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Maisie Williams, a Arya Stark de “GOT”, diz que há dois tipos de pessoas: normais e machistas


Maisie Williams tem apenas 18 anos e é defensora da igualdade e assumidamente feminista. Por isso, para ela o feminismo deveria ser o que todos querem e, portanto, normal.

Para Maisie Williams, a Arya Stark de “Game of Thrones”, há apenas dois tipos de pessoas: as normais e as machistas. É o que ela afirmou em uma entrevista ao site da Entertainment Weekly ao falar sobre feminismo.

“Fui perguntada em um das minhas primeiras entrevistas: ‘a Arya é feminista?’ Eu nem sabia o que era uma feminista”, recorda a atriz, que à época tinha 12 anos.

Hoje, aos 18, e assumidamente feminista, ela conta que, quando descobriu o sentido de feminismo, ficou em dúvida.

“Eu pensava: ‘não são todos assim?’ E então eu percebi que nem todo mundo é feminista, infelizmente.”

Por isso, Maisie acredita que ser feminista (ou pró-feminismo, no caso dos homens) deveria ser a norma.

“Sinto que nós deveríamos parar de chamar feministas de ‘feministas’ e começar a chamar as pessoas que não são como ‘machistas’, e então todos os outros são apenas humanos. Ou você é uma pessoa normal ou é machista.”

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Maisie Williams caracterizada como Arya Stark

A britânica, então, comentou as críticas que “Game of Thrones” recebeu pela representação feminina na série, em especial, após o episódio em que Sansa Stark (Sophie Turner) é estuprada por Ramsay Bolton (Iwan Rheon) na noite de seu casamento, no sexto episódio da quinta temporada.

“Eu entendo que as pessoas não queiram assistir a cenas assim. Eu entendo e você nem deveria”, disse Williams. “Mas esse é o programa que fizemos e eu não tenho controle sobre o que está escrito.”

Para ela, os homens também levam a pior, mas reforçou que compreende as reclamações que a série recebeu, e não tira a razão das pessoas.

“Acho triste que tantas pessoas tenham achado triste [a cena de Sansa]. Acho que todos têm direito de ficar chateados pelo que os chateiam, assim como elas têm direito de rir do que acham engraçado.”

Contudo, a atriz confessa que tem certo receio de dar opinião sobre o assunto e tantos outros nas redes sociais e conversas com a imprensa.

“Eu vou falar isso nessa entrevista, mas eu não diria para ninguém mais: às vezes, eu me preocupo muito em me manifestar sobre temas feministas por medo de ser criticada pelas mulheres nas redes sociais. E há algo errado aí. Sim, às vezes são os homens, também, mas há mulheres que são grosseiras”, explica Maisie. “Estou tentando fazer o melhor que eu posso. Eu tenho uma voz. Acredito em igualdade e sei que eu tenho mais poder do que pessoas comuns para alcançar as pessoas, mas eu fico petrificada quando as pessoas são rudes.”

Sansa Stark (Sophie Turner) e Ramsay Bolton (Iwan Rheon)
Sansa Stark (Sophie Turner) e Ramsay Bolton (Iwan Rheon)

Recentemente, Bryan Cogman, diretor e produtor de “Game of Thrones”, comentou a cena de estupro da personagem de Sophie Turner. Ele afirmou que a ideia era fazer com que Sansa voltasse à sua terra natal, “navegasse” pelo ambiente sombrio criado pela família Bolton, e encontrasse Theon Greyjoy (Alfie Allen), para que pudesse se tornar uma grande personagem na guerra pelo trono.

“Quando decidimos que faríamos isso, nos deparamos com a pergunta: se ela vai casar com Ramsay, o que aconteceria na noite do casamento?”, disse Cogman. “E tomamos a decisão de não nos distanciarmos do que aconteceria de verdade naquela noite de casamento com aqueles dois personagens na realidade daquele mundo específico.”

Ele continuou justificando que seria ótimo que Sansa matasse o marido, “mas essa não é ela.” “Nem todos somos Arya. Muitas pessoas naquela situação precisam jogar um jogo maior”, acrescentou o roteirista.

Quanto ao final do episódio, quando a câmera se volta a Theon, que é forçado a assistir o estupro, Bryan Cogman justifica dizendo que o ato foi feito em respeito a Sophie Turner.

“Foi sua primeira cena dessa natureza. Entendo que muitas pessoas reagiram a isso, [pensando] que estávamos tornando a cena sobre Theon e não sobre Sansa. Peço desculpas se foi visto dessa maneira. Tudo que posso dizer é que, com certeza, não foi minha intenção quando eu a escrevi ou quando estávamos produzindo-a.”

Contudo, as críticas serviram para mudar o tratamento das mulheres em “Game of Thrones”. Jeremy Podeswa, diretor de dois episódios da sexta temporada, afirmou que os criadores da série, Dan Weiss e David Benioff, ouviram as reclamações e realizaram mudanças.

A série volta ao ar no dia 24 de abril na HBO. Confira o trailer:

Por Artur Francischi do Prosa Livre


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