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Ídolo do rock e símbolo da Jovem Guarda, Erasmo Carlos morre no Rio aos 81 anos


Muito querido no meio musical, onde era chamado de “tremendão” e “gigante gentil”, o cantor estava internado na capital carioca e tinha sido entubado na última segunda

O cantor e compositor Erasmo Carlos, de 81 anos, morreu no Rio de Janeiro nesta terça-feira (22). Ele estava internado há cerca de uma semana no Hospital Barra D’Or, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade, e seu estado havia piorado na última segunda-feira, quando precisou ser entubado. Segundo a família o cantor estava sendo tratado de uma síndrome edemigênica, doença causada por patologias cardíacas e renais.

Um dos símbolos da Jovem Guarda, movimento que ajudou a fundar e do qual se tornou um dos principais integrantes, e considerado um dos pioneiros do rock nacional, Erasmo Carlos havia ganho o prêmio Grammy Latino há cinco dias, o segundo de sua carreira. Seu disco “O futuro pertence à … Jovem guarda” foi eleito o Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa.

Nascido na em 5 de junho de 1941, se interessou cedo pela música. Na infância foi vizinho de outros garotos que se transformariam, como ele, em grandes nomes da MPB, como Tim Maia e Jorge Ben Jor. Começou participando de grupos como os Snakes, e foi vocalista do Renato & Seus Blue Caps. No começo dos anos 60 conheceu Roberto Carlos, e a parceria entre os dois mudaria a história da MPB.

Junto com Roberto, Erasmo se tornou um dos pilares da Jovem Guarda, movimento que mudaria a música nacional. Ao todo os dois criaram juntos centenas de músicas, uma coleção de hits dividida entre as duas vozes. Depois, Erasmo se mudou para São Paulo, e se aproximou de nomes da MPB e da bossa nova. Em 1985, já considerado um dos nomes de ponto do Rock Brasil, se apresentou na primeira edição do Rock In Rio.

Erasmo deixou mais de 600 músicas, várias delas grande sucessos como “Sentado à Beira do Caminho”, “Minha Fama de Mau”, “Mulher”, “Quero que tudo vá para o inferno”, “Mesmo que seja eu”, “Festa de Arromba”, “Gatinha Manhosa”  e “É proibido fumar”.  Fez duetos ou foi gravado por grandes nomes da nossa canção como Chico Buarque, Lulu Santos, Zeca Pagodinho, Skank, Los Hermanos, Djavan, Adriana Calcanhotto, Marisa Monte, Frejat, Milton Nascimento, Simone, Nando Reis e muitos outros. No meio artístico era conhecido pelos apelidos de “Tremendão” e “Gigante Gentil”.

Em seu último aniversário o artista escreveu em suas redes sociais: “Sou o resultado das minhas realizações…sou o que pude e o que tentei ser plenitude…quis ser muitos e sobrou um quando dispensei meia-dúzia dos que não me souberam ser…contagiado pelo bem tornei-me um guerreiro da paz…o meu canto será ouvido assim como o som dos ventos, enquanto o sol brilhar e as lembranças resistirem… FELIZ ANIVERSÁRIO PARA MIM !!!”.

A morte de Erasmo foi lembrada por dezenas de amigos e artistas nas redes: “Erasmo era coração puro, fiquei muito emocionado quando o encontrei na minha última temporada no Rio, em agosto, quando dediquei o show pra ele”, escreveu Milton Nascimento. “Agora eu choro só, sem ter você aqui. Perdemos Erasmo, este “belo rapaz”. Nosso Tremendão! Quanta tristeza!”, lembrou Bethania. “Tremendão, amigo de fé, irmão camarada, cantou amores, a força da mulher e a preocupação com o meio ambiente. Deixa saudades e dezenas de músicas que sempre estarão em nossas lembranças e na trilha sonora de nossas vidas” homenageou o presidente eleito do Brasil, Lula.


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