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Honeymoon – Lana Del Rey


A artista lançou, na última sexta-feira (18), seu terceiro disco. Leiam nossa resenha para o projeto 

Me recordo da primeira vez em que ouvi Lana Del Rey. Se tratava de “Video Games” (2011), faixa dita na época como uma das mais belas baladas românticas de todos os tempos pela mídia especializada. Não dei muita bola para o que escutei, mesmo considerando a letra da faixa muito bem escrita e explorada. De início, estava diante de só mais uma música alternativa com o adjetivo “sonolento” atrelado ao nome da cantora em questão. A longo prazo, uma das mais competentes e surpreendentes artistas da história da música, em minha opinião.

 

Agora em seu terceiro disco, o Honeymoon, lançado na última sexta-feira (18), Lana traz a tona mais uma vez a sua música para o cenário mainstream. Desta vez com uma proposta diferente do gótico Ultraviolence (2014), a cantora retorna mais romântica do que nunca. O projeto chega com pouca divulgação, mas com potencial fora do comum. Conheçam Del Rey em sua lua-de-mel.

Lana Del Rey é conhecida por suas fortes faixas. Fortes em diversos aspectos: sonoro, videográfico, literal e muito mais. Características que podem muito bem ser encontradas em seu mais novo disco. Em Honeymoon, Lana, como sempre, canta para seu par, só que desta vez com um apelo amoroso maior. Se antes, a cantora lamentava ser trocada por drogas, whisky e rock and roll, agora Del Rey se declara profundamente apaixonada e disposta a aturar qualquer coisa em nome de seu amor. Três faixas encontradas na primeira parte do álbum podem exemplificar isso com mais profundidade: “Music To Watch Boys To”, “Terrence Loves You” e “God Knows I Tried”. A última, uma excelente balada em que a performance vocal de Lana se destaca como nunca. Impecável!

Uma coisa que chama muita atenção em Honneymoon é, também, a versatilidade em que a artista brinca com os sons em atrelar as faixas mais lentas com as músicas com estrutura sonora mais complexa. A variação de sons entre uma música e outra pode parecer mais do mesmo para os negativistas. No entanto, o resultado, quando percebido, é uma experiência acústica agradável e não poluente aos ouvidos. Para auxiliar, angelicais falsetes de Lana fazem as produções mais especiais. Exemplo dessa variação pode ser percebida com o primeiro single do projeto, “High By The Beach”, que possui calmas batidas que nos remetem à black music.

 

Por que ouvir o Honeymoon?

Lana mostrou a que veio, mais uma vez. Num consenso geral da produção, o terceiro disco de Lana Del Rey é intrigante e, ainda assim, amável. O projeto tem como história a vida amorosa de uma atriz “Hollywoodiana”. Suas expectativas, manias, desejos e infinitas formas de amar e acabar não sendo correspondida. Assim, Lana faz de vinganças, frustrações e luxúria uma espécie de lua-de-mel (título do álbum em português), que ela vive da melhor e mais feliz forma possível. Soa como um belo filme dos anos 70.

Lane-Del-Rey-Honeymoon-ArtworkSe compararmos com outros projetos, temos aqui o divisor de águas da artista. Temos a superprodução de Born To Die (2012) e o minimalismo de Ultraviolence, e quando misturados, resultam em uma vulnerabilidade que é impossível de não adorar. De ponto negativo, algumas faixas como Art Deco, que mesmo seguindo a linha do disco, fazem da produção um pouco monótona demais. De positivo, a performance vocal de Lana, que é provavelmente seu ápice. Some também o contexto do disco e temos um possível forte candidato ao Grammy 2016 de álbum do ano.

INDICAÇÕES: Terrence Loves You, God Knows I Tried, Freak, The Blackest Day e Swan Song. 
NOTA: 8,9
por Lucas Rodrigues


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