zoom

CPM 22 celebra 20 anos de carreira


Uma das bandas mais bem-sucedidas do rock nacional, o CPM 22 está completando 20 anos de estrada. Confira um bate-papo com Japinha, baterista do grupo, e um resumo da trajetória de sucesso do grupo!

“Cada cidade visitada, cada show, tretas, calotes, prêmios, vitórias, perdas, alegria, revolta, críticas, tudo foi importante para o nosso crescimento profissional e pessoal”, diz Fernando Badauí na introdução do site especial do CPM 22, para comemorar os 20 anos de vida da banda – esse aqui.

As palavras do vocalista mostram a essência de uma das bandas mais queridas do rock nacional, que trilhou um caminho de sucesso e arrasta uma legião de fãs por onde passam.

20 anos de sucesso

O Uber7 bateu um papo com o baterista Ricardo Japinha durante a passagem do CPM 22 por Brasília. O palco talvez não fosse o mais habitual possível, pois eles haviam acabado de tocar em uma festa junina. A proposta foi interessante: reunir diferentes estilos em uma festa só – e funcionou muito bem. E, como se tratava da capital do rock, a energia foi contagiante durante toda a apresentação.

U7: Brasília é um dos principais celeiros do rock nacional. Quantas vezes vocês já tocaram aqui e como é o público da capital?

Foram mais de sete, oito vezes. Já fomos no Porão do Rock, na Fan Fest da Copa do Mundo, num evento ao lado do Mané Garrincha. A gente adora vir aqui porque o público sempre nos recebe bem. A gente é super bem tratado, mesmo sendo de outro estado. Então é sempre bom voltar a uma cidade tão grande, com um público roqueiro e que sempre prestigia o nosso trabalho. A gente tá na estrada há 15 anos profissionalmente e é sempre bom vir a Brasília.

U7: E vocês já tocaram em uma festa junina antes?

Cara… já! A do Corinthians, lá em São Paulo (risos). Eu e Badauí somos corintianos, temos uma ligação com o clube e eles pediram pra gente tocar. Era uma festa gigante também. Mas fora do estado de São Paulo acho que foi a primeira mesmo.

U7: Falando de maneira mais geral, como vocês veem o cenário do rock nacional? Com ritmos mais populares como o sertanejo universitário tomando conta das paradas, está mais difícil para bandas de rock se consolidarem?

Complica um pouco, porque sempre teve espaço pra todo mundo. Tinha o espaço das bandas de rock, das duplas sertanejas, dos grupos de reggae, cada um com seu espaço e seu público. De uns tempos pra cá, houve uma monopolizada em questão de mídia, espaços para shows e nas rádios, por conta do sertanejo e do funk, pelo fato de serem bastante populares – e faz parte isso. Mas fica complicado para quem está começando. Tem menos espaço para tocar, as gravadoras investem menos e o advento da internet tirou um pouco da força das gravadoras e das rádios. Então a gente deu sorte de ter começado nos anos 90 para 2000.

(Foto: Filipe Rodrigues/Site Uber7)
(Foto: Filipe Rodrigues/Site Uber7)

U7: Recentemente tocaram no João Rock com bandas novas, como Scalene e Supercombo. Vocês veem alguém se destacando, mesmo com essas adversidades?

Tem essas duas bandas, que inclusive são de amigos meus. Conheci também uma molecada daqui (Brasília) do Dona Cislene, que é bem legal. São bandas que têm potencial. Talvez, se fosse numa época em que o rock estivesse com mais exposição na mídia, eles teriam mais facilidade. Mas eles tão bem.

U7: Vocês estão em uma turnê comemorativa de 20 anos. Já dá para dizer que vocês estão realizados profissionalmente?

Cara… eu até disse isso há alguns anos em uma entrevista, quando eu ganhei o terceiro VMB como batera. A gente ganhou um Grammy, tocou em Portugal, Japão, Estados Unidos, Inglaterra… há uns três, quatro anos eu falei “meu, podia parar que tá legal. Podia abrir um negócio e tal (risos)”. A gente conseguiu viver bem de música durante todos esses anos e é difícil para uma banda de rock no Brasil sobreviver todo esse tempo. Mas a gente não quer parar. O público pede, a gente continua com vontade, a união da banda continua cada vez mais forte. A gente toca em quase todas as capitais em todos os anos. Então para pra que, né? A gente está com pique ainda, então vamos continuar!

Leia também: Especial | Fresno comemora dez anos de ‘Ciano’

História para contar

Tudo começou com a formação da banda, em 1995, em São Paulo. No ano seguinte, eles lançaram a primeira demo tape, sob o nome “CPM”. Em 1998, o nome já mudou para “Caixa Postal Mil e Vinte e Dois” e foi lançada uma segunda demo. Com a divulgação desse material, a agenda foi crescendo e não tardou até sair o primeiro álbum independente: A Alguns Quilômetros de Lugar Nenhum, em 2000.

Já nesse ano o CPM 22 concorreu ao Video Music Brasil (VMB) na categoria “Melhor Democlipe”. O primeiro contrato com uma gravadora veio com a Abril Music, por meio do selo Arsenal Music, em 2001. Seguiram-se os álbuns CPM 22 (em 2001, que ganhou um Disco de Ouro por passar das 100 mil cópias vendidas), Chegou a Hora de Recomeçar (em 2003, com participação de nomes conhecidos do punk rock nacional, como Rodrigo, do Deadfish, e Koala, que formou o Hateen com Japinha) e Felicidade Instantânea (em 2005, consolidando a reputação do grupo e rendendo prêmios importantes, como o “Escolha da Audiência” e “Clipe do Ano” – para “Irreversível” – no VMB).

(Foto: Filipe Rodrigues/Site Uber7)
(Foto: Filipe Rodrigues/Site Uber7)

Em 2006, foi gravado o primeiro álbum ao vivo da carreira. O MTV Ao Vivo saiu também no formato de DVD, dando o Prêmio Multishow de Música Brasileira de 2007 na categoria “Melhor DVD” e o VMB de “Melhor Performance Ao Vivo” para “Inevitável”. Esse também foi o ano da primeira apresentação internacional do CPM 22: no Japão. Além das conquistas coletivas, individualmente os integrantes também se destacavam: Japinha, por exemplo, foi eleito o melhor baterista do Brasil por três anos consecutivos no VMB (2005, 2006 e 2007).

No ano seguinte veio um álbum com apelo mais crítico. “Cidade Cinza” claramente é um retrato do cenário político da capital paulista, mas não abandonou totalmente as letras mais melódicas. Foi em 2008 que o CPM 22 alcançou duas das maiores façanhas da carreira: eles venceram um Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Rock Brasileiro e fizeram uma turnê internacional, passando por Estados Unidos (primeira banda brasileira a tocar no Hard Rock Cafe da Flórida), Inglaterra e Portugal.

Um grande intervalo se passou até o trabalho seguinte, que veio em 2011, de forma independente – a parceria com a Arsenal Music havia acabado. O nome do álbum, Depois de um Longo Inverno, explica um pouco dessa fase de transição. A saída de Wally e o rompimento com a gravadora influenciaram esse hiato, porém, os próprios integrantes reconhecem que a pausa foi positiva. Uma nova sonoridade foi encontrada e eles tiveram o tempo necessário para se adequar ao novo estilo. Os shows passaram a contar com um organista e um trio de metais, dando uma outra cara e renovando as feições do CPM.

Leia também: 39 videoclipes brasileiros que você precisa assistir

O CPM 22 – Acústico – primeiro trabalho da banda nesse formato – saiu em 2013. O álbum marcou o retorno da banda a uma grande gravadora – a Universal Music – e foi considerado um dos melhores álbuns da carreira do grupo.

Atualmente a banda está em turnê pela comemoração dos 20 anos de carreira. A formação conta com Badauí (vocais), Japinha (bateria), Heitor (baixo) , Luciano (guitarra) e Phil (guitarra) Confira a agenda de 2016 clicando aqui.

Por Uber7


Deixe seu comentário


Envie sua matéria


Anexar imagem de destaque