Aclamadas pela crítica especializada como duas brilhantes artistas do mundo clássico contemporâneo, a violinista ucraniana Viktoria Mullova e a pianista francesa Katia Labèque unem seus talentos pela primeira vez nos palcos brasileiros, em um recital único, que encerrará em grande estilo a Série Dell’Arte Concertos Internacionais 2015, que tem o patrocínio do Grupo Bradesco Seguros. A apresentação acontece no dia 1º de outubro, quinta-feira, no palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Mullova, que conquistou o Ocidente após ganhar o 1º prêmio no Concurso Sibelius em 1980, em Helsinque, e a Medalha de Ouro no Concurso Internacional Tchaikovsky dois anos depois, vem trabalhando constantemente com alguns dos mais importantes regentes e orquestras do mundo, com um vasto repertório, que vai do Barroco ao Clássico e às composições contemporâneas, além de incursões na música experimental. Esse gosto pelo novo e pela experimentação também é compartilhado por Labèque, que se apresenta constantemente em duo pianístico com sua irmã Marielle. A dupla alcançou fama internacional rapidamente, com sua interpretação da Rhapsody in Blue, de Gershwin, uma das primeiras gravações de música clássica a conquistar um Disco de Ouro e, além das principais orquestras e regentes do mundo, é constantemente convidada a tocar com os mais importantes conjuntos de câmara.

Para a noite única no Rio de Janeiro, as duas selecionaram um programa especial, que inclui Mozart (Sonata Nº 35 em Lá maior, K. 526), Schumann (Sonata para violino e piano Nº 1 em Lá menor, op. 105),Toru Takemitsu (Distance de Fée), Arvo Part (Frates) e Maurice Ravel (Sonata N° 2 para violino e piano).

Mais tradicional série de música clássica do Rio de Janeiro e uma das mais importantes do gênero no país, a Série O GLOBO / Dell’Arte Concertos Internacionais 2015 faz parte do Circuito Cultural Bradesco Seguros, que apresenta para o público brasileiro um calendário diversificado de eventos artísticos com espetáculos nacionais e internacionais de grande sucesso, em diferentes áreas culturais como dança, música erudita, artes plásticas, teatro, concertos de música, exposições literárias e grandes musicais.

Viktoria Mullova

Viktoria Mullova estudou na Escola Central de Música da capital russa e no Conservatório de Moscou. Seu talento extraordinário despertou a atenção internacional ao conquistar, em 1980, o primeiro prêmio do Concurso Sibelius em Helsinque e a Medalha de Ouro no Concurso Tchaikovsky de 1982. No ano seguinte embarcou em uma dramática aventura, ao desertar da União Soviética para o Ocidente. Desde então passou a apresentar-se com as principais orquestras e regentes do mundo, nos mais importantes festivais internacionais. Hoje ela é conhecida em todo o mundo como uma violinista de excepcional versatilidade e integridade musical. Sua curiosidade abrange toda a evolução do desenvolvimento musical, do Barroco e do Clássico às influências mais contemporâneas do mundo da “fusion” e da música experimental.

Seu interesse na interpretação autêntica levou-a a colaborar com conjuntos de instrumentos de época como a Orchestra of the Age of Enlightenment, Il Giardino Armonico, Venice Baroque e Orchestre Révolutionnaire et Romantique. Viktoria tem uma grande afinidade com Bach, cuja obra ocupa um papel importante em seu catálogo de gravações. Suas interpretações do compositor foram aclamadas em todo o mundo e levaram Tim Ashley a escrever no The Guardian: “Ouvir Mullova tocar Bach é simplesmente um dos maiores deleites que se pode experimentar…” Seu disco mais recente de concertos de Bach com a Accademia Bizantina e Ottavio Dantone foi altamente elogiado, e sua gravação das sonatas solo e partitas de Bach representa um marco significativo na jornada pessoal da obra do compositor. A gravação recebeu resenhas de cinco estrelas em todo o mundo e ela embarcou em sucessivas temporadas internacionais executando peças solo de Bach.

Sua aventura pela música contemporânea criativa começou em 2000, com o álbum Through The Looking Glass, no qual tocava música internacional, jazz e pop, em arranjos feitos especialmente para ela por Matthew Barley. Esta exploração prosseguiu em seu segundo álbum, The Peasant Girl, que a levou em turnês mundo afora com o conjunto de Matthew Barley. Este projeto revela um lado diferente de Viktoria, ao lançar o olhar para suas raízes camponesas na Ucrânia e explorar a influência da música cigana no gênero clássico e no jazz no século XX. Seu projeto mais recente, “Stradivarius in Rio” é inspirado por seu amor pelas canções brasileiras e compositores como Antônio Carlos Jobim, Caetano Veloso e Cláudio Nucci. Um CD homônimo foi entusiasticamente recebido, o que ocasionou a apresentação do projeto por toda a Europa. Viktoria Mullova também comissiona obras a jovens compositores como Fraser Trainer, Thomas Larcher e Daí Fujikura.

Esta rica diversidade musical foi comemorada em várias residências artísticas de alto nível, aí incluídos o Southbank de Londres, o Konzerthaus de Viena, o Auditorium do Louvre de Paris, o Musikfest de Bremen, a Orquestra Sinfônica de Barcelona e o Festival de Música de Helsinque. Na temporada de 2014/15 ela é artista residente em Lille.

Seus destaques na atual temporada incluem concertos com a Orquestra Hallé, Orquestra Philharmonia, Orquestra de Câmara da Europa, Orquestra Nacional de França e uma turnê com a Orchestra of the Age of Enlightenment a Nova York e ao Reino Unido. Viktoria também dará dois recitais com Katia Labèque na Europa e na América do Sul.

A extensa discografia de Mullova para a Philips Classics e Onyx Classics redundou em muitos prêmios prestigiosos. Sua gravação dos Concertos de Vivaldi com Il Giardino Armonico, dirigido por Giovanni Antonini, conquistou o “Diapason d’Or” do ano de 2005 e seus registros com as Sonatas Op. 12, Nº 3 e Kreutzer, com Kristian Bezuidenhout, receberam enorme aclamação da crítica. Outros discos incluíram o Octeto de Schubert com o Mullova Ensemble, Recital com Katia Labèque, Sonatas de Bach com Ottavio Dantone e 6 Solo Sonatas and Partitas de J.S. Bach.

Viktoria toca em seu Stradivarius “Jules Falk” de 1723 e em um violino Guadagnini.

Katia Labèque

Uma das musicistas mais aclamadas de nosso tempo, Katia Labèque conquistou admiração universal por seu extraordinário virtuosismo e pela excepcional comunicabilidade em seus concertos. Sua infância foi plena de música e os estudos tradicionais foram integrados às lições de piano por sua mãe, Ada Cecchi, uma discípula de Marguerite Long. O espírito não conformista de Katia se reflete em seu repertório eclético, que vai de Bach à vanguarda contemporânea.

Katia tem uma carreira internacional importante através do duo formado com sua irmã Marielle, sendo convidadas pelas mais prestigiosas orquestras, aí incluídas as Filarmônicas de Berlim, Viena, Los Angeles e do Scala de Milão; as Orquestras da Rádio da Baviera e de Filadélfia; as Sinfônicas de Londres, Boston e Chicago; a Gewandhaus de Leipzig e a Philharmonia. Um itinerário digno de nota levou-as aos mais importantes festivais, de Berlim a Blossom, Hollywood Bowl, Lucerna, aos Proms de Londres, Ravinia, Tanglewood e Festival de Páscoa de Salzburgo.

Além do duo com sua irmã, Katia Labèque criou, em 2001, um novo duo extraordinário com a violinista Viktoria Mullova que, desde o início, gozou de grande sucesso junto ao público e crítica. Juntas, elas se apresentaram no Carnegie Hall de Nova York, Musikverein de Viena, Musikhalle de Hamburgo, com a Filarmônica de Munique e novamente em Lucerna, Paris, Belgrado, Atenas, Roma, Florença, Londres etc.; gravaram o CD Récital (KLM 1110/Onyx 4015), com músicas de Schubert, Ravel e Stravinsky (www.klmrecordings.com). Em 2015 estão empreendendo uma nova turnê que as leva à Itália e à América do Sul.

A paixão pela nova música levou Katia a unir-se ao grupo de John McLaughin e a participar de sua turnê mundial. Miles Davis dedicou-lhe duas canções em seu álbum You’re underarrest (Katia’s Prelude e Katia). Em Shapeofmyheart (KML 2119), seu novo álbum solo, ela colabora com Sting, Herbie Hancock e Chick Corea, Gonzalo Rubalcaba e David Chalmin.

Recentemente, sua gravadora, KML Recordings — fundada para criar uma ponte entre todos os estilos musicais e a criação contemporânea — lançou um CD com novas versões da Rhapsody in Blue de Gershwin e West Side Story; Minimalist Dream House, inspirado nos concertos de 1960-61, com curadoria de Monte Young, no loft de Yoko Ono em Nova York, contou com um grupo de amigos oriundos do rock, que compareceram para celebrar esse novo momento revolucionário e suas múltiplas influências. O CD mais recente, Sisters, com Marielle, foi lançado este ano (www.kmlrecordings.com).

Elas também lançaram a Fundação KML (www.fondazionekml.com), onde pesquisam e desenvolvem o repertório para dois pianos com artistas de todas as áreas. Atualmente Katia Labèque está trabalhando no projeto Star Cross’d Lovers com o coreógrafo de dança break Yaman Okur e o compositor David Chalmin, para a Filarmônica de Paris, sobre o tema de Romeu e Julieta.

Ela estará se apresentando no Walt Disney Hall de Los Angeles, ao lado de sua irmã Marielle, na estreia mundial do novo concerto escrito para elas por Philip Glass, com a Orquestra Filarmônica de Los Angeles.

Programa

Wolfgang Amadeus Mozart

Sonata Nº 35 em Lá maior, K. 526

Molto allegro
Andante
Presto

Robert Schumann

Sonata para violino e piano Nº 1 em Lá menor, op. 105

Mit leidenschaftlichem Ausdruck (Com expressão apaixonada)
Allegretto
Lebhaft (Animado)

INTERVALO

Toru Takemitsu

Distance de Fée

Arvo Pärt

Fratres

Maurice Ravel

Sonata N° 2 para violino e piano

Allegretto
Blues. Moderato
Perpetuum mobile. Allegro

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