Essa semana está acontecendo a Comic Con Experience 2017, uma das maiores exposições de entretenimento do mundo em São Paulo. No segundo dia do evento, Fernanda Montenegro foi homenageada em um dos painéis.
Com 71 anos de carreira, a atriz falou sobre sua trajetória que começou no teatro. Fernanda contou que foi a primeira atriz contratada por televisão do Rio de Janeiro graças à atuação em uma peça mal-sucedida.
A pioneira da televisão falou sobre a importância de se fazer arte no Brasil atualmente.
“É vital fazer arte no Brasil de hoje em dia. Sem arte, o país não vira uma nação.” – comentou
Outro tema citado foi o avanço tecnológico. Há 80 anos, ao ver um filme, ela contou via pessoas que se comunicavam com outros planetas por telas, e nos dias de hoje, as fronteiras são inexistentes. “Já parou para pensar onde a tecnologia vai chegar em 100 anos?” – provocou. Fernanda Montenegro não acredita que esse avanço vai assustar essa geração como assustou a dela, por ter acontecido de forma brusca.
O entrevistador Rodrigo Fonseca questionou sobre o lado nerd da atriz. Ela revelou que lia hqs de “Flash Gordon”, “O Fantasma”, “Namor” e pedia nas bancas por uma publicação chamada “Suplemento Juvenil” nos anos 30.
Ela considera TV algo muito importante na sua vida mas sua formação é toda voltada ao teatro. Comentando sobre a novela “O Outro Lado do Paraíso”, de Walcyr Carrasco, ela elogiou a sensibilidade do autor em criar um núcleo mais velho. Ela se sente grata pelos personagens de Laura Cardoso, Lima Duarte e Juca de Oliveira possuírem um protagonismo dentro da história e terem certa relevância.
O Emmy recebido em 2013 por “Doce de Mãe” foi recebido como uma homenagem para ela, por ter sido a primeira atriz contratada da TV no Rio de Janeiro. Assim, ela se sentiu reconhecida. Outro reconhecimento veio pelo público jovem presente no local da convenção. Com a maioria com a idade similar a dos seus netos, Fernanda se emocionou por perceber que conseguia atingir todas as idades.
Para finalizar, ela deu um “conselho da vovó”. Ela falou sobre o dramaturgo e cronista Nelson Rodrigues e sua capacidade de “enxugar” bastante os textos. “É extremamente importante a leitura de Nelson Rodrigues” – ela finalizou com o conselho.
Ela saiu do auditório emocionada e sendo ovacionada. Uma fofa! <3
Por Alexandre Levy em parceria com o Café Radioativo
