Desde o início da Radical Optimism Tour, em março de 2025, Dua Lipa vem incorporando um novo ritual a seus shows: a cada cidade, uma canção diferente, sempre escolhida entre clássicos locais. A ideia — que mistura homenagem, curadoria e improviso — tem rendido momentos únicos, com versões de músicas que vão do rock australiano ao pop latino, interpretadas ao lado de convidados especiais.
Em Melbourne, a artista inaugurou o formato com uma sequência que incluiu “Highway to Hell” (AC/DC), “Torn” (Natalie Imbruglia), “Can’t Get You Out of My Head” (Kylie Minogue) e participações de Troye Sivan e Vance Joy em “Rush” e “Riptide”. Já em Sydney, apresentou “Never Tear Us Apart” (INXS), “The Less I Know the Better” com Kevin Parker (Tame Impala) e “Big Jet Plane” com Angus Stone.
O costume seguiu por outras cidades da turnê. Em Auckland, Lipa revisitou “Royals” (Lorde) e “Don’t Dream It’s Over”, de Crowded House, ao lado de Neil Finn. Em Madri, surpreendeu com “Héroe” (Enrique Iglesias) e “Me Gustas Tú” (Manu Chao). Já na Alemanha, cantou em alemão o sucesso “99 Luftballons” (Nena) e homenageou o Scorpions com “Wind of Change”. Na França, as escolhas foram “Dernière danse” (Indila) e “Get Lucky” (Daft Punk).
Nos Estados Unidos, o projeto ganhou ainda mais força. Em Boston, a artista interpretou “I Don’t Want to Miss a Thing” (Aerosmith), enquanto em San Francisco viveu um dos momentos mais comentados da turnê ao dividir o palco com Billie Joe Armstrong, do Green Day, para cantar “Wake Me Up When September Ends”. No show anterior, apresentou “Piece of My Heart”, eternizada por Janis Joplin e associada à cena musical da Baía de São Francisco.
Em entrevista durante a passagem pela Califórnia, Lipa explicou o conceito: “Todas as noites fazemos uma música surpresa diferente de um artista local. Pensei em São Francisco e em toda a música incrível que já surgiu daqui.”, disse. A prática, segundo ela, é uma forma de criar conexão com o público de cada lugar e celebrar artistas que a inspiram.
As interpretações variam de acordo com o repertório original, mas a cantora costuma adaptar os arranjos para o seu universo pop, com inserções de elementos eletrônicos e vocais mais suaves. Em “Highway to Hell”, por exemplo, transformou o clássico do AC/DC em uma versão mais melódica e soul, enquanto “99 Luftballons” foi elogiada pela pronúncia impecável do alemão.
A recepção tem sido amplamente positiva. Fãs compartilham trechos dos covers nas redes sociais, e a imprensa internacional destaca a iniciativa como uma das marcas da turnê. Para a Rolling Stone, as performances são “um gesto de gratidão artística que conecta Dua Lipa à história musical de cada cidade”.
Com o sucesso da proposta, a Radical Optimism Tour consolida-se não apenas como divulgação do álbum lançado em 2024, mas como um exercício de versatilidade e reverência. Ao reinterpretar canções de diferentes épocas e idiomas, Lipa transforma cada apresentação em uma celebração local, ampliando o alcance e o significado de sua música no palco.
Fontes: Rolling Stone, People, SFGate, News.com.au, Uproxx, Setlist.fm





