David Duchovny, conhecido mundialmente como o agente Fox Mulder da série “Arquivo X, está de volta ao History como anfitrião e produtor de “Arquivos Desclassificados” (Secrets Declassified). A nova leva de episódios inéditos vai ao ar aos sábados, às 21h10.
Em coletiva virtual com jornalistas da América Latina, David Duchovny e Cesar Sabroso, VP Sênior de Marketing da A+E Networks Latin America, falaram sobre a busca pela verdade em tempos de fake news e sobre a diferença entre ficção e realidade.
E o Site A Ilha do Metal teve a honra de estar presente bem como ser um dos escolhidos a fazer uma pergunta ao ator, e os melhores momentos da coletiva na nossa visão estão abaixo indicando os veículos que fizeram a pergunta também.
CESAR SABROSO – History Channel- ): Boa tarde e bem-vindos a este grande evento do HISTORY, onde temos a oportunidade exclusiva e inédita de conversar com David Duchovny, estrela de “Arquivos Secretos Desclassificados”, uma série que explora os segredos que envolvem governos e mistérios de terceiro grau. Aqui está o trailer desta ótima produção do HISTORY Channel.
CESAR SABROSO – History Channel- ): Olá, David, tudo bem?
DAVID DUCHOVNY- ): Tudo bem, obrigado.
CESAR SABROSO – History Channel- ): Estamos muito felizes em tê-lo conosco. Queremos saber mais sobre você e sobre esta incrível série que o HISTORY está apresentando neste evento global. A premissa é que Duchovny examina documentos governamentais recentemente desclassificados para descobrir a verdade por trás de atividades históricas secretas. Você pode nos dizer qual é, da sua perspectiva como apresentador, a verdadeira premissa do programa?
DAVID DUCHOVNY- ): Bem, como você sabe, devido às leis governamentais, certos documentos são desclassificados ao longo do tempo, geralmente quando a maioria dos envolvidos já faleceu. Então, eles se tornam públicos. São documentos históricos reais que registram eventos verídicos que antes poderiam ter sido apenas rumores ou suspeitas, mas que agora estão confirmados. Não são teorias da conspiração ou conjecturas. São documentos autênticos, eventos reais que acabaram de ser desclassificados e que agora estamos apresentando ao público.
CESAR SABROSO – History Channel- ): Nem todos sabem disso, mas além de ser o apresentador, você também é produtor. Qual é o seu nível de envolvimento na produção e na seleção dos arquivos ou casos exibidos na tela?
DAVID DUCHOVNY- ): Para ser honesto, não estou muito envolvido nisso. Foi uma ideia que a equipe do HISTORY me apresentou e eu achei excelente. Eles já tinham feito um progresso considerável com as histórias que queriam contar, então fiquei simplesmente feliz em ser o apresentador.
CESAR SABROSO – History Channel- ): E nós estamos muito felizes que você esteja apresentando. Todos te conhecem pelos seus papéis no cinema e na televisão, e provavelmente um dos mais famosos é Arquivo X. Quanta dessa experiência você traz para esta nova série sobre arquivos desclassificados?
DAVID DUCHOVNY- ): Acho que esse foi um dos motivos pelos quais o HISTORY pensou em mim, por causa da minha ligação com Arquivo X. Mas a verdade é que Arquivo X era completamente ficcional. Era totalmente inventado. Chris Carter e os roteiristas podiam se inspirar em certas histórias, mitos ou coisas que aconteceram, mas o que eles fizeram foi criar um ótimo cinema, uma ótima série de televisão, a partir disso. Não era baseado em eventos reais; era baseado na imaginação.
CESAR SABROSO – History Channel- ): No entanto, há um fato interessante que nem todos sabem: seu QI é 147 e você estudou em Princeton e Yale. Foi o que descobrimos, então parece que você é bastante inteligente.
DAVID DUCHOVNY- ): Não tenho ideia de qual seja meu QI; nunca foi medido. Não sei o que 147 significa. Mas sim, estudei em Princeton e Yale, principalmente literatura inglesa. Minha formação mais sólida é em ficção literária e poesia. Estudei um pouco de história, mas não muito. Tive a sorte de receber uma boa educação graças ao trabalho árduo da minha mãe, e isso é tudo que posso dizer.
CESAR SABROSO – History Channel- ): Também sabemos que você gosta de artes. Você não é apenas escritor, produtor e ator, mas também músico. Existe alguma chance de vermos vocês tocarem na América Latina em breve?
DAVID DUCHOVNY- ): Espero que sim, porque ainda não tocamos lá. Fizemos turnês pela Europa, Estados Unidos, Europa Oriental e até pela Rússia, há uns sete ou dez anos. Então, sim, devemos planejar ir. Seria maravilhoso tocar lá. Adoraríamos poder fazer isso.
CESAR SABROSO – History Channel- ): Então vamos conversar e planejar com antecedência para que isso aconteça desta vez. Queremos saber mais sobre a série, porque cada história e cada episódio nos fascinam. Por que você acha que o público não consegue parar de assistir a essa série?
DAVID DUCHOVNY- ): Acho que é porque essas histórias desclassificadas mostram a verdadeira humanidade das pessoas que tentavam alcançar certos objetivos. A história pode parecer vasta, impenetrável, mas quando você vê esses casos, entende que são apenas pessoas: pessoas imperfeitas tentando alcançar objetivos, muitas vezes nas sombras, fora dos limites da democracia. Então, elas tiveram que fazer isso em segredo. Acho que o que vemos são esses tipos de pessoas imperfeitas tentando mudar o curso da história em muitos casos, tentando causar um grande impacto. Às vezes é engraçado, e outras vezes, é verdadeiramente assustador.
CESAR SABROSO – History Channel- ): O que é melhor para você: entender ou acreditar?
DAVID DUCHOVNY- ): Essa é uma pergunta interessante. Para mim, entender é mais importante do que acreditar. Acreditar não é tão importante para mim. Acreditar é um estado emocional; entender, um estado cerebral, um estado mental. Você não pode argumentar com base em crenças. Você não pode basear seus argumentos em fatos a partir de crenças. E isso é perturbador. É por isso que as crenças são tão poderosas. Mas eu prefiro entender.
CESAR SABROSO – History Channel- ): Você espera uma segunda temporada?
DAVID DUCHOVNY- ): Sim, sempre me interesso em ver as histórias que essas pessoas descobriram. Não vi o novo lote de documentos desclassificados, mas acho infinitamente fascinante observar a mistura de loucura e ambição por trás deles. São essas coisas interessantes que me motivam.
CESAR SABROSO – History Channel- ): Perfeito. E para entender melhor essa série incrível, se você nos permitir, vamos compartilhar três minutos do trailer de um episódio muito importante.
DAVID DUCHOVNY- ): Perfeito, obrigado.
[VÍDEO]
CESAR SABROSO – History Channel- ): Como você pode ver, você fala espanhol e português perfeitamente.
DAVID DUCHOVNY- ): Eu sei. Estava pensando que soava melhor em espanhol do que em inglês. Obrigado.
CESAR SABROSO – History Channel- ): Se você tivesse provas ou evidências reais de alguma dessas teorias ou conspirações, o que faria com esses documentos?
DAVID DUCHOVNY- ): Não sei, não saberia como responder a isso. O que você faria? CESAR: Não sei, eu te ligaria para que pudéssemos resolver isso juntos. Bom, se você estiver pronto, vamos passar para a sessão de perguntas e respostas com a imprensa internacional, que está ansiosa para conversar com você. Então, vamos começar.
PERGUNTA (Roque Casciero, do jornal Página 12, Argentina): Olá, David. Obrigado por nos dar a oportunidade de fazer uma pergunta. Eu estava pensando… você mencionou a diferença entre Arquivo X e Segredos Desclassificados, entre ficção e esses documentos. Mas eu queria saber se alguma das histórias que você abordou em Segredos Desclassificados te fez pensar em ligar para Chris Carter.
DAVID DUCHOVNY- ): Não, na verdade não. Acho que é algo com que as pessoas se identificam. Mas eu sempre converso com o Chris sobre ideias. E, bem, eu envio artigos para ele o tempo todo. Aliás, semana passada eu estava enviando artigos para ele sobre aquele cometa que um professor de Harvard teorizou que poderia não ser orgânico, que poderia ser uma nave espacial. Claro que não é. Mas, sabe, estou sempre em contato com o Chris, embora não necessariamente sobre os assuntos que discutimos neste programa em particular.
PERGUNTA (César González, do jornal El Universal, México): Olá, David. Tudo bem? Com toda a sua experiência nesses assuntos, por que você acha que as pessoas preferem dar atenção a esses arquivos desclassificados que falam sobre coisas que já aconteceram e fazem parte da história, em vez de se concentrarem em problemas reais e atuais do mundo, como as questões de imigração nos Estados Unidos ou a guerra na Palestina?
DAVID DUCHOVNY- ): Essa é uma ótima pergunta. Eu não escolho o que interessa às pessoas. As pessoas se interessam tanto por história quanto pelo presente. Não sei qual deveria ser mais importante. Além disso, o presente é moldado pela história que nos trouxe até aqui. Chegamos a este ponto por meio da história. E é sempre importante, eu acho, conhecer a verdadeira história, se possível.
DAVID DUCHOVNY- ): Essa é uma ótima pergunta. Eu não sei. Mas espero que alguém possa conseguir essa informação para vocês. Eu não a tenho, mas acho que é um ponto muito importante: se vocês se interessarem por alguma dessas histórias, também deveriam ter acesso público a elas. Depois de assistirem ao episódio e quiserem saber mais ou ler os arquivos por conta própria, deve haver alguma forma de acessá-los, já que acredito que agora fazem parte do domínio público.
PERGUNTA (Juan Carlos Berner, do Cine, TV y Más, Chile): Olá, David. É um prazer conhecê-lo. Minha pergunta é: você acha que a verdade está lá fora ou mais perto do que pensamos, seja na vida real ou mesmo na sua série?
DAVID DUCHOVNY- ): Não, eu acho que a verdade está dentro de você, aqui, no seu coração. Não acho que esteja lá fora.
PERGUNTA (Vanessa Bermúdez, do jornal El Universal, Venezuela): Sr. Duchovny, o único e inigualável, é um verdadeiro prazer falar com o senhor hoje. Muito obrigado pelo seu tempo. Espero que esteja muito bem, aliás. Uma pergunta rápida: Fox Mulder e Hank Moody são dois dos personagens mais icônicos da sua carreira. O que cada um deles lhe ensinou?
DAVID DUCHOVNY- ): Eles não me ensinaram nada… ou melhor, muita coisa como ator. Eu tive que encontrar uma maneira de entrar em duas mentes muito, muito diferentes. Então, como pessoa, eu diria nada, mas como ator, tudo.
PERGUNTA (Belén Eligio, de El Sol de México, México): Olá, David, é um verdadeiro prazer falar com você. Você mencionou antes que adora criar, fazer música… Gostaria de saber se você tem planos de lançar novas músicas ou talvez escrever outro livro.
DAVID DUCHOVNY- ): Tenho outro álbum que provavelmente será lançado em fevereiro. Talvez eu esteja trabalhando em um romance… talvez sim, talvez não. Veremos, veremos se eu “desclassifico” esse romance. E tenho roteiros que quero fazer. Estou sempre planejando coisas, porque a natureza deste negócio é que, a cada 25 ideias ou tentativas de ideias, talvez uma realmente se concretize. Então, preciso me manter bastante ocupado, ser bastante prolífico, para que algo realmente aconteça.
DAVID DUCHOVNY- ): Não, nada foi lançado ainda. Vai se chamar Prince of Pieces. Essa é a faixa-título, a música “Prince of Pieces”. Estamos muito orgulhosos dele, adoramos o novo álbum. Mal posso esperar para lançá-lo em fevereiro.
PERGUNTA (Juan Andrés Salfate, da Multiverso Media, Chile): Olá, David, prazer em conhecê-lo. Só uma pergunta: você acha que o governo dos EUA realmente sabe a verdade por trás do fenômeno OVNI, ou o mistério continuará até que essa inteligência não humana decida revelar suas verdadeiras intenções?
DAVID DUCHOVNY- ): Ainda estou procurando por inteligência humana dentro desta administração. Então, vou parar por aqui.
PERGUNTA (Caracas Vibra, Venezuela): O quanto você realmente acredita em segredos de governo e o quanto em fenômenos inexplicáveis?
DAVID DUCHOVNY- ): Eu acredito na ciência. Acredito que a política é um negócio complicado e, se fosse um jogo de cartas, você precisa guardar algumas cartas a sete chaves. E se você puder trapacear e se safar, provavelmente o fará. Então, sim, acredito que existem segredos que conhecemos e segredos que não conhecemos. Mas não sou alguém que pensa em termos de conspirações.
PERGUNTA (Marcos Almeida, da Ilha do Metal, Brasil): Olá, David. Minha pergunta é se algum episódio deste programa do History Channel te lembrou algum dos episódios em que você atuou em Arquivo X, se você vê alguma semelhança entre os dois.
DAVID DUCHOVNY- ): Bem, acho que algumas das histórias que abordamos neste programa são bastante conhecidas, embora agora tenhamos acesso a documentos desclassificados, o que nos dá muito mais informações do que tínhamos antes. Mas algo como o MKUltra — que serviu de base para O Candidato da Manchúria e muitas histórias da década de 1960 sobre controle mental com drogas, tentando descobrir se poderes psíquicos eram reais — e pensar que o governo, sendo o mesmo governo que fornecia drogas às pessoas e tentava descobrir essas coisas, é o mesmo governo que tornou a maconha quase um crime punível com prisão, enquanto fornecia LSD às pessoas, é bastante irônico.
PERGUNTA (Lalo González, da Rádio ACIR, México): Oi, David. Tenho uma pergunta para você. Você acha que existem coisas cuja realidade é melhor deixar desconhecida?
DAVID DUCHOVNY- ): Hmm… sim, interessante. Talvez. Você teria que me dar um exemplo do que quer dizer. Suponho que, em nível pessoal, sim, algumas coisas é melhor deixar em segredo. Mas se for algo de importância global ou de interesse nacional, então provavelmente deveria ser divulgado.
PERGUNTA (Marcel Botelho, da Nerd Station, Brasil): Olá a todos. David, você é um ótimo ator, roteirista e produtor. Como você se sente agora no papel de apresentador de TV? E, por favor, mande uma mensagem para nossos fãs no Brasil.
DAVID DUCHOVNY- ): Olá, Brasil. Estamos sempre falando em levar a banda para aí. Eu também faço música, então estamos vendo como poderíamos ir tocar no Brasil. Qual era a sua pergunta? Desculpe, antes disso, qual era a pergunta?
Você é um ótimo ator, produtor e roteirista. Como você se sente como apresentador de TV?
DAVID DUCHOVNY- ): Como apresentador? Vejo isso simplesmente como outra forma de contar histórias. Sou parte da história, como disse antes. Algumas dessas histórias são como thrillers, outras como terror, e outras ainda são mais cômicas ou absurdas. E eu sinto que, como apresentador, meu papel é definir o tom da história que o público está prestes a ouvir.
PERGUNTA (Emilio Jozami, El Liberal, Argentina): Boa tarde, é um prazer, David. Minha pergunta específica é: que lições você aprendeu com o programa Arquivos Desclassificados?
DAVID DUCHOVNY- ): Acho que, além dos casos específicos, que são interessantes de se conhecer, sempre me surpreendo quando me deparo com essas histórias em que as ideias são ridículas, e pensar que havia pessoas que acreditavam que ideias tão absurdas poderiam funcionar ou ser eficazes para atingir seus objetivos. Acho isso incrível e sombrio ao mesmo tempo. Às vezes, a natureza humana é tão variada, tão ambiciosa e tão insana quando você lê ou se depara com esse tipo de história.
PERGUNTA (Ederli Fortunato, Cri Crítico, Brasil): David, você estava falando sobre as histórias que leu e apresentou na série. Alguma dessas histórias te inspirou, ou poderia te inspirar, a escrever um roteiro, um filme ou uma série no futuro?
DAVID DUCHOVNY- ): Não, ainda não. Mas acho que é uma possibilidade, porque essas histórias são tão completas e fascinantes. Eu não tinha pensado nelas como uma fonte de ideias para criar um roteiro, mas vou seguir seu conselho e começar.
DAVID DUCHOVNY- ): É uma honra fazer parte desse grupo. E acho que o que você está dizendo é verdade: todos eles são contadores de histórias, e esta é mais uma forma de contá-las. É uma área com narrativas valiosas e surpreendentes, então estou feliz por fazer parte do HISTORY Channel e estar em tão boa companhia.
CESAR SABROSO – History Channel- ): Você é conhecido por tentar deixar sua marca em tudo o que faz — seja escrevendo, compondo música, produzindo ou atuando. Você sempre quer deixar um legado, uma marca. Como é fazer parte da história com o HISTORY Channel?
DAVID DUCHOVNY- ): Tenho muito orgulho de apresentar histórias reais, que ainda têm efeitos hoje, cujos efeitos colaterais desses eventos históricos ainda estão presentes entre nós. Se pudermos ajudar a esclarecer o passado, isso é fantástico. E se isso também puder tornar nosso caminho para o futuro mais fácil ou mais claro, melhor ainda.
CESAR SABROSO – History Channel- ): Queremos agradecer pelo seu tempo, pelo seu legado, por nunca desistir e por sempre querer mais da vida, por tentar deixar sua marca por onde passa. Esperamos vê-lo em breve na América Latina. E estamos muito felizes que duas novas temporadas da sua série chegarão ao HISTORY. Muito obrigado.
DAVID DUCHOVNY- ): Obrigado. Foi um prazer.
