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Pra esquecer de 2015, e pra lembrar em 2016: o racismo não está com nada!


Num ano de muitas coisas ruins, a música pode nos ajudar a acreditar que uma das piores atitudes do ser humano é o preconceito

Então, vamos combinar: 2015 foi um ano que, de uma forma geral, poderia ser esquecido, pelo menos para a maioria dos brasileiros! E dentre tantas coisas ruins, o ano que passou trouxe de volta ao noticiário a intolerância racial.

Em julho, a apresentadora do Jornal Nacional, Maria Julia Coutinho, a Maju, a garota do tempo do programa de notícias mais visto do Brasil, foi vítima de muitos comentários racistas na página do jornal no Facebook. Em novembro, foi a vez da atriz Tais Araújo ser ofendida pelo mesmo tipo de comentários.

E vamos combinar: os casos vieram a público porque ambas são famosas, fazem parte do quadro de funcionários da maior emissora pública do Brasil. No futebol, o racismo anda dando de goleada nos gramados. E no dia a dia está pelas ruas e esquinas do país atingindo pobres, negros, mulatos, pardos e todas as matizes de cores, num país onde a maioria da população é miscigenada e que ainda assim, faz questão de dizer que não é racista.

2016 é ano de Olímpiada! Pessoas de todo o mundo, de todas as cores e de todas as raças estarão por aqui e nada mais importante que saibamos receber todos com respeito e a reverência que se deve aquele que nos visitam. Para não deixar ninguém se esquecer disso, confira algumas músicas que nos lembram que racismo está e sempre esteve fora de moda.

“Haiti”

Em 1993, Caetano Veloso e Gilberto Gil fizerem “Haiti”, quase um hip hop, gravada no álbum “Tropicália 2”, um dos mais importantes hinos contra o racismo já compostos no país. Preste atenção na letra, que é cada dia mais atual.

 

“Glory” para “Selma”

Em 2014, o rapper Common e o cantor John Legend compuseram a canção “Glory” para o filme “Selma”, que trata de momentos cruciais na luta pela integração racial nos EUA. A música chegou ao topo das paradas, ganhando o Oscar e o Globo de Ouro de melhor canção.

 

“Todo Camburão tem um pouco de navio negreiro”

Em 1994, o Rappa lançou seu primeiro disco, que tinha como single a música “Todo Camburão tem um pouco de navio negreiro”, que ataca o mito da cordialidade entre as diferentes raças no Brasil. Nos anos seguintes, o Rappa consolidaria a sua imagem de crítico do sistema social no país.

 

“Lavagem Cerebral”

Outro feroz crítico da desigualdade brasileira, o rapper Gabriel o Pensador compôs essa canção para seu disco de estreia em 1993. “Racismo é burrice, mas o mais burro não é o racista, é o que pensa que o racismo não existe”, cantava ele.

 

“Hurricane”

Uma das mais famosas canções de Bob Dylan, “Hurricane”, foi composta em 1976 e conta a história de um boxeador americano condenado à prisão por um crime que não cometeu, apenas por ser negro. A história virou um filme de sucesso em 1999, estrelado por Denzel Washington.

 

“Desperta (Preconceito de Cor)”

Uma das musas da Bahia, a cantora Margareth Menezes compôs essa música em 2001 para seu álbum Afropopbrasileiro. “Por preconceito de cor, se é pobre já é ladrão. Mas o doutor que roubou, nunca vai para prisão”, diz a letra da música.

 

“What´s Going On”

Eleita a 4ª melhor canção de todos os tempos pela Rolling Stone, foi gravada e composta por Marvin Gaye (com Renaldo Benson e Al Cleveland) em 1971, e era, segundo o cantor, uma reflexão sobre os problemas que sacudiam o mundo na época – a Guerra do Vietnã, o conflito árabe-israelense e os problemas de miscigenação racial nos EUA.

Por Alex Dayrell


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