As coisas não andam bem lá na cobertura triplex de Jay-Z. Não sei se é mesmo cobertura, nem se tem três andares, mas que a coisa é luxuosa… ah, isso é certeza! Em meio à crise nos negócios, Jay-Z botou os pés no sofá e enquanto ninava Blue Ivy, resolveu colocar mais uma artista na cartela de sua gravadora. Claudia Leitte disse “hi”, ele respondeu “hello”. Ficções à parte, Claudinha Bagunceira é a BR da Roc Nation. E os trabalhos começaram.
Só para situar: o TIDAL não vai nada bem, como é de domínio geral. Kylie Minogue agradeceu pelo “Kiss Me Once”, pegou sua bolsa de grife e saiu pela porta. Já Rita Ora, grande aposta dos caras, rompeu de maneira nada amigável e o negócio caminha para meios jurídicos. Mas o samba não pode morrer! Por isso, chamem uma brasileira!
Claudia lançou a balada belíssima/maravilhosa em inglês chamada “Signs”. Até comentei sobre a faixa em um #PopTalk do ano passado, sinta-se à vontade para ver todos os vídeos até acha-lo, HAHAHA. Voltando ao foco… agora é a vez de “Corazón”, uma faixa uptempo em espanhol, com participação de Daddy Yankee. E porque Claudinha está a JLo todinha?
A estratégia de posicionamento foi essa. Nada de Brasil, muito de Jenny From The Block. Estamos dando aos gringos mais do mesmo? Calma. A vontade de dominar o mercado internacional existe, como a própria cantora declarou várias vezes. Talvez tenha partido da própria Roc Nation fazê-la assim, tão familiar.
Será que é prudente encarar ou botar um dedinho em águas estrangeiras, quando aqui ainda não está tranquilo e favorável? Leitte é figurinha certa na televisão como jurada do “The Voice”, tem uma história como Diva do Carnaval – sobretudo o baiano – muitos álbuns, fãs… mas não vamos negar a resistência contra Claudia. A mídia exagera quando pega no pé. Pouco ou nada foi falado de “Signs”, mesmo estando na trilha sonora de uma novela da Globo. Mas às vezes, a mídia tem razão como no episódio dos “pontos acumulados para trocar por fotos e autógrafos” – a cantora faz parte de uma espécie de programa de milhagem, em que o fã acumula pontos em troca de interações com a baiana. Não tem como defender.
Jay-Z sabe onde coloca o dinheiro? Ele queria mesmo uma genérica da Jennifer Lopez? Por que não aproveitar uma das músicas em português que ela faz!? No Brasil não se fala espanhol e poucas pessoas são familiares com a língua, embora muitos gringos tenham certeza disso. Qual é a estratégia de mercado? Latino? Americano? Eu estou confusa e temerosa. Jay-Z deveria valorizar o que ele investiu e o produto interno brasileiro deveria ser tratado com mais carinho, por nós aqui. Daí então, quem sabe, poderíamos sambar na cara da sociedade mundial.
Por Pop Chiclete