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Por trás das músicas do álbum “The Search for Everything”, de John Mayer


Então digamos que você está passando por um momento difícil na sua vida. Ou então que sente saudades de alguém especial. Melhor ainda. Digamos que você está feliz da vida. Apaixonado, com um sorriso na cara. Já reparou que pra cada um desses momentos, tem sempre uma música ou outra que você escuta e deixa tudo mais intenso?

Pois é. Isso acontece porque algum compositor captou essas sensações e resolveu transformá-las em canções. Se você se identificou e pensou em John Mayer como um desses compositores, você vai adorar esse post! Vamos conhecer a história de algumas músicas escritas pelo John e que toda hora aparecem no setlist da TSFE Tour. Vem com a gente!

LOVE ON THE WEEKEND

Não é por acaso que (quase) todos os românticos de plantão amam o 1º single do The Search For Everything. À Rolling Stone, John conta que a ideia da letra surgiu quando, certo dia, ele estava chegando ao prédio da Capital Records e começou a reparar nas colinas que rodeiam Los Angeles. Veio então o pensamento de como L.A é um reduto para amantes. Amantes que aproveitam desse cenário para fazer o que mais sabem: amar.

“Existe uma cultura da cidade ser como um refúgio para os amantes. Muito do meu ciúmes como homem solteiro é não poder ir ao Post Ranch in Big Sur ou ao San Ysidro Ranch, em Santa Bárbara”

O riff, a harmonia e a melodia apareceram um certo tempo depois quando John chegou ao estúdio com uma “leve ressaca”. Ao tocar a guitarra, viu que ela estava com um timbre carregado de reverb. Num lapso de gênio, ele começou a tocar o riff e pediu para que alguém gravasse. Pronto, lá estava o comecinho viciante que a gente tanto gosta.

“Eu percebi que LOTW seria a canção que faltava no álbum. Ela fala sobre o começo feliz de um relacionamento, o “descobrir” alguém. Todas outras canções são sobre ficar jogado na solidão”.

CHANGING

Mudança é algo que não faltou na carreira e na vida de John Mayer. O menino do Room For Squares, se tornou o bad boy do Battle Studies, sofreu muito com o câncer na garganta, renasceu no Born and Raised/Paradise Valley para só relaxar e ser feliz no TSFE. Uma música chamada “Changing” parece justo.

Era dezembro de 2014, Capital Records, quando a estrofe I am not done changing, out on the run changing, I may be old and I may be young, but I am not done changing apareceu na mente e na voz de John.

“Esse pedaço tinha 30 segundos de duração e eu pensei: “Droga, como transformo isso em uma música”?

Mesmo com o refrão prontinho, a música ainda demorou muito a ser finalizada. Além de ter um solo simplesmente espetacular, John a considera o “centro espiritual de todo o álbum”.

MOVING ON AND GETTING OVER

Chegamos então ao momento “fim de relacionamento”. Moving On and Getting Over (seguir em frente e superar) é algo que todos nós deveríamos fazer de vez em quando mas nem todos conseguem. A música começou a tomar forma na primavera de 2014, no caso, uma das primeiras do disco a sair da cabeça de John para o papel.

O que conduz todo o ritmo de Moving On são duas linhas de guitarra que conversam entre si e são complementadas pelos outros instrumentos. Isso sem falar do grande charme de toda a música, que são os ataques da banda junto com a voz em I still can’t seem to get you off my mind. Vai falar que não é demais?

“O groove da música é resultado de uma caixinha de som que estava com problema e tocou a música ao contrário. Daí veio esse lance rítmico e groovado”

Outra parte que vale muito citar por aqui é o final, o que John diz que é uma “jam”. Para quem não sabe, “jam” é como os músicos chamam o ato de se reunir pra tocar ou de tocar um trecho da música para se divertir, envolvendo improvisações e tal. Meio que o nosso “fazem um som”. Mas a “jam”de ‘Moving On and Getting Over’ vai muito além disso.

“Se eu tivesse terminado a música um tempo atrás, não teria essa jam na gravação. A jam sou eu voltando dois anos depois de ter escrito a música e falando que segui em frente. É um final feliz”

YOU’RE GONNA LIVE FOREVER IN ME

John e um piano branco no palco. Essa cena é triste e feliz ao mesmo tempo. Triste porque ela só acontece quando o show está acabando. Feliz porque é nesse cenário que “You’re Gonna Live Forever in Me” é performada. A última música do álbum foi escrita em apenas uma noite e é uma das que mais mexem com as emoções de John.

“Essa foi a primeira vez na minha vida que eu estou em um estado emotivo elevado como cantor, não apenas intelectualizando como cantar a música corretamente. Toda vez que eu escuto, é como se eu voltasse na mesma sala em que ela foi gravada e olhasse para mim mesmo em vários ângulos”.

Quer uma curiosidade? John escreve a letra em uma máquina de escrever vintage, da marca Olympia. Sim, ele levava as folhas o estúdio.

STILL FEEL LIKE YOUR MAN

Antes de qualquer coisa: se você não assistiu o clipe de “Still Feel Like Your Man”, desce um poquinho seus olhos nela tela e assista. Vale a pena. Voltando. Quase nunca é fácil terminar um relacionamento, seja você o John Mayer ou não. Carregada de grooves e linhas incríveis de guitarra, a música de abertura do álbum fala exatamente dessa dificuldade que a gente tem de se acostumar que uma pessoa não é mais “sua”, no sentido amoroso da coisa, não do possessivo, beleza?

“I still keep you shampoo on my shower, in case you wanna wash your hair é um dos momentos autobiográfico e minha parte preferida da letra”

Depois de tentar infinitas letras, levadas e melodias diferentes, John encontrou um caminho digno para a música e não descansou por três dias seguidos até que ela fosse finalizada.

“Eu sinto que não toquei o chão nesses 3 dias, como se eu quisesse sentir a verdade do que estava vindo dali”.

HELPLESS

Seu dia não está sendo dos melhores? Está precisando de algo que te anime? É só colocar o comecinho de “Helpless” pra tocar! Impossível não levantar da cadeira e dar aquela gingada. Sabe qual é o melhor de tudo? A música foi gravada ao vivo no estúdio. Isso mesmo. John, Pino e Steve tocaram juntos, já gravando e deu no que deu: uma das músicas mais elogiadas do disco.

Claro que depois desse take, foram acrescentadas outras linhas de guitarra etc. John conta que ele traz referências de músicas antigas, como “Miss You”dos Rolling Stones.

“Eu pude usar timbre de guitarra retrôs que sempre amei. Eu me imagino abrindo um show com essa música”

EMOJI OF A WAVE

“Emoji of a Wave” é aquele tipo de música que você escuta uma vez e fica cantarolando o refrão por semanas. E digo mais. Se você toca violão, você vai passar dias “tirando” e tocando a harmonia e as frases lindas que fazem parte de outra das queridinhas do TSFE. Quer um exemplo? O guitarrista brasileiro Mateus Asato, uma das grandes referências mundiais da guitarra e amigo de John, tem Emoji como sua música favorita do momento. John, inclusive, diz algo curioso sobre ela:

“Existem dois níveis nessa música. Um deles me leva a um dia frio e chuvoso em Santa Barbara. O outro me remete a uma parte de vida e amor que meu cérebro não entende bem: querer agir para resolver uma coisa sabendo que não há solução pra ela”

Mas a parte mais legal de todo concebimento da música está nos vocais que aparecem quase que o tempo todo. Logo que as melodias de Emoji começaram a tomar forma, John pensou: isso tem cara de Beach Boys. Aí o destino fez o favor de comparecer. Em um sábado a tarde do outono de 2014, os Beach Boys estavam cantando em um estúdio ao lado do que John estava, no Capitol Studio. Quando ele e Jardine (um dos Beach Boys) se cruzaram no corredor, Jardine disse: “Se tiver fazendo algo que eu possa cantar..”. Mayer respondeu “Bom, eu tenho uma música sim…”. Pronto. Jardine e seus filhos gravaram as harmonias vocais naquele mesmo dia.

“Quantos artistas fazem uma coisa na pegada Beach Boys e tem os próprios Beach Boys para cantar com ele? Esse é o privilégio de estar em uma comunidade musical”

Por John Mayer BR


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