zoom

Os 25 anos de “Songs of Faith and Devotion”, do Depeche Mode


Lançamento do álbum foi um marco da carreira da banda, que usou pela primeira vez uma bateria acústica

Há exatos 25 anos, em 22 de março de 1993, o Depeche Mode lançava “Songs of Faith and Devotion”, e não apenas dava ao mundo um novo álbum, mas também subvertia a reverência daqueles que já haviam se rendido a sonoridade da banda. Vale lembrar que o trabalho sucedia “Violator” (1990), que simplesmente catapultou a banda ao estrelato, com músicas do quilate de “World in my Eyes”, “Personal Jesus”, “Policy of Truth” e o megahit “Enjoy the Silence”.

“Songs of Faith and Devotion” apresenta uma banda sem medo de experimentar, levando ao máximo o que havia começado em “Violator”, com músicas abordando temas como amor, sexo, sofrimento e religião. A face soturna ganhou um componente raivoso: sem abandonar as linhas eletrônicas, flertou com riffs de guitarra em uma influência clara do grunge, que dominava a cena musical do início dos anos 90. Logo na primeira faixa, a distorção de “I feel you” evidencia um certo deslocamento em relação ao DM que estávamos acostumados até então. E quem disse que isso era ruim?

A sonoridade eletrônica ganhou organicidade, e muito disso se deveu não apenas a entrega da interpretação de Dave Gahan, desnudando todo conflito pessoal que poderia enfrentar naquele momento (notadamente o vício em heroína), em faixas como “Comdenation”, que tem uma pegada gospel, ou “One Caress”, emoldurada por violinos carregados de lirismo. Pela primeira vez, o DM usou bateria acústica em suas composições, o que ajudou a criar uma atmosfera crua em suas músicas.

Certamente um álbum que colocou à prova a devoção ao grupo, sem deixar de lado a essência que tornou o som do DM inconfundível, sendo prova disso as pérolas “Walking in my Shoes”, “In your Room” e “Rush”. “Songs of Faith and Devotion” além de ter sido um sucesso comercial, foi a base de uma das turnês mais bem sucedidas do showbiz, a “Devotional Tour”, que ainda rendeu um registro ao vivo. E já que falamos de show, após 24 anos sem passar por palcos brazucas, o DM volta para única apresentação em São Paulo, dia 27 de março. Uma oportunidade única de celebrar esse clássico e outros hits que ainda nos fazem ter fé na música.

Por Tatiana Vargas do ZIMEL


Deixe seu comentário


Envie sua matéria


Anexar imagem de destaque