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Ukulele Songs, o maravilhoso álbum solo de Eddie Vedder que poucos conhecem


Ukulele Songs, o maravilhoso álbum solo de Eddie Vedder que poucos conhecem

O ukulele é um instrumento havaiano de 4 cordas, bem semelhante ao cavaquinho. Foi desse pequeno, simples e tocante instrumento que Eddie Vedder extraiu tudo que pudesse ser necessário para a criação de um de seus mais lindos trabalhos solos.

O resultado é surpreendente e extremamente prazeroso. A primeira faixa, “Can’t Keep”, é bem familiar aos fãs do Pearl Jam, pois a banda já gravou em Riot Act, em 2002. Aqui ela está bem menos produzida e consegue apresentar da melhor maneira possível o que veríamos nas próximas 15 faixas do álbum: intimismo, simplicidade e harmonia. “Can’t Keep” acaba sendo uma das mais intensas músicas de Ukulele, uma canção de abertura que leva o ouvinte a balançar a cabeça e bater palmas.

Sleeping by Myself

“Sleeping by Myself” é o tipo de canção que os fãs do Pearl Jam encontram até facilmente nos álbuns e nos shows da banda. Nas suas últimas apresentações no Brasil, no Morumbi e no Festival Lollapalooza, músicas como “Just Breathe” deram o tom em alguns momentos, fazendo o público se emocionar bastante, pois são de uma beleza única. “Sleeping by Myself” consegue trazer esse tom confessional que a voz e as entonações de Eddie Vedder proporcionam tão intensamente.

 

As canções seguintes do álbum, como “Without You”, “More Than You Know”, “Goodbye” e “Broken Heart” são partes de uma mesma atmosfera já apresentada nas duas primeiras canções. Se você é fã do Pearl Jam, ou de Eddie Vedder, certamente continuará em êxtase com estas quatro belas canções. Se você não é, e não possui tanta admiração por trabalhos mais intimistas e calmos, então as chances dele soar repetitivo e sonolento são maiores que o normal. Neste aspecto Ukulele Songs se distancia muito de seu primeiro álbum solo, a trilha sonora do filme “Na Natureza Selvagem”, pois neste último as variações rítmicas são muito maiores, obviamente, e por isso consegue soar dinâmico.

Satellite

Ainda assim, é impossível não ser tocado por uma canção como “Satellite”, que traz vocais duplos no belo e aconchegante refrão. No álbum No Code, que o Pearl Jam gravou em meados da década de 1990, a voz de Eddie Vedder soou pela primeira vez como se estivesse numa honesta e delicada conversa com Deus. Analogia à parte, em “Satellite” esse sentimento é trazido novamente à tona.

Eddie x Pearl Jam

As belas “Longing to Belong”, “You’re True” e “Light Today” são uma clara mostra de como Eddie Vedder consegue construir uma interessante ligação entre as melodias e as letras de suas músicas. Essa ligação tem se mostrado muito mais densa e harmônica nos seus trabalhos solos – os dois – que nos últimos trabalhos do Pearl Jam. Ainda não é motivo de preocupação, mas continuando desta forma, certamente em algum momento os críticos, e talvez alguns fãs, questionem se Eddie é mais criativo trabalhando sozinho ou não.

Sleepless Nights

“Sleepless Nights”, uma das últimas canções do álbum, também é uma das melhores, e representa de forma perfeita o que os brasileiros estão prestes a ver em seus shows por aqui. Isso porque a canção é uma parceria entre Eddie e Glen Hansard, que abrirá as apresentações do líder do Pearl Jam. Glen Hansard é talentoso e parece nutrir o mesmo amor pela música que Eddie Vedder. Os dois são complementos um do outro e quando se unem para cantar, dificilmente ouvimos algo de valor mediano. É um dos raros casos que dois gênios juntos conseguem continuar criando genialidades.

Tonight You Belong to Me

“Sleepless Nights” só não chega ao topo das melhores do álbum porque Vedder conseguiu em “Tonight You Belong to Me” surpreender e superar toda e qualquer expectativa criada pelos fãs ao se juntar com uma das cantoras mais talentosas de sua geração. Eddie e Cat Power formam uma dupla que todo fã de boa música sonha em escutar eternamente. A música em questão é até bem simples, soa como uma canção de ninar. Mas é da simplicidade que reside a sua beleza, única e poderosa. A melhor do álbum.

Dream a Little Dream

Música que fecha o segundo trabalho solo de Eddie Vedder, segue o mesmo clima das demais, sobressaindo-se o tom intimista que carregou todas as outras 15 canções. Um Eddie Vedder maduro, ciente do poder que suas canções provocam nos fãs e com um controle bem maior do seu poder vocal.

Por Cabine Cultural


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