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Já era hora do mundo ser salvo por super-heroínas


Estamos entrando em 2016 e já era hora do mundo ser salvo por super-heroínas. Para nossa sorte, em 2015 três delas apareceram na televisão!

O ano de 2015 vai ficar marcado como o ano em que finalmente foi dada às mulheres a oportunidade de salvar o mundo.

No comecinho de novembro estreou na Warner “Supergirl“, série que tem Melissa Benoist no papel da super-heroína, cujos poderes escondeu desde pequena, quando veio à Terra após a explosão de seu planeta de origem. Agora, aos 24 anos, Kara Danvers (nome da personagem) quer abraçar tudo o que a torna única e lutar contra o crime e alienígenas.

“Supergirl” é a segunda produção – e a primeira da DC Comics – com uma heroína no papel principal. Antes dela veio a “Agent Carter”, da Marvel, e em agora temos, “Jessica Jones“, também da Marvel, na Netflix. É um novo tempo e já era hora de dar oportunidades para as mulheres salvarem ao mundo, ao invés de ficarem relegadas a interesses românticos dos super-heróis com histórias sem muito aprofundamento.

As três heroínas estão na televisão e representam o início de uma mudança que ainda está por vir nos cinemas. Por lá, não importa o quanto seja pedido, um filme da Viúva Negra só veremos mesmo no humorístico SNL, por enquanto. A Marvel prometeu, contudo, um longa da Capitã Marvel, que poderia ser dirigido por Ava DuVernay (algo que não vai acontecer, infelizmente). No entanto, a produção foi adiada para 2019, já que a empresa lançará “Homem Formiga e A Vespa”, em 2018. Antes disso, a “Mulher Maravilha” fará sua estreia nas telonas, porém, em “Batman Vs Super-Homem” no ano que vem.

Então, é na televisão que o jogo começa a virar. “Agent Carter”, protagonizada por Hayley Atwell e lançada no começo do ano, teve apenas oito episódios, mas já foi confirmada para uma segunda temporada com mais capítulos. A personagem apareceu pela primeira vez em “Capitão América: O Primeiro Vingador”, em 2011, e já era uma personagem feminina maior do que apenas a paixão de Steve Rogers. Isso a levou a ganhar uma série própria que fez sucesso com a audiência, um reflexo do sucesso que histórias em quadrinhos de super-heroínas têm feito também.

- Qual seu nome, querida? - Agente.
– Qual seu nome, querida?
– Agente.

“Não acho que seja algo novo as mulheres serem poderosas. Acho que estamos finalmente em acordo de que nós não vamos manter isso em segredo”, contou Ali Adler, uma das produtoras de “Supergirl”.

Esta segunda heroína é prima do Super-Homem e veio para a Terra para proteger o herói que ainda era pequeno e para fugir da destruição de seu planeta. Vale dizer que sua missão era cuidar dele, tamanha era a confiança por ela, que tinha apenas 12 anos. Sua nave se perdeu e chegou aqui 24 anos depois, quando Clark Kent não era mais criança, mas um herói reconhecido. Ela então foi adotada por uma família e escondeu seus super-poderes para tentar se encaixar à sociedade.

O primeiro episódio do seriado de Kara Danvers – nome da heroína, papel de Melissa Benoist -, veio cheio de mensagens feministas, como quando a personagem conta à irmã Alex que começou a trabalhar numa empresa comandada por uma mulher para quebrar o estereótipo de que mulheres não podem ser bem-sucedidas. Ou quando sua chefe, Cat Grant, lhe diz que a alcunha de “Supergirl” não é nada pejorativa. “Se você achar que Supergirl é algo menos do que excelente, será que o problema não é você?”

"Se você achar que Supergirl é algo menos do que excelente, será que o problema não é você?"
“Se você achar que Supergirl é algo menos do que excelente, será que o problema não é você?”

Em um dos momentos do capítulo de estreia, Supergirl luta contra um alienígena. Ao ver a dificuldade dela, um homem diz “ela não é forte o suficiente”, ao que Alex responde “Por que? Por que ela é uma garota?” A super-heroína vence a luta e prova que não é bom fazer julgamentos precipitados sobre ela.

E no dia 20 de novembro, a Marvel e a Netflix lançaram “Jessica Jones”, na plataforma de streaming de filmes e séries. A história da heroína (Krysten Ritter) é a mais complexa e sombria de todo universo Marvel. A personagem, para quem ainda não a conhece, perdeu seus pais ainda pequena num acidente de carro envolvendo um caminhão militar carregado de substâncias radioativas. Jessica ganhou poderes especiais, mas desistiu deles. A trama se desenrola a partir de sua nova vida, em Nova York, como uma detetive particular.

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São apenas três histórias de super-heroínas, mas suficientes para provar que há uma mudança acontecendo e há cada vez mais interesse nessas tramas. “Deveria haver tantas que todo mundo estaria cansado de heroínas como dizem estar cansados de super-heróis. Com certeza, isso ainda não aconteceu”, acredita Greg Belanti, produtor-executivo de “Supergirl”.

E o ponto de Belanti pode ser sustentado pela audiência conquistada na estreia da atração nos Estados Unidos, a maior para uma série adaptada dos quadrinhos: 12, 95 milhões de telespectadores.

Obviamente, há muito a ser feito, principalmente no que diz nas histórias de super-heróis em geral: faltam heróis negros, gays, lésbicas, trans etc. Porém, já é um bom começo ver mulheres tomando o protagonismo e mostrando que são tão boas de briga quanto os homens.

E indo além, elas lembram meninas e mulheres no mundo todo de que elas também podem ser as heroínas de suas próprias vidas.

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Por Artur Francischi, do Prosa Livre


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