cantora busca o lado mais humano dessa sexualidade. É o famoso “sexy sem ser vulgar” (não que fosse vulgar no anterior; muito menos que não pudesse ser vulgar quando quisesse). Neste disco, a artista prova que está em constante crescimento pessoal e profissional, e isso reflete em sua música. Agora, as músicas presentes no álbum anterior, quando comparadas às novas, parecem com novas roupagens, histórias para contar, maiores declarações e principalmente segurança própria.

Em 2013, este humilde autor sofreu críticas por conta da resenha do próprio Stars Dance diretamente no Play It And Listen. As críticas, vindas de um certo público, descaradamente hater, serviram de impulso para que quem estivesse por trás deste texto avaliasse, pensasse e repensasse qualquer ação de marketing envolvendo o Revival. Conclusão: não se pode agradar a todos, mas é possível tocar de alguma forma o público em geral. Por mérito, Selena Gomez nos tocou positivamente. Seu novo álbum é excelente, e por isso vale 9,6.

por Lucas Rodrigues / Play It And Listen

Leam também a matéria sobre o atual single do álbum de Selena, Same Old Love.


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