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Spirit – O Indomável | Confira a conversa com os diretores do longa animado


Entrevistamos Elaine Bogan e Ennio Torresan antes do lançamento do primeiro trailer do filme, que conta com a nova versão muito aguardada do sucesso Wildest Dreams de Taylor Swift em sua trilha sonora. Confira!

Uma aventura épica sobre uma garota obstinada que anseia por um lugar ao qual pertença e que descobre uma alma gêmea quando sua vida se cruza com um cavalo selvagem, Spirit: O Indomável é o próximo capítulo da amada história da DreamWorks Animation.
Lucky Prescott (Isabela Merced, de Dora e a Cidade Perdida) nunca conheceu realmente sua falecida mãe, Milagro Navarro (Eiza González, de Velozes & Furiosos: Hobbs & Shaw), uma destemida dublê de cavalgada de Miradero, uma pequena cidade fronteiriça.
Assim como sua mãe, Lucky não é exatamente uma fã de regras e restrições, o que tem causado grande preocupação em sua tia Cora (Julianne Moore). Lucky cresceu em uma cidade da costa leste sob o olhar atento de Cora, mas quando Lucky pressiona sua própria sorte com muitas aventuras arriscadas, Cora ganha dinheiro e a leva de volta para seu pai, Jim (Jake Gyllenhaal), em Miradero.

Lucky está realmente impressionada com a pacata cidadezinha. Ela muda de ideia quando conhece Spirit, um cavalo selvagem que compartilha sua tendência independente, e torna-se amiga de dois cavaleiros locais, Abigail Stone (Mckenna Grace, de Capitão Marvel) e Pru Granger (Marsai Martin, de A Chefinha). O pai de Pru, o dono do estábulo Al Granger (Andre Braugher, de Brooklyn Nine-Nine), é o melhor amigo do pai de Lucky.

Quando um tratador de cavalos sem coração (Walton Goggins, de Justified) e sua equipe planejam capturar Spirit e sua manada e leiloá-los para uma vida de cativeiro e trabalho duro, Lucky convoca seus novos amigos e corajosamente embarca na aventura de uma vida inteira para resgatar o cavalo que deu a ela liberdade e um senso de propósito e ajudou Lucky a descobrir uma conexão com o legado de sua mãe e sua herança mexicana que ela nunca esperava.

A série original da Netflix na qual o filme é baseado, Spirit Cavalgando Livre foi inspirada pelo filme de 2002 Spirit: O Corcel Indomável, indicado ao Oscar. Atualmente a série conta com 9 temporadas e a décima já está confirmada.
O filme é dirigido por Elaine Bogan (Caçadores de Trolls: Contos de Arcadia, da Netflix e DreamWorks Animation Television) e produzido por Karen Foster (co-produtora de Como Treinar o Seu Dragão). O codiretor do filme é Ennio Torresan (chefe de arte de O Pequeno Chefinho), e a trilha sonora do filme é da compositora Amie Doherty (Undone, da Amazon, e Marooned, da DreamWorks Animation).

Entrevistamos Elaine Bogan e Ennio Torresan antes do lançamento do primeiro trailer do filme, que conta com a nova versão muito aguardada do sucesso Wildest Dreams de Taylor Swift em sua trilha sonora. Você pode conferir a entrevista abaixo.

Quais são as relações entre o filme Spirit de 2002, a série Spirit Cavalgando Livre e Spirit – O Indomável?

Elaine: Então, onde eu começo? Nosso filme Spirit – O Indomável é definitivamente fortemente inspirado por ambos o primeiro filme e a série de TV. Nós olhamos para ele como como seu próprio filme individual que é um tipo de evolução ou próximo capítulo dentro do mundo e dos personagens de Spirit. Então, você sabe, não é um filme que as pessoas precisam ter assistido o primeiro filme ou a série para se jogar e entender. Ele é uma coisa própria, e tipo, esperançosamente, ele dá à audiências novas, uma aventura animada e divertida, além de trazer algo novo para os fãs da série.

Ennio: É uma relação de parentesco, o primeiro Spirit do primeiro filme, a gente acha, considera, não existe nada escrito em papel sobre isso, mas todo mundo acordou nesse ponto que o Spirit do primeiro filme de 2002, é o avô do Spirit do seriado – duas gerações depois nasceu o Spirit do seriado, eles carregam a mesma tendência genética, sabe? De crescer livre, de ter personalidade forte. Eu acho que em 2002, a história se passava no meio de 1800, esse aqui se passa no final, 1890 mais ou menos, esse é o mundo que eles vivem. Mas ninguém sabe dessa relação, não foi feito nenhum filme sobre isso ainda. Talvez seja o próximo, não sei.

Existe alguma pressão por trabalhar em algo novo que já tem uma fanbase?

Elaine:Eu sinto que qualquer projeto que venha de uma franquia existente, coloca uma grande responsabilidade nos ombros do cineasta para garantir que você esteja se mantendo fiel com as intenções, e se mantendo próximo o suficiente do mesmo mundo da propriedade original, mas também provendo algo novo que irá permitir que o projeto se torne uma evolução.

Ennio: Sim, uma pressão fortíssima, muito forte, principalmente vindo da minha filha, que ela é uma fãzaça, alucinada do seriado, e meu filho que é um fã do primeiro filme, ele aprendeu a falar vendo o primeiro filme. A gente teve que comprar vários dvds, porque ele tocava tanto que estragava. O seriado minha filha já viu cinco vezes do início ao fim, ela é a policial aqui em casa falando o que podia e o que não podia, o que tinha acontecido e tal. A relação desse filme agora com a gente é muito pessoal, se transformou numa coisa muito pessoal.

A DreamWorks é um estúdio gigante. Em termos de liberdade, quanto controle criativo você teve ao fazer esse filme?

Elaine: É um lugar tão criativo, e eu sinto que os únicos limites que foram requeridos era que nós tivéssemos certeza que nós estávamos dentro do mesmo reino dos personagens e do mundo de Spirit, e não desviando longe demais da mensagem geral que aqueles projetos carregaram e apresentaram para o mundo. Mas até onde diz respeito a estilo e tom, e a história, nós fomos deixados por nossa própria e louca conta.

Ennio: Acho que esse foi o filme que a gente teve mais liberdade de criação, por incrível que pareça, por mais que ele venha já de um legado de vinte anos praticamente, desde o primeiro filme até o seriado que faz um sucesso impressionante. É um legado muito grande, no entanto eles confiaram inteiramente na gente, em quem nós somos. Nesse tempo todo que eu estive na DreamWorks, aqueles filmes todos que eu fiz, meu DNA faz parte daqueles filmes. E a Elaine também, que é uma artista fantástica, uma diretora incrível, e ela tem cavalo, ela vê o cavalo dela todos os dias, ela cavalga, fala com o cavalo. Ela trouxe um vocabulário pra esse filme que não teria sido possível sem uma pessoa como ela trabalhando, alguém que conhecesse intimamente como se lida com um cavalo.

Elaine, essa foi a sua primeira vez dirigindo um longa de animação. Como foi a experiência?

Elaine: É incrível, é muito animador. É um enorme, enorme desafio e todos os dias eu aprendo algo novo, ainda. Nós já estamos quase finalizando o filme e eu ainda estou tentando entender tudo isso. No momento em que eu peguei o projeto do Spirit, eu tinha acabado de sair de 5 ou 6 anos dirigindo em televisão, e aquela experiência na televisão foi inestimável para eu estar aqui hoje. Eu acho que se eu não tivesse aquela experiência no meu currículo, eu não sei se eu teria sobrevivido à loucura de dirigir um longa.

Ennio, essa é a sua segunda vez co-dirigindo um longa de animação, e o primeiro, Até que Sbórnia nos Separe, foi uma animação brasileira. Quais foram as maiores diferenças entre essas duas experiências?

Ennio: Olha, todos os filmes são diferentes, é sempre uma reinvenção da roda quando você trabalha com um filme do início. A diferença foi que um é todo falado em português e o outro em inglês (risos). Mas a semelhança é muito grande em relação aos desafios de criar uma história que comova, que tenha a ver com as pessoas, que as pessoas se relacionem profundamente. Esse é sempre o meu objetivo, é muito engajado na história – de que forma aquilo pode fazer parte da sua vida.

O elenco conta com grandes nomes como Jake Gyllenhaal, Julianne Moore, Andre Braugher e Eiza González. Como foi trabalhar com esses atores?

Elaine: Foi incrível, porque a maioria dos atores e atrizes que trouxemos pra esse projeto, foi a primeira vez deles trabalhando em um filme de animação. Então muitos desses atores vieram com uma abordagem de live-action, o que, você sabe, no primeiro momento nós não sabíamos como iria funcionar mas no final das contas eu acho que todos nós estávamos muito excitados sobre o que isso trouxe para o projeto em atuação, e comparado a maioria dos filmes de animação, a atuação no nosso filme se tornou muito naturalista, o que eu acho que ajudou a apoiar a narrativa nos aspectos de como é uma amizade real, e como são dinâmicas familiares quando a família é difícil, ou quando ela é muito amável, e apoiadora e nutridora. Então eu acho que a atuação no nosso filme ajudou a infundir uma vibração muito relacionável, e esperançosamente, para o público, que talvez esteja em casa experimentando algumas das mesmas coisas que Lucky está.

Ennio: Maravilhoso! São incríveis, esses atores são absurdos. A gente mandou um microfone profissional na casa deles, eles colocaram o microfone lá e ficaram gravando, e a gente ficou gravando os atores assim, foi tudo virtual. Foi incrível trabalhar com o Jake, ele é impressionante, a gente sabia que ele era bom mas você ver um ator se impondo daquele jeito, atuando na sua frente é emocionante. Quando a gente pedia pra ele chorar, ele chorava, quando a gente pedia pra ele rir, o cara ria. E claro que era relacionado com o roteiro, ele entendia quem era o personagem. A Julianne, o que se pode falar dela? Ela é impressionante. O Andre era muito engraçado. E o Walton Goggins, que é o nosso vilão, ele é magnífico! O elenco desse filme é impressionante, eu não podia imaginar um outro elenco pra esse filme. E fora isso tem as três meninas, né? Que é a Isabela Merced, que é incrível o trabalho dela no filme Dora, A Exploradora, foi o que nos convenceu que ela podia fazer esse filme. A Mckenna Grace, é inacreditável, o jeito que ela atua é incrível – ela é a Abigail em todo senso da palavra, ela tem vários ukuleles que ela fica tocando e trazia na gravação. E a Marsai Martin, ela é incrível, ela é impressionante. Foi uma experiência maravilhosa trabalhar com esses atores. E a gente meio que se sentiu íntimo deles, porque eles estavam mostrando a casa deles, com a gravação toda em casa. Depois a gente teve que refazer em estúdio, a Julianne fez em Nova York, o Jake veio aqui pra Los Angeles, e as meninas também vieram aqui. Tem um estúdio de gravação dentro da Dreamworks, claro que tudo com todos os requerimentos de segurança possíveis.

Brasileiros gostam muito de animação e felizmente, vemos muitos brasileiros trabalhando com isso hoje inclusive internacionalmente. Que dica você dá pra quem quer trabalhar nesse meio?

Elaine:Tudo que eu posso falar é sobre a minha própria experiência e eu posso dizer que eu estive desenhando imagens e escrevendo histórias desde que eu me lembro, com cinco ou seis anos. Eu sempre quis ser uma escritora, eu sempre quis ser uma artista e eu absorvi toda a informação que eu consegui. Eu fui para a escola de arte, fui para a faculdade de animação e estudei o máximo que pude, e sim, eu acho que ter a vontade, ter a paixão, se colocar nisso, e alcançar pessoas. Com maior frequência do que o oposto, uma pessoa em animação é muito aberta a ajudar e apoiar jovens artistas porque todos nós já estivemos ali, e nós sabemos quão difícil é, a luta é incrível, especialmente para crianças e adultos vivendo em partes mais inacessíveis do mundo, e a parte afortunada da animação hoje é que ela está evoluindo nessa industrial universal, não é mais só em Los Angeles, sabe? Eu acho que os estúdios estão aparecendo em todos os lugares, muitos estúdios estão se abrindo para trabalhadores remotos e coisas desse tipo. Eu acredito que a acessibilidade está se tornando muito maior, então continue nisso e continue se conectando com pessoas.

Ennio: Seja profissional. Mas tudo depende da sua voz pessoal, o que você traz de si é muito importante, muito mais do que era 30 anos atrás. Os estúdios ditavam como se fazia, como você tinha que ser, se encaixar neles. Hoje é ao contrário, o movimento inverso tá acontecendo. Quanto mais coisa pessoal você traz, melhor, mais importante você é pra um projeto, porque hoje em dia a gente quer mesmo ser mais inclusivo, então é importante que você traga essa tua origem, a sua cara diferente.

Pra finalizar, tem alguma mensagem que você quer deixar pro público que em breve vai assistir Spirit – O Indomável?

Elaine: Eu espero que quando esse filme saia, seja em um momento onde todos estejam prontos para sair em suas próprias aventuras enquanto o mundo volta ao normal, e com sorte, ele inspire uma jornada divertida e excitante no cinema, que inspire nossas próprias aventuras depois.

Ennio: Só quero dizer que a minha filha foi a policial desse filme, qualquer coisa que vocês não gostem, culpem ela! (risos) To brincando, ela foi uma influência muito grande. Eu acho que os fãs vão gostar muito do filme, porque a gente trouxe uns elementos que não existem no seriado, e a gente resolveu ir a fundo e descobrir quem esses personagens são, e porquê eles são do jeito que eles são, e a gente aumentou um pouco mais a dose de perigo e aventura nesse projeto, e de humor também. A gente manteve o humor mas criou umas outras coisas louquíssimas que espero que você curta, são até algumas coisas meio surreais lá no meio do filme.

O trailer do filme já está disponível, assista:

Por Balde de Pipoca


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