A banda Simple Plan retornou à Curitiba no sábado (25) após nove longos anos: a última vez que os canadenses estiveram na capital paranaense foi em março de 2009. O público da cidade, portanto, não decepcionou e demonstrou que estava decididamente sentindo saudades. A fila para o show já estava formada às três horas da tarde e a maior parte dos fãs era composta por adolescentes e jovens adultos, algo como um público que variava dos 15 aos 25 anos. De um lado ao galpão de acesso à casa, fãs dedicados que acordaram cedo compunham fila para o público em geral e de outro, em uma segunda fila, os fãs que tiveram o privilégio de poder adquirir meet and greets pagos se preparavam para a entrada antecipada.
Antes do início do grande e aguardado espetáculo, os fãs puderam ficar na pista aproveitando músicas da geração “emo” dos anos 2000 e muitos já cantavam com bastante empolgação, em um aquecimento. A casa encheu-se gradativamente e ficou cheia — o público girou em torno de quatro quintos da capacidade total do Live Curitiba, que pode abrigar cinco mil pessoas. Vale ressaltar que o Brasil está enfrentando há mais de uma semana uma grave crise de abastecimento de combustíveis o que prejudica o transporte tanto de quem vive na cidade quanto de quem vem de fora, contudo mesmo assim a presença do público foi marcante – a autora deste post teve seu voo cancelado durante a madrugada e a remarcação ocorreu para em cima da hora.
Após muita espera, as sirenes soaram: uma alusão aos velhos tempos, uma vez que a banda costumava usar esse sinal em turnês dos álbuns de 2002 e 2004. O público foi a loucura com a presença dos quatro membros presentes e, sem perder tempo, a banda deu início ao show com a energética “I’d Do Anything”, um se seus singles mais queridos. Após a música, a banda cumprimentou o público e deu boas-vindas a “No Pads, No Helmets… Just Balls 15th Anniversary Tour”, uma grande celebração ao lançamento do primeiro álbum. A banda prosseguiu e tocaria todo o álbum naquela noite.
Entre uma música e outra, o vocalista Pierre Bouvier, fazia diversos comentários rememorando os tempos antigos e nostálgicos, usando bastante o português, que provavelmente aprendeu melhor ao longo de tantos anos vindo ao nosso país. Por diversas vezes, o vocalista falou que amava o Brasil, fez muitas piadas a respeito da idade tanto deles próprios quanto da idade dos fãs que costumavam ser muito novos há 15 anos. “Mamãe! Simple Plan! Quero ir no show! Por favor!” imitou o vocalista, arrancando risos da plateia. “Quinze anos depois vocês ainda falam isso e agora estão aqui! Vocês podem dizer ‘foda-se, mãe, eu vou!’.” E logo se corrigiu, pedindo para que ninguém fizesse isso. Em um momento, o baterista Chuck Comeau assumiu o comando dos vocais, enquanto o vocalista Pierre foi para a bateria e, após um intenso solo de bateria, Chuck achou que nada seria mais adequado do que rememorar os bons tempos do que surfar na plateia e assim foi feito: o baterista pulou nos braços dos fãs, que se espremeram para tocá-lo por alguns segundos.
A banda tocou todo o primeiro disco, incluindo “Addicted”, “I’m Just a Kid” e algumas canções raramente tocadas em turnês normais, porém que são queridas pelo público como “Meet You There”. Encerrando a primeira parte do concerto, a icônica “Perfect”, talvez a música mais conhecida. Durante todo o processo, o guitarrista Sebastien Lefebvre “o homem mais sexy da banda”, ia e voltava no palco, fazendo brincadeiras e caras e bocas com seus colegas. Jeff Stinco demonstrou seus talentos como guitarrista, apresentando um solo memorável de guitarra e, quando a banda se apresentou para o público, os berros mais altos foram para ovacioná-lo. Voltando ao palco após uma pausa, a banda tocou outros singles tais quais “Boom!”, “Summer Paradise”, “Crazy” e, claro, pera encerrar magistralmente, “Welcome to My Life”.
É inegável e notório: o Simple Plan é impecável ao vivo, consegue entregar um show absolutamente energético e divertido e entende bem desde o fã casual ao fã hardcore. Para integrantes que passam tantos anos tocando as mesmas músicas, eles não parecem se cansar e conseguem entregar um excelente show, ainda que não haja a presença do baixista David Desrosiers. A banda tem enorme presença de palco e não dá descanso: eles integrarem e prendem os fãs por todo o show. Por fim, em uma última aparição, Chuck fez uma profunda reverência os fãs e deixou todo o público ali apreciando a sensação de uma das melhores experiências que um fã da música pop-punk dos anos 2000 poderia ter a honra de vivenciar.
Por Anna Clara Peixoto do Simple Plan Brazil