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Victoria´s Secret anuncia o fim da era das angels e a entrada das ativistas em cena


Uma das principais marcas de lingerie do mundo deixa de lado as modelos e adota nomes representativos das lutas femininas como imagens da marca

É o fim de uma era. As angels – supermodels que durante anos personificaram a imagem da beleza feminina e da sedução, usando as lingeries da Victoria´s Secret, estão extintas. O anúncio foi feito pelo presidente da marca, Martin Waters, que anunciou que as supermodels serão substituídas por um grupo de mulheres inspiradoras, incluindo ativistas e empreendedoras, para promover seus produtos.

“Esta é uma mudança drástica para nossa marca, e é uma mudança que abraçamos de dentro.  A incrível viagem que iniciamos agora tem como finalidade tornar a marca uma das principais defensoras mundial das mulheres”.

Durante anos as angels da Victoria´s Secret foram personificadas pelas mais badaladas supermodelos do planeta, nomes com a alemã Heidi Klum, a tcheca Karolina Kurkova e a australiana Miranda Kerr, além de um time respeitável de brasileiras, que incluía Gisele Bundchen, Adriana Lima, Alessandra Ambrosio, Lais Ribeiro, entre muitas outras. Elas não apenas enfeitavam revistas, catálogos e outdoors, mas participavam de um desfile anual cuja transmissão acabou se transformando num campeão de audiência mundial.

O último desfile foi realizado em 2019, e desde então a marca tem sido alvo de cobranças. No ano passado uma reportagem do New York Times denunciou uma cultura “misógina” e de “assédio” na empresa, confirmada por uma centena de modelos e pelo grupo “The Model Alliance”, que promove a igualdade de tratamento de modelos na indústria da moda. O diretor de marketing da marca, Ed Razek, foi demitido, depois de divulgado que ele se recusou a contratar modelos transexuais para desfiles. O ex-presidente, Les Wexner, banqueiro condenado por crimes sexuais, também acabou afastado.

A marca já anunciou que as novas “caras” da Victoria´s Secret serão agora sete figuras com “sucesso” e uma “paixão comum por mudanças positivas”, entre elas a jogadora de futebol e ativista da comunidade LGBT Megan Rapinoe. Depois do anúncio Rapinoe afirmou que as novas embaixadoras da marca são “ícones do nosso tempo” e anunciou que trabalhará para “mostrar a TODAS as mulheres a sua beleza e poder individual e coletivo”.

Outro novo rosto da marca é a atriz, empresária e também modelo indiana Priyanka Chopra Jonas, ex Miss Mundo.  As modelos não estão totalmente de fora: Valentina Sampaio, modelo brasileira, primeira transexual a ser capa da Vogue, está entre os novos nomes anunciados, ao lado da modelo plus size inglesa Paloma Elsesser e da sudanesa Adut Akech Bior, que nasceu num campo de refugiados e hoje trabalha com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.

Além das mudanças nos rostos que simbolizam a marca, a Victoria’s Secret anunciou o lançamento de um Fundo Global Feminino para o Cancro, que financiará projetos de pesquisa inovadores sobre tratamentos e curas para cancros que afetam mulheres, e também apoiará mulheres cientistas que “representam a população diversificada para a qual trabalham”.

Por Alex Dayrell


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