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A intensificação dos sentimentos e desejos de Tove Lo em “Blue Lips”, Lady Wood Phase ll


Tove Lo ainda mais intensa, quebrando o tabu e explorando os seus desejos e sentimentos no disco “Blue Lips”.

Pouco mais de um ano após o lançamento de “Lady Wood”, a cantora sueca Tove Lo finalizou e lançou seu terceiro grande trabalho de estúdio, “Blue Lips“, na última sexta-feira (17). O álbum já chegou à 4ª posição no iTunes, o que atendeu a alta expectativa do projeto da artista.
Há mais de um ano em tour, a pop star passou por vários festivais em várias localidades, vindo ao Brasil pela primeira vez para a 6ª edição do Lollapalooza, além ser convidada especial para abertura da mega “A Head Full Of Dreams Tour”, do Coldplay.
Enquanto tinha algumas semanas de descanso, Lo teve inspiração para compor e gravar, na estrada, novas e mais intensas músicas de sucesso, intituladas também como a continuação de Lady Wood (Lady Wood Phase ll)
Diferentemente de seu antecessor, que abordou o desejo do início de um relacionamento, “Blue Lips” foca na intensidade e espontaneidade do relacionamento em si corrente, descrevendo altos e baixos com um mix suave, intenso e principalmente sexual, recorrente e já explícito no nome do álbum (a referência é o termo blue balls).
Tove contou numa entrevista que suas músicas retratam sentimentos e são o reflexo do contexto de sua vida, com isso, as faixas contam a história de relacionamentos reais e são divididas em duas fases: LIGHT BEAMS e PITCH BLAC.

O álbum dá partida com LIGHT BEAMS, faixa instrumental muito interessante que introduz a primeira parte, contendo elementos do single que vem na sequência, disco tits. Com vibe otimista e confiante, Lo mostra expectativas (também sexuais) e tenta convencer alguém a se envolver mais intensamente com ela. No videoclipe, o seu provável parceiro é substituído por um puppet, com o qual ela se relaciona no decorrer da exibição.

Logo em seguida, acompanhada de uma melodia mais descontraída, shedontknowbutsheknows muda o contexto anterior e ela passa a ignorar o fato de estar no “escuro” do relacionamento como diz em: “Ela não sabe o que você fez quando voltou para casa / Oh ela não sabe o que você está fazendo agora a noite toda…” e adiciona “… ela sabe / Ela prefere sorrir, fingir com você e deixar para lá”.

Nas próximas três faixas, shivering gold, dont ask dont tell e stranger, cria-se um momento mais dark, onde fica perceptível sua vulnerabilidade em: “Você é meu estranho no escuro / Solitária com um coração solitário/ Esperando alguém me levar para casa”.

Tove volta a falar em viver o relacionamento sem preocupações e de maneira intensa, se entregar sem precisar esclarecer os respectivos passados e viver apenas o presente quando diz “Meu passado não pergunte e não conte / Não precisamos compartilhar demais…”.

A primeira fase é finalizada com bitches, e então vem a segunda faixa instrumental PITCH BLACK, que nomeia a fase mais post-rush, com quebra de todas as expectativas criadas! O featuring com Daye Jack ficou bem feito, tendo sintonia com o momento do álbum em romantics e o desejo de intensidade no relacionamento já é mencionado como algo que poderia ter acontecido: “Nós poderíamos ter sido românticos para a vida”. É uma música mais voltada para o trap, resultando numa mistura bem produzida com a voz e os efeitos.

Caminhando para o fim da história, as músicas ficam mais dramáticas e Lo se mostra cada vez mais incompleta e afetada pela situação do relacionamento como em struggle: “A luta é real quando você não me conta como se sente”.

Blue Lips fecha com hey you got drugs e conclui o drama com uma bela melodia acompanhada de piano e seu Eletropop, contando o término e transmitindo, pela música, sua tristeza e como lidou com toda a situação.

Com repertório pop bem característico de Tove Lo, “Blue Lips” consolidou a identidade da sueca mostrando inovação e ousadia com produção admirável e bem dançante. Lo se desafiou vocal e emocionalmente, arriscando cada vez mais as letras sensuais que são “tabulizadas” e criticadas.

Muito se fala sobre a questão, pois não se contesta músicos com trabalhos semelhantes que abordam o mesmo tema de forma mais acentuada, em muitos casos, mas criticam Lo e outras artistas do sexo feminino.

Por fim, sua atitude é admirável, seu talento está ascendendo e merece reconhecimento! Blue Lips ficou incrível, não vai se arrepender em tirar um tempinho para conferir.

Por Caroline Mesquita, do On Backstage


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