Com nove álbuns lançados, mais de 11 bilhões de streams e duas décadas de trajetória, Norah Jones continua sendo uma das vozes mais singulares da música contemporânea.
Prestes a desembarcar no Brasil, onde fará shows da sua turnê mundial VISIONS no Rio de Janeiro, em 27 de maio, no VIVO RIO, em Curitiba, no dia 29 de maio, no Teatro Positivo e no dia 31 de maio em São Paulo onde será a headliner do POPLOAD Festival, a cantora deu uma entrevista à Vanity Fair, conversou sobre sua evolução pessoal e artística, seu podcast, a vida com os filhos e como aprendeu a encontrar equilíbrio entre o sucesso comercial e a liberdade de ser quem é.
Na entrevista à Vanity Fair, Norah Jones refletiu sobre os mais de 20 anos de carreira que a separaram do lançamento de Come Away With Me, disco de estreia que lhe rendeu cinco Grammys e a projetou mundialmente. Segundo ela, a fama repentina foi um choque: “Não estava tentando ser uma estrela pop. Estava só tentando fazer um disco do meu jeito”. A experiência, ao mesmo tempo emocionante e assustadora, foi vivida sem grandes planejamentos, mas com uma certeza: a música continuaria sendo seu ponto de equilíbrio.
Com nove álbuns solo lançados e parcerias que vão de Ray Charles a Dolly Parton, Norah destacou o quanto essas colaborações a mantiveram animada, especialmente nos momentos em que compor sozinha parecia mais difícil. Durante a pandemia, encontrou uma nova forma de se conectar com outros artistas ao criar o podcast Norah Jones Is Playing Along, espaço em que conversa e toca com colegas em encontros descontraídos.
Hoje, ela grava principalmente em casa, sem pressões externas e com liberdade para experimentar. A presença dos filhos, por vezes até nos registros das músicas, tornou-se parte do processo. A maternidade, aliás, mudou sua relação com a carreira. Ela evita turnês longas e prioriza apresentações mais curtas, perto de casa, buscando conciliar a vida profissional com a familiar.
Criada no Texas com a mãe e com pouco contato com o pai, o músico indiano Ravi Shankar, Norah contou que a música indiana esteve presente de forma indireta. Ao longo do tempo, conseguiu lidar com o sentimento de deslocamento que marcou o início de sua carreira: “Hoje, só quero fazer música que seja verdadeira para mim”.
Com milhões de discos vendidos e bilhões de streams acumulados, ela reconhece que muita coisa mudou na indústria, mas acredita que a essência permanece. “Os números são diferentes, mas a música ainda é a mesma.” Para o futuro, Norah espera mais liberdade, novas colaborações e tempo com a família — e diz estar, enfim, encontrando o equilíbrio.