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“When They See Us”: A injustiça exposta pela Netflix que todo mundo precisa assistir


“Olhos Que Condenam” conta a história verdadeira de cinco jovens negros que foram injustamente culpados por um crime que não cometeram

Depois de assistir “When They See Us” (Olhos que Condenam), se você tiver qualquer sensibilidade e empatia, você vai se tornar uma pessoa talvez um pouco revoltada. A história que estreou recentemente na Netflix tem ganhado o mundo por retratar de forma fiel e digna um crime ocorrido no Central Park, em Nova York, em 1989.

Durante a noite de 19 de abril daquele ano, 30 adolescentes foram ao famoso parque. Ao mesmo tempo em que eles estavam lá, a corredora Trisha Meili foi estuprada. Com a chegada da polícia cinco jovens negros foram levados à delegacia. Após isso, a história se desenrolado e mostra a história real que os cinco foram dados como culpados do crime que não cometeram.

Ao longo dos quatro episódios, você passa por um mix de emoções: revolta, tristeza e até mesmo medo. Todos menores de idade, são coagidos a confessarem o crime e acabam passando de 5 a 15 anos na prisão, mesmo sem nenhuma prova física como DNA, sangue ou hematomas.

Ava Duvernay expõe como Linda Fairstein e a justiça norte-americana agiram de forma racista e não-ética na acusação dos meninos. A diretora também teve cuidado ao retratar a realidade de Kharey Wise, Yusef Salaam, Kevin Richardson, Raymond Santana e Antron McCray. Ela ouviu cada um durante algumas semanas e coletou todas as informações para realizar um trabalho impecável. Os fatos foram tão bem representados que é quase impossível não se colocar no lugar dos personagens.

A série pode doer ainda mais se você for negro. “When They See Us” projeta a realidade ainda atual tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. A violência policial e o racismo são temas pertinentes que estão longe de serem resolvidos. Assistir essa série não é um entretenimento, é um soco no estômago necessário. Ava Duvernay revelou em entrevista para Oprah Winfrey que não quer que seu projeto seja visto como entretenimento, e sim como um estalo para a mudança. Casos como esses não devem mais acontecer e uma reforma no sistema de justiça norte-americana (na verdade mundial) é necessária.

Depois de assistir “Olhos Que Condenam”, fica ainda mais claro a pertinência de falarmos sobre esse tema. É recomendado que logo após a série, você tome um copo d’água e assista a entrevista de Oprah Winfrey com os atores e os homens exonerados (ela também está disponível na Netflix). A forma como cada um fala sobre o caso torna visível a sensibilidade e o cuidado ao transmitir o assunto.

Se você ainda não assistiu a série mais falada de 2019, a gente recomenda fortemente.

Por Alexandre Levy


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