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Especial Linkin Park: uma das bandas mais representativas dos últimos 20 anos


Um apanhado da carreira de um dos grupos mais interessantes das últimas décadas

Sim, o Linkin Park pode ser considerado tranquilamente uma das cinco bandas mais relevantes comercialmente nestes últimos vinte anos. A junção de uma série de fatores nos permite fazer esta afirmação. Desde o ano de 2000, quando a banda, liderada por Chester Bennington e Mike Shinoda, mas que também conta com Joe Hahn, Brad Delson, Rob Bourdon e David “Phoenix” Farrell, lançou o avassalador álbum Hybrid Theory, que o grupo corre em direção à este grupo restrito.

A primeira aparição pública de maior impacto foi justamente em uma apresentação do grupo, em 2001, no MTV Music Awards, na época a mais relevante premiação da música no mundo. Ali todos ficaram sabendo que o Linkin Park era diferenciado dos demais.

 

Eles tocaram “One Step Closer”, o primeiro grande single daquele álbum que entraria para a história dos anos 2000 como um dos mais vendidos. E 80% do êxito comercial do disco foi devido aos dois singles seguintes, as já icônicas “Crawling” e “In The End”. Hybrid Theory foi o álbum mais vendido naquele ano e a banda havia acabado de virar febre nos Estados Unidos.

O Linkin Park nesta época (2001-2002) já era razoavelmente grande, mas havia alguns outros grupos ainda maiores, como o Radiohead, Pearl Jam, Green Day e Oasis, por exemplo. Porém o tempo acabou por destruir o Oasis e afundar, ao menos comercialmente, as outras bandas, deixando a passagem livre para o grupo de Chester se tornar naquela época a mais valorizada do planeta.

Meteora

Em 2002, a banda lançou seu segundo grande trabalho, o explosivo Meteora, que serviu para provar que eles chegaram para ficar de vez, não eram uma armação (tão comum em épocas de Boy Band e cantoras saídas de programas de televisão). Assim, mais alguns petardos como “Somewhere I Belong”, “Faint” e “Numb” foram jogados nas rádios e fizeram sucesso instantaneamente. Bastava a banda lançar um clipe para ele ir direto ao primeiro lugar das paradas. E no final do mesmo ano, um desses vencia as categorias das premiações de videoclipes. Era algo que não acontecia com nenhum outro grupo, ao menos não com a mesma intensidade.

 

Até os trabalhos questionáveis eram bem sucedidos comercialmente: o remix de Hybrid Theory (Reanimation) e o trabalho em parceria com o Rapper Jay-Z (“Collision Course”). Muitos reclamavam de preguiça criativa ou então de oportunismo exagerado. O fato é que ambos os projetos são vistos hoje com certo ar de nostalgia, e fica cada vez melhor de ouvir. Fora que a parceria com Jay-Z fez o Linkin Park se tornar ainda mais relevante na cena musical global. Eles já eram ovacionados no mundo inteiro e no Brasil não poderia ser diferente.

Era incrível a capacidade que a banda tinha de colocar suas músicas em primeiro lugar nos programas brasileiros (na época o Disk MTV e o Top 20 Brasil). Não houve sequer um clipe que não chegou e permaneceu no primeiro lugar das paradas. Outras bandas chegaram perto, mas nenhuma alcançou tal feito. O Linkin Park tinha dois álbuns lançados e o mundo conquistado.

Minutes to Midnight

A partir deste instante, algumas coisas mudaram. O mundo foi mudando, e o mercado musical não era mais o mesmo. A internet se popularizava cada vez mais e aumentava a dificuldade em vender CDs físicos. Poucos grupos continuaram vendendo muito desde então. E para ajudar negativamente, a banda entrou em confronto com a gravadora e Shinoda lançou o Fort Minor (bom trabalho paralelo). A banda nunca mais foi a mesma, mas ainda assim, seguiam grandes. Minutes to Midnight foi lançado e com o álbum, uma das mais emblemáticas canções do grupo: “What I’ve Done”.

 

O álbum indicava mudanças: letras mais densas e uma pegada ainda mais pesada. Não era por menos, o produtor do álbum era ninguém menos que Rick Rubin, um dos melhores produtores americanos. O álbum ainda tinha “Bleed It Out”, “Shadow of the Day”, “Given Up” e “Leave Out All the Rest”. Foi sucesso comercial e colocou a banda de vez no mainstream mundial. O Linkin Park a partir desta turnê já poderia se considerar uma das maiores bandas do mundo.

 

O final dos anos 2000 chega e uma constatação: pouca gente compra álbum físico e cada vez menos gente assiste canais como MTV. O YouTube já era famoso o suficiente para indicar tendência. Neste contexto, surge A Thousand Suns. Rick Rubin novamente e uma pegada mais diversificada com elementos de eletrônica (só pegar o single “The Catalyst”). As letras ficavam cada vez mais sérias e a banda menos voltada para a venda de seus álbuns, mas ainda assim muito comercial. O Linkin Park, nesta época, já tinha uma parceria consolidada com a franquia Transformers, que só fez o fã clube crescer.

Este momento, também é marcado por uma pulverização no mundo da música: milhares de bandas surgem a todo instante nas diversas redes sociais do mundo. Ser grande é cada vez mais difícil e o Linkin Park foi uma das poucas (e mais bem sucedida) que se mantiveram grandes. Foo Fighters cresceu, The Strokes cresceu, mas logo encolheu, e a cena indie tomou conta do mundo, mas com grupos sem poder de se transformar em bandas de estádios.

 

O Linkin Park lançou mais alguns trabalhos: o instável Living Things, o álbum de remixes Recharged e o último trabalho de estúdio, o ótimo The Hunting Party. O grupo perdeu certa força midiática, porém todos os grupos de rock perderam, pois, chegamos a uma era de total domínio da música pop, sendo cada vez mais complicado para um grupo de rock conseguir chegar ao topo da Billboard, por exemplo. Surgiram grupos que até conseguiram, como o Imagine Dragons, porém sem 30% da força que o Linkin Park possuía, e ainda possui no mundo.

Entender o fenômeno que é essa banda não é tão difícil assim: músicos competentes, letras interessantes (desde os primórdios), um vocalista que consegue equilibrar sonoridades raivosas e melancólicas, o outro que contrapões cantando rap como poucos, um som comercial, mas nem tanto, bem produzido, mas verdadeiro, apresentações ao vivo tão bem equalizadas quanto às gravações de estúdio… Enfim, é por estas e outras razões que o Linkin Park está entre as mais importantes bandas das últimas duas décadas.

Por Cabine Cultural


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