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Justin Bieber critica a indústria da música e afirma que “não é um produto”


Em desabafo nas redes sociais, cantor fala sobre fé, cura emocional e pede que o mercado musical se torne “mais seguro, honesto e humano”

O cantor canadense Justin Bieber usou o Instagram, na véspera de Natal, em 24 de dezembro de 2025, para fazer um desabafo sobre sua trajetória na indústria fonográfica. Em uma série de textos acompanhados de trechos da Bíblia, ele afirmou que não se vê mais como vítima, mas como alguém “restaurado”, e resumiu sua posição com frases que repercutiram amplamente: “Não quero vingança. Quero redenção” e “Não sou um produto. Não sou o que a indústria exigia. Sou um filho”.

Ao relatar que passou anos se sentindo moldado por expectativas externas e por um sistema que o tratava como mercadoria, Bieber destacou que o processo de cura o levou a uma mudança de perspectiva. Segundo ele, é justamente por se considerar “curado” que hoje consegue perdoar. O perdão, explicou, não significa ignorar injustiças, mas impedir que elas continuem atuando por meio dele. O cantor também deixou claro que não pretende “queimar” ou destruir a indústria musical, e sim vê-la “feita de novo – mais segura, mais honesta, mais humana”.

O desabafo se soma a uma sequência de manifestações recentes em que Justin Bieber tem usado as redes para falar de saúde mental, autenticidade e fé. Ao longo de 2025, ele publicou textos em que admite ter “anger issues” (problemas de raiva), diz que às vezes “odeia a si mesmo” quando sente que está se tornando inautêntico e critica a pressão para se adaptar à expectativa dos outros. Em outra ocasião, afirmou que, apesar do sucesso, muitas vezes se percebe “indigno” e com a sensação de ser um “fraude”, comentário que também ganhou grande repercussão.

Essas declarações vêm acompanhadas de relatos sobre uma trajetória marcada por fama precoce, mudanças de ambiente profissional e rompimentos com figuras importantes de sua carreira. Em meio às preocupações de parte do público e de ex-colaboradores, representantes do artista negaram que ele estivesse em colapso financeiro, rebatendo reportagens que falavam em dívida de milhões de dólares e classificando essas informações como “clickbait” e “mal informadas.

O momento pessoal coincide com uma fase intensa também na área artística. Em 2025, Justin Bieber lançou o álbum “Swag” e, em seguida, o projeto complementar “Swag II”, configurando um álbum duplo com dezenas de faixas. A recepção da crítica foi mista: alguns veículos elogiaram momentos específicos e a disposição de experimentar, mas questionaram a duração excessiva e a coesão do conjunto, levantando a dúvida se o material não funcionaria melhor em um lançamento mais curto. Paralelamente, o cantor tem programado um retorno de grande visibilidade aos palcos, com apresentações em festivais de grande porte, como o Coachella, em 2026.

Ao expor sua relação com a indústria e com a própria imagem, Bieber reacende um debate que envolve artistas de diferentes gerações: até que ponto o sistema de celebridade e o modelo de negócios da música pop são capazes de conciliar sucesso comercial, saúde mental e condições de trabalho menos agressivas. Ao dizer que não quer vingança, mas redenção, e insistir que não é um produto, o cantor coloca em foco a dimensão humana por trás da figura pública e sugere que mudanças estruturais são necessárias para que o mercado se torne, nas suas palavras, mais “seguro, honesto e humano”.


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