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Dia Roxo: conheça famosos com epilepsia


No dia 26 de março comemora-se o Dia Roxo, criado em 2008 para a conscientização da epilepsia, doença de cerca de 2% da população mundial

O dia 26 de março é comemorado em diversos países como o Dia Roxo ou “Purple Day”. Ele foi criado em 2008 por Cassidy Megan, uma menina canadense com 9 anos de idade na época, como uma forma de conscientizar as pessoas sobre a epilepsia. Seu objetivo é fazer com que as pessoas conversem e se eduquem sobre o assunto, de forma que preconceitos sejam desfeitos e que nós possamos estar preparados para ajudar quem vive com ela.

Diagnosticada com epilepsia aos 7 anos, Cassidy escolheu o roxo pela associação da cor à solidão, um sentimento experimentado pelos portadores da doença.

“Comecei o Dia Roxo porque pensei que era a única com epilepsia e queria que as outras pessoas soubessem que não estão sozinhas e que há outros como elas”, contou Cassidy ao CBC News.

Estima-se que 50 milhões de pessoas tenham epilepsia no mundo todo. No Brasil, o número gira em torno de 3 milhões de pessoas com a doença.

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Cassidy Megan

E como hoje é Dia Roxo, conheça alguns famosos com epilepsia. Ao final deste post há informações sobre a doença:

Lil Wayne

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Em 2013, após ser hospitalizado por conta de três crises epiléticas seguidas, o rapper Lil Wayne admitiu ter a doença e disse que estava se recuperando.

“Esse não foi o meu primeiro, segundo, terceiro, quarto, quinto, sexto ou sétimo ataque, vocês apenas nunca souberam disso”, disse o cantor em uma entrevista para uma rádio.

Machado de Assis

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Machado de Assis tinha epilepsia, mas não admitia ter a doença, referindo-se a ela como “fenômenos nervosos”, tendo ocultado-a até da própria esposa, Carolina.

Van Gogh

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O pintor holandês foi diagnosticado com epilepsia do lobo temporal, agravada pela ingestão do absinto, uma bebida considerada a “musa” dos grandes artistas.

Dostoiévski

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Na época em que o autor russo viveu, a epilepsia não era muito conhecida, mas ele descrevia os sintomas da doença em suas obras. Em “O Idiota”, publicado em 1869, Dostoiévski escreveu o personagem Príncipe Míchkin, o qual sofre com epilepsia.

“Ele sonhou com a fase em que se anunciavam os ataques epilépticos quando estes o surpreendiam em estado de vigília. Nesses instantes rápidos como um relâmpago, o sentimento da vida e da consciência se decuplicavam nele. Seu espírito e seu coração se iluminavam com uma claridade intensa; todas as suas emoções, todas as suas dúvidas, todas as suas preocupações se acalmavam ao mesmo tempo para se converterem numa serenidade soberana, feita de alegria luminosa, de harmonia e de esperança, em favor da qual sua razão se elevava à compreensão das causas finais.”

Ian Curtis

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O líder da banda Joy Division tinha ataques epiléticos frequentes, inclusive durante shows. Uma das músicas do grupo, “She’s Lost Control”, do álbum Unknown Pleasures, é sobre a doença.

Danny Glover

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O ator, famoso por filmes como “Máquina Mortífera” e “A Cor Púrpura”, contou que teve seu primeiro ataque epilético aos 15 anos. Com quase 70 anos, ele disse não ter mais crises desde os 35 anos.

Sobre a epilepsia:

É um distúrbio que causa descargas elétricas que interrompem as atividades normais das células nervosas e podem resultar nas crises epiléticas. Segundo a Associação  Brasileira de Epilepsia, para o diagnóstico da enfermidade, é preciso que aconteçam ao menos duas crises num intervalo superior a 24 horas, sendo necessário que elas não tenham sido provocadas, por exemplo, pela ingestão de drogas, bebidas alcoólicas ou lesões.

O que fazer durante uma crise epilética:

As crises acontecem de diferentes maneiras. Na mais comum, o corpo do indivíduo se enrijece e ele cai no chão se debatendo. Nessas situações, pouco se pode fazer. É preciso apoiar a cabeça da pessoa para evitar algum trauma, virar o rosto de lado para impedi-la de asfixiar-se com o próprio vômito ou saliva, e esperar a crise passar. Há um mito de que a pessoa pode engolir a língua, mas isso é impossível. Não se deve tocar na língua de uma pessoa que esteja em meio a um ataque epilético.

Em outras crises, no entanto, a pessoa pode sentir um formigamento no braço ou ficar imóvel com o olhar fixo, como se estivesse fora de si. Após o ataque epilético, deve-se dar espaço para que o indivíduo possa recuperar movimentos, uma vez que ele está recobrando a consciência.

Tratamento:

Sofrendo uma crise ou mais, é preciso procurar um ajuda médica. Mas, como dito anteriormente, o diagnóstico da epilepsia só pode ser feito após uma segunda crise.

Para o tratamento, é importante uma consulta com um médico, o qual precisa ser informado sobre como acontecem as crises, a duração e a frequência com as quais elas ocorrem. “Como a epilepsia pode ter várias causas, exames complementares ajudam a investigá-las e a defini-las, pois um tumor, traumatismo craniano ou traço genético podem estar provocando as crises epiléticas”, afirma Li Li Min, médico e professor de neurologia na UNICAMP (SP), entrevistado pelo doutor Dráuzio Varella. Com o uso da medicação, o indivíduo pode levar uma vida normal.

* Por Artur Francischi, do Prosa Livre


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