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Confira como foram os shows do dia 19, no Rock in Rio, destacando Metallica, Korn e Motley Crue


O Site a Ilha do Metal esteve presente no Rock in Rio no dia 19 de setembro e nos contou como foram as apresentações do Noturnall, Angra, Ministry, Korn, Motley Crue e Metallica.

Todo Rock in Rio é quase a mesma coisa: sempre com muitas críticas ao cast do festival, a loucura pela procura por ingressos, os preços da alimentação sempre altos divulgados anteriormente… mas chega a época do Festival e, quem vai, se esbalda e quem não vai, ou crítica por não estar lá, ou fica assistindo e se divertindo com as transmissões simultâneas.

 

Esse ano tudo se repetiu, mas o que muita gente não sabe é que o festival comemorou os 30 anos da primeira edição ( em 1985 ). O Rock in Rio trouxe vida especialmente ao Pop Rock brasileiro, já que muito do que vivemos hoje teve seu início no festival, colocando a América do Sul na rotas das grandes turnês internacionais.

Rock in Rio 02

Voltamos ao festival de 2015 que, com sede fixa na Barra da Tijuca desde a edição de 2011, traz algumas vantagens no deslocamento como os Ônibus Primeira Classe, que levam o público de pontos estratégicos da cidade direto para o festival ou até o Terminal Alvorada via ônibus BRT. Porém, vale destacar que táxi e carros particulares, só podem chegar até uma certa distancia do local do Show e não fica fácil ir a pé.

Após a entrada, a maioria sempre dá de cara com o maravilhoso Palco Mundo e, neste ano, tínhamos o nome do festival em tamanho extra grande – que, claro, era concorridíssima – para que as pessoas fizessem o registro de sua chegada. Rapidamente me desloquei ao Palco Sunset, pois as  atrações deste dia 19 realmente chamavam a atenção e os shows seriam bem diretos.

Noturnall

Na primeira atração do Palco Sunset, que já estava bem lotado, tivemos a estreia do Noturnall, que até questionamos no show de gravação do DVD, quando os entrevistamos, se eles estariam no festival e, dois anos depois, se confirmou. Ali estavam se apresentando: Thiago Bianchi, no vocal,  Fernando Quesada, no baixo, Léo Mancini, na guitarra, Juninho Carelli, nos teclados, e Aquiles Priester, na bateria, e já arrebentando com “Fake Healers”, “Zombies”, com dançarinas trajadas conforme tema da música, e “Fight The System” já empolgando a plateia embaixo de um sol bem escaldante.

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A faixa “No Turn at all”, que penso até ser um bom revival, quando as bandas usavam os respectivos nomes em músicas ou verso e isso demonstra criatividade em composição, mandou muito bem! Pensei: esse festival começou a milhão e ainda estávamos apenas com uns 20 minutos do primeiro show. Thiago diz as primeiras palavras e convida sua mãe, Maria Odette (famosa cantora brasileira na época dos famosos festivais da Tv Record), e juntos cantam a música da versão em vinil do álbum de estreia, “Woman in Chains”, do Tears for Fears.

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Muitas bandas são criticadas por tocarem covers no festival, mesmo que, nesse caso, tenha todo um significado pela luta contra o câncer do vocalista. Além disso, o cover de “Cowboys from Hell”, do Pantera,  poderia muito bem ter sido substituído por outra faixa dos dois álbuns que a banda já lançou.

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Nocturnal Human Side volta em grande estilo e então surge o primeiro convidado, Mike Orlando, do Adrenaline Mob, tocando com aquela alegria que vimos na tour que a banda fez por aqui no primeiro semestre. Thiago chama, então, o “grande convidado”, e certamente muitos chegaram naquele horário para assistir a performance de Michael Kiske, que quando apareceu foi ovacionado até em função de todo seu histórico junto ao Helloween. Ele encantou todos com seu carisma, cantando a faixa “Expectional”, de sua atual banda Unisonic.

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“Sugar Pill”, umas das melhores faixas do Noturnall, teve uma musicalidade bem interessante interpretada por Kiske, que eu havia pensado que tocaria apenas em alguns versões de seus sucessos, porém, o convidado cantou muito bem a música do grupo brasileiro. O final claro que foi dentro do esperado, com Thiago perguntando qual seria a próxima e a galera respondendo “I want out“, que foi atendido e o Rock in Rio finalmente recebia uma das músicass que mais imortalizou e representa o Heavy Metal que foi feito no final dos anos 80 e presente no clássico Keeper of Seven Keys encerrando uma apresentação de muita postura da banda no festival.

Setlist

Fake Healers
Zombies
Fight The System
No Turn At All
Woman in Chains
Cowboys From Hell
Nocturnal Human Side
Exceptional
Sugar Pill
I Want Out

Angra

Seria hora da redenção do Angra no Rock in Rio? A verdade é que, embora na edição de 2011 o público tivesse feito bonito, cantando junto, os problemas de áudio que a banda teve culminaram com saída do vocalista Edu Falaschi. Porém com a fase atual bem mais tranquila, com Fabio Lione consolidado como vocalista da banda e divulgando o excelente novo álbum, Secret Garden, não foi difícil a banda entrar com “Newborn me”, do novo disco, e emendar com o clássico “Nothing to Say”, tendo o grande público que estava assistindo  cantando as letras do show.

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Mesclando clássicos como “Waiting silence”, conhecidíssima faixa do Temple of Shadows, com as novas, como “Final Light” e a obrigatória “Lisbon”, que o público sempre canta o refrão (e tenho certeza que você, caro leitor, cantou o mesmo neste momento), a banda foi pura energia com a sempre boa presença de palco.

Chegava a hora da primeira convidada, que Fabio Leone fez questão de introduzir como a Rainha do Metal. A banda chama ao palco Doro Pesch  para executar a música “Crushing Room”, também do Secret Garden, em que a vocalista gravou a faixa com o Angra, sendo essa, acredito, a primeira vez que a mesma tenha sido executada ao vivo.

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Vale lembrar também o carisma e simpatia de Doro, que, com sua energia mais que conhecida, nunca escondeu o carinho que sente pelo nosso país e agitou bastante indo de um lado ao outro do palco e cantando, bem como sempre fez em toda a carreira.

Após “Rebirth”, Rafael vem ao microfone e lembra que o companheiro de longa data, Kiko Loureiro, agora fazia parte do Megadeth e que ali anunciaria o substituto do amigo para as datas onde ocorrerem conflitos de agenda. O substituto será Marcelo Barbosa, da banda Almah, e ali tivemos o medley com “Carry On” / “Nova Era”, já iniciando o amigo guitarrista em uma excelente prova de fogo.

Era hora de chamar o segundo convidado e, enquanto era anunciado o Dee “fucking” Snider, como o próprio vocalista se apresentou,  o Angra executava um trecho de “You can’t stop Rock’n’Roll”. Foi então que Dee veio ao microfone e convocou a galera gritando “I Wanna Rock“! E aí, meus amigos, posso garantir que os 30 anos do Rock in Rio passaram na minha frente, já que em janeiro de 1985, o Twisted Sister poderia muito bem estar naquele Festival uma vez que o próprio vocalista veio um pouco depois ao Rio de Janeiro divulgar o, na época, aclamado Stay Hungry.

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A plateia foi ao delírio com o Angra tocando perfeitamente a faixa e Dee Snider sendo o frontman que sabemos que é. Numa sequência mais que devastadora, com “We’re not gonna take it”, clássico do Twisted Sister, onde aquele chavão de todos cantando juntos encaixa com perfeição, e Doro voltando ao palco acompanhando, fechou a apresentação que, ao olhar para o lado, percebi muitos fãs mais velhos emocionados de verem no palco duas lendas. As novas gerações do Metal e fãs do Angra vibraram junto com fãs do Twisted Sister e Warlock. Foi, sem dúvida, o momento mais emocionante do Festival.

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Setlist

Newborn Me
Nothing to Say
Waiting Silence
Final Light
Lisbon
Crushing Room
Rebirth
Carry On / Nova Era
I Wanna Rock
We’re Not Gonna Take It

Ministry

Como havíamos perdido o Show do Ministry em São Paulo, em março deste ano, essa nova oportunidade caiu como uma luva e minha surpresa foi que, do público que estava no Angra, muitos se deslocaram, ou para comer algo, ou para ir buscar uma posição melhor para o Palco Mundo. Tranquilamente pude chegar na grade para as fotos que ilustram o post. o que, de certa forma, me surpreendeu por estarmos em um dia de evento dedicado ao Heavy Metal e a banda ter uma importância ímpar dentro do estilo.

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A banda, formada por Al Jourgensen, Sin Quirin, Cesar Soto, Tony Campos (ele mesmo, do Soufly e do Cavalera Conspiracy) , Aaron Rossi, John Bechdel entrou destruindo tudo com “Hail to His Majesty”, com o telão mostrando o vídeo de Al Jourgensen com a introdução da música. E o que se viu depois foi uma aula de industrial.

A presença de palco da banda impecável e vocalista carismático ao extremo chamam toda a atenção. Mas a banda tem um peso e precisão poucas vezes vistos com o grupo agitando bem. Al Jourgensen brincou muito, fazendo caras e bocas, e o seu pedestal emblemático era quase que um sexto membro da banda.

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Ao convidar ao palco o amigo Burton C. Bell do Fear Factory, que se apresentará em outubro no Brasil, Al Jourgensen disse que só tocaria clássicos. E, verdade seja dita, fez isso com méritos.

A sequência final começou com “N.W.O” (New World Order) e “Just One Fix” , ambas do clássico Psalm69.

A importância da banda, praticamente criando o Metal Industrial, deve-se ao álbum The Mind Is a Terrible Thing to Taste. A banda finalizou com duas deste álbum: “Thieves”, e sua batida inconfundível, e o final apoteótico, para quem não arredou o pé, com “So What”.

Setlist

Hail to His Majesty (Peasants)
Punch in the Face
PermaWar
Fairly Unbalanced
Rio Grande Blood
LiesLiesLies
Waiting
Worthless
N.W.O. (with Burton C. Bell)
Just One Fix (with Burton C. Bell)
Thieves (with Burton C. Bell)
So What (with Burton C. Bell)

Korn

Jonathan Davis, nos vocais, James Shaffer e Brian Welch, nas guitarras, Reginald Arvizu, no seu baixo com cordas verdes e amarelas, e Ray Luzier, na bateria. Finalmente a banda de volta ao Brasil pela primeira vez após o Monster of Rock 2013 e, assim como no Ministry, quando descobriram e deixaram o clássico pedestal a mostra, o cenário parecia completo com o logo da banda ao fundo.

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Ao primeiro pulsar do baixo tocando no melhor estilo Korn, literalmente apareceu gente de todo o lado, até quem estava descansando enquanto o Ministry se apresentava. E a faixa “Blind”, do disco de estreia de 1994, teve todos pulando e a banda agitando sem parar! Era realmente reviver os anos 90 e penso que esse tenha sido o ideal que o festival pensou no line up, aproveitando o que teve de melhor nesses 30 anos de Festival.

Podemos dizer que tivemos até pouca comunicação com o público comparando com as passagens de 2008, junto com Ozzy, e o Monster em 2013. Mas sobrou atitude e sobraram hits, como “Falling away From me” e “Got The life”, dos saudosos anos 90, até novas músicas deste século, como “Coming Undone”, de 2005, ou “Here to Stay” e “Did my Time”, gravadas no inicio dos anos 2000.

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Assim como o Angra, esse set, variando as músicas de toda a discografia da banda e não dando preferência a esse ou aquele álbum, agradou geral e certamente fizeram um dos melhores shows do festival, principalmente por fechar a noite com o mega hit “Freak on Leash”.

Como diríamos nos anos 90 o Korn literalmente representou.

Setlist

Blind
Ball Tongue
Need To
Clown
Here to Stay
Coming Undone
Did My Time
Got the Life
Shoots and Ladders
Falling Away From Me
Freak on a Leash

Motley

Usei o tempo do Royal Blood, para aproveitar e jantar, aguardando o que seria o show mais importante do dia, já que seria a primeira e única apresentação do Motley Crue na cidade do Rio de Janeiro, pois a banda esta finalizando sua Final Tour com último show agendado para o dia 31 de dezembro, em Los Angeles.

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Formação clássica, Tommy Lee, Mick Mars, Nikki Six e Vince Neil e, ao apagar as luzes, a intro de moto já anunciava o primeiro hit, “Girls Girls, Girls”, seguida por outro “Wild side”. Nesta hora, pensei: “por que não vieram com a estrutura de rodar a bateria?”. Mas pensei melhor e… deixa para lá. Afinal, estávamos vendo a tour de despedida e isso já valeria a pena.

O tom de nostalgia só aumentava com as seguintes, como “Primal Screen”, ou quando Vince pegou a guitarra para tocar “Same Ol’situation”, depois o violão para a balada “Don’t Go away Mad” e, vendo a banda bem mais de longe, os efeitos pirotécnicos que fizeram parte de todo o set eram outro show a parte.

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Clássicos do inicio de carreira, como “Looks that Kill”, e os novos como “Saint of Los Angeles”, todos perfeitos. Mas, claro, da maneira que o Motley faz, que sabemos que apesar de possuírem uma boa técnica não são conhecidos por ela e, sim, pela energia em seus Shows.

A grande surpresa do set foi a versão do Sex Pistols que fizeram para “Anarchy in The U.K.”. Impressionavam em tudo, até no mega hit “Shot at the Devil” com o baixo de Sixx cuspindo fogo, no melhor estilo glam ou hard rock oitentista, o nome que queiram dar àquilo. Eu resumo apenas a diversão garantida, afinal, isso é rock!!!!!

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O set do Motley é repleto de clássicos, praticamente um best of, e ainda rolaram “Live Wire” e a insana “Dr. Feelgood”, perfeita na execução, deixando para o final “Kickstar my heart”.

Alguns minutos se passaram e pensei como não tocarão “Home sweet home” aqui. E, de repente, com o telão desligado, os primeiros acordes no piano para a talvez música mais conhecida deles. E aí, sim, se encerrava, com todo o louvor possível, sem dúvida, o melhor show da noite. Deixando claro: não pela qualidade técnica, mas por tudo que o Motley representou e influenciou em todos esses anos.  Fantástico do inicio e fim.

Setlist

Girls, Girls, Girls
Wild Side
Primal Scream
Same Ol’ Situation (S.O.S.)
Don’t Go Away Mad (Just Go Away)
Smokin’ in the Boys’ Room
Looks That Kill
Anarchy in the U.K.
Shout at the Devil
Saints of Los Angeles
Live Wire
Dr. Feelgood
Kickstart My Heart
Home Sweet Home

Metallica

Ah, o Metallica no Rock in Rio é arroz de festa etc etc e tal… Mas qual o problema? Afinal, a banda é sensacional e sempre que esta presente no Brasil temos que vibrar, sim, pois é muito difícil eles fazerem um show ruim.

E até como tradição é tradição, antes da intro do show Ecstasy of Gold, tivemos a música do AC/DC,  “It´s long way to the top”. Com o vídeo clássico do Bang Bang e com todos no palco, já começam com “Fuel”, surpreendendo.

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Duas na sequência, “For Who the Bells tolls” e “Battery” sem a característica intro. Alí percebemos que existiam vários fãs que faziam parte do palco e estavam atrás da bateria de Lars. E não há como não pensar: “que inveja”. Mas aquela inveja da  boa. E como eles conseguiram estar lá? Assinaram alguma revista de novela, um ingresso a parte ou o que? Mas uma ideia genial, feita por uma banda genial,  que certamente, quem pisou naquele palco, não esquecerá nunca.

Os problemas de som que ocorreram no inicio não interferiram em nada. Afinal, já se passava da uma hora da manhã e quem estava desde o meio da tarde na Cidade do Rock, pouco se importava e queria mais é curtir.

Do Load veio a surpresa com “King Nothing” e a  sucessão de clássicos da banda não parou. E vieram também todos os chavões de James, hoje mais que tradicionais, perguntando se estavam se sentindo bem, pois a banda estava bem e queria todos melhores, ou perguntando se o público queria algo mais “heavy” antes de “Sad but True”.

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Outra grata surpresa foi “Turn the Page”, que realmente não esperava, no set e o final meio que apoteótico e direto, com “One, Master of Puppets”, “Fade to Black” eSeek & Destroy”. Era simplesmente tudo que os 85 mil presentes gostariam de ver e ouvir.

O bis veio rapidamente com “Whiskey in the Jar”, clássico imortalizado pelo Thin Lizzy, seguido pela balada novelística “Nothing Else Matter”. O telão mostrando sua palheta com os dedos tatuados com a palavra Riff praticamente emenda com a intro de “Enter Sandman”, que sempre finaliza o show do Metallica e, no Rock in Rio, não foi diferente.

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Setlist

The Ecstasy of Gold

Fuel

For Whom the Bell Tolls

Battery

King Nothing

Ride the Lightning

The Unforgiven

Cyanide

Wherever I May Roam

Sad But True

Turn the Page

The Frayed Ends of Sanity

One

Master of Puppets

Fade to Black

Seek & Destroy

Encore:

Whiskey in the Jar

Nothing Else Matters

Enter Sandman

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Um show dentro do esperado, porém mais que espetacular e só acrescenta ao festival, mostrando a importância do Heavy Metal dentro de festivais do estilo do Rock in Rio.

Fatos negativos do festival, claro que tiveram e, sim, citaremos no intuito da sempre melhora do mesmo. E vamos começar com a fila e atendimento das lanchonetes, que deixaram bem a desejar e o público que, em uma época que queremos melhorar nosso país, ainda tem algumas pessoas insistem em querer levar vantagens cortando fila, sendo mal educados, fora os famosos e etc etc etc… e em um dos melhores festivais do mundo isso realmente não pode acontecer. Assim como a saída dos ônibus de Primeira Classe, que do nome realmente não teve nada e esse serviço bem idealizado realmente deveria ser melhor executado.

PARABÉNS ROCK IN RIO e, SIM, mais uma vez, voltaremos em 2017.

Rock in Rio 19_

 

Texto e Fotos: Marcos Cesar

Publicado originalmente no Site A Ilha do Metal


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