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O que NÃO vestir no Halloween (com uma ajuda das celebridades)


O Brasil não tem uma cultura muito forte de celebrar o Halloween, mas aqui vai algumas dicas, caso você esteja planejando algo para a data.

O Halloween, ou Dia das Bruxas, é comemorado no dia 31 de outubro nos Estados Unidos e em vários países que acabaram adotando a tradição. Na data, as pessoas utilizam fantasias de personagens assustadores da literatura e do cinema, mas elas não se resumem somente a isso.

No Halloween, vale explorar a criatividade e esgotar as opções possíveis. Porém, assim como no Carnaval, muita gente acaba errando a mão, e características como raça e identidade de gênero acabam se tornando “fantasias”, embora elas não sejam. E isso resulta em um festival de ofensas à cultura e à identidade de muitas pessoas.

Sim, nem todo mundo sabe disso, mas vou dar uma ajuda do que NÃO vestir no Halloween, caso você esteja planejando algo para a data. Para me ajudar, darei exemplos de ricas celebridades, as quais têm todos os recursos, mas fizeram muito feio:

Black face

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(Da esquerda para a direita: Paulo Gustavo, Marco Nanini, Kéfera, Julianne Hough e Colton Haynes)

O black face, ou a prática de se pintar de preto para “simular” os traços dos negros não é nem de longe uma boa ideia. No Carnaval, como exemplo, temos a Nega Maluca, que nada mais é do que uma ridicularização das mulheres negras, por meio de uma caricatura ofensiva de como seriam seus corpos.

A prática do black face surgiu no teatro dos Estados Unidos com esse propósito, de rir do negro, ao mesmo tempo em que tirava dessa população a oportunidade de trabalhar. Portanto, se você estiver pensando do que se vestir no Halloween (ou em qualquer época do ano), fica a dica: não use raça como fantasia, afinal de contas, ela não é.


 

Indígenas

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As chances de você ter se vestido como um indígena quando pequeno são grandes, já que esse é um costume realizado no Brasil até hoje. Por isso, muitos acreditam que se fantasiar dessa maneira no Halloween não tem problema algum. Porém, pense de novo. Estamos falando de povos que foram praticamente dizimados com a chegada dos europeus à América, que possuem diferentes culturas, e cujos acessórios são carregados de simbologia e refletem suas crenças.

Por que banalizar o sentido de tudo isso? Faça diferente de Paris Hilton, Pharrell Williams, Deborah Secco, Priscila Fantin e Cléo Pires.


Nazistas

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Não precisa nem explicar muito, né? Não, simplesmente, não.


 

Religiões

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Todos os anos, a modelo Heidi Klum faz festas colossais de Halloween, nas quais ela sempre arrasa com looks para lá de inventivos e divertidos. Contudo, no ano de 2008, Heidi errou ao se fantasiar como a deusa Kali, uma figura sagrada e reverenciada no hinduísmo. Embora pareça inofensiva, a “brincadeira” de Klum foi vista como uma forma de desrespeito às pessoas que seguem a religião.

“A deusa Kali é muito reverenciada no hinduísmo e ela deve ser adorada em templos, não em clubes para conseguir publicidade ou ser usada de forma vulgar para dramatização”, disse Rajan Zed, líder da religião à época.


 

Terrorista

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Chris Brown nos apresenta, mais uma vez, o que não fazer. Além de não agredir mulheres, a dica agora é: não se fantasie como um terrorista. Em 2012, o cantor foi a uma festa de Halloween, organizada pela Rihanna, e foi vestido como um membro do Talibã.

Eis o problema: muçulmanos são constantemente associados com terroristas. Uma generalização absurda, que faz com que essa população seja estigmatizada e tratada de forma hostil. Basta lembrar, por exemplo, de uma proposta do candidato à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, que visa banir a entrada de TODOS os muçulmanos nos Estados Unidos, algo em torno de 1,6 bilhões de pessoas.


 

Refugiados

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Nenhuma celebridade se vestiu de refugiado ainda, mas vale o recado aqui: não. O mundo possui mais de 65,3 milhões de refugiados, cujas pessoas arriscam suas vidas para fugir da guerra, fome, pobreza e perseguições em seus países de origem. Usar a condição dessas pessoas como uma fantasia não é só preguiçoso, mas ofensivo e desumanizador.


Kim Kardashian amordaçada

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No começo do mês, Kim Kardashian foi roubada em Paris no hotel onde esteva hospedada, sendo amordaçada e amarrada por homens mascarados.

Mas alguém achou que seria uma boa ideia transformar esse episódio traumático em uma fantasia, claro. Você pode não gostar de Kim, mas o medo de ser estuprada e morta não é o tipo de coisa que você usa como objeto de diversão.


Caitlyn Jenner

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Levou 65 anos para que Caitlyn Jenner pudesse viver sua vida de forma autêntica e quem sempre foi. No ano passado, ela foi capa da revista Vanity Fair, para a qual falou sobre todas as suas dores sentidas ao longo de sua existência, e sobre a coragem que precisou ter para enfrentar tudo o que viria depois de sua revelação.

Caitlyn é uma mulher trans e sua identidade de gênero não é uma fantasia, não é algo que ela tira de si quando vai se deitar. É quem ela é, e isso precisa ser respeitado. A fantasia criada sobre Caitlyn é transfóbica, pois diminui o que é, de fato, ser trans no mundo. Para se ter uma ideia, essa população possui, no Brasil, uma expectativa de vida de 35 anos e 90% das mulheres trans estão na prostituição. Portanto, antes de pensar em se vestir como Caitlyn ou qualquer pessoa trans: NÃO!

*Por Artur Francischi do Prosa Livre


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