Everest, Mont Blanc, Monte Fuji, Corcovado e tantas outras grandiosidades da natureza de um jeito nunca visto. O Espaço Expositivo A Estufa , no Bairro Vila Madalena, em São Paulo, recebe a mostra Montanhas Sagradas e Transcendências, do artista visual Antonio Peticov.
Com abertura no dia 11 de novembro, às 11h, a exposição convida o público para uma viagem pelas mais belas montanhas de nosso planeta, sob o viés e o realismo mágico que estão presentes nas criações do artista.
O enredo da exposição nasceu de uma sugestão do filho de Peticov, Pedro Antonio, que, em comemoração ao 77º aniversário do pai, sugeriu a ideia de que fossem pintadas sete montanhas sagradas, sendo que cada uma deveria ter a prevalência de uma das sete cores do espectro. A proposta, rapidamente aceita, ainda trouxe uma feliz coincidência de seu nome e sobrenome terem sete letras cada. Como o trabalho de Antonio Peticov é alicerçado de certa forma na ligação entre arte e matemática, o artista compreendeu que isso não poderia passar em branco.
Mas ao terminar a sétima montanha, com a inspiração ainda no auge, Peticov resolveu não se deter apenas em tais escolhas e, aproveitando a enorme pesquisa que fez, seguiu em frente abordando um dos temas que mais o fascinam: a Transcendência – o dia e a noite, clássicos arquétipos análogos ao consciente e ao inconsciente, o plano humano e o divino interagindo em uma sinergia quântica.
Pintar essas imponentes montanhas, presentes nos mais variados cantos da Terra, fez com que Peticov olhasse para o Brasil e elegesse três paisagens que identificassem seu país, sendo uma delas, o “Frade e a Freira”, que pertence as suas primeiras memórias de infância, em Cachoeiro de Itapemirim, além dos emblemáticos Corcovado e Monte Roraima.
O resultado são 17 telas nas quais, segundo texto da amiga Denise Mattar, com toda sua experiência artística e expressivas atuações como curadora do Museu da Casa Brasileira, do Museu de Arte Moderna de São Paulo e do Rio de Janeiro, coloca que “o artista revisita alguns dos mais significativos marcos topográficos da Terra, sob a ótica de seu aspecto sagrado e místico, atribuindo a cada um deles uma cor. Nestes trabalhos, Peticov mescla dados científicos, lendas, lembranças de viagens, vivências e novas experiências, o que lhe permite cindir ao meio o Vulcão Ol Doinyo Lengai, tornar o Monte Roraima mais alto do que é, colorir o Corcovado de Marc Ferrez e fazer uma paisagem montanhosa flutuar no céu”.
“A exuberância de algumas das mais icônicas montanhas da Terra tem sido, frequentemente, uma enorme fonte de ‘inspiração’ para mim”, explica Peticov. “Tenho usado paisagens diurnas como uma analogia ao Plano Humano (a Consciência) e paisagens noturnas, com o céu estrelado, como o Plano Divino (Inconsciente), sendo que, em geral, as montanhas comparecem como um traço de união transcendendo essas duas realidades. Coincidentemente – ou quem sabe, sincronicamente – venho a exibir essa série de pinturas em uma exposição muito apropriadamente intitulada MONTANHAS SAGRADAS E TRANSCENDÊNCIAS, em um momento quando percebemos o quanto a espécie humana precisa, urgentemente, transcender velhos e ultrapassados conceitos que estão nos conduzindo à uma rápida e inexorável destruição”.
Completa a exposição a instalação “Sete Anéis” – composta por sete anéis de luz, cada um representando uma cor do espectro, instalados no topo de duas palmeiras imperiais -, integrada quase que naturalmente ao jardim da A Estufa, um charmoso espaço no coração da Vila Madalena, em São Paulo, propondo ao espectador desorientar-se e reorientar-se em suas noções de tempo e espaço, com esta volta ao mundo.
Sobre Antonio Peticov
Pintor, escultor, desenhista, gravurista, hológrafo e programador visual, Antonio Peticov expõe desde 1965, destacam-se suas participações nas IX, X e XX Bienais de São Paulo, assim como individuais no MASP em 2003 e no MAM do Rio de Janeiro em 1978, além de uma centena de exposições em algumas das melhores galerias de arte da Itália, Holanda, Japão, USA, Chile, França, Suíça, Alemanha, México, Bulgária, Inglaterra, Bélgica, Uruguai, Coréia e Brasil. Fez instalações ambientais e murais na Itália, Suíça, Estados Unidos e no Brasil. Foi presidente da Cooperativa dos Artistas Visuais do Brasil entre 2003 e 2007.
É membro da North American Lewis Carroll Society e é um dos “Friends of Martin Gardner”. Fundou e dirigiu o NAC – Núcleo de Arte Contemporânea – entre 1999 e 2006. É autor de três documentários em curta metragem sobre sua obra e tem 12 livros sobre o seu trabalho já publicados. Especializou-se em Geometria Sagrada e na Seção Áurea, imprimindo ao seu trabalho um forte caráter matemático. Depois de viver 29 anos entre Londres, Milão e Nova Iorque, em 1999, Antonio Peticov retomou residência em São Paulo, cidade que abriga diversas de suas obras públicas.
Seu trabalho foi difundido mundialmente através de capas de discos e de livros, assim como calendários, cartões postais e posters, geralmente associado às suas mostras. No Instituto de Arte e Cultura Antonio Peticov ele tem recebido grupos interessados em sua obra, desenvolvendo dinâmicas de criatividade espontânea, dando particular atenção aqueles que envolvem o processo criativo com crianças.
O artista visual Antonio Peticov foi convidado em 2022 para o especial Arte1. Em sua casa-ateliê no bairro paulistano do Sumaré, Peticov fala sobre a forma multidisciplinar e como enxerga a arte, que o faz usar, por exemplo, conceitos da matemática e da física em pinturas e esculturas. No Especial Arte1, Antonio Peticov conta como criou a obra “Momento Antropofágico com Oswald de Andrade” para a estação República do metrô de São Paulo; mostra sua extensa biblioteca e sua famosa coleção de quebra-cabeças e jogos matemáticos, e reflete sobre as regras do mercado de arte atual.
Em 2022 participa do projeto Arte no Metrô e inaugura outras obras: “Mitocôndria”, “A Conexão” e “A Passagem”, na Estação Vila Madalena, da Linha 2- Verde, em São Paulo.
SERVIÇO:
Montanhas Sagradas e Transcendência, de Antonio Peticov
Onde: Espaço Expositivo A Estufa – Rua Wisard, 53 – Vila Madalena – SP
Abertura: 11 de novembro de 2023, sábado, às 11h
Visitação: até 15 de dezembro, de segunda à sexta, das 11h às 17h. Sábados, das 11h às 13h
@aestufa.arte / @apeticov
https://peticov.com.br