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15 anos sem Joey Ramone


No dia 15 de abril de 2001, perdíamos Joey Ramone, um dos artistas mais importantes e influentes para o punk rock mundial

“Eu quero estar na capa da Rolling Stone”, declarou uma vez, realizando, mais tarde, seu sonho ao lado de sua banda, mesmo após a sua morte.

No dia 15 de abril de 2001, falecia em Nova York, Joey Ramone, vocalista da banda Ramones, devido a um linfoma. Mas seu legado se tornou eterno. O cantor, que parecia se esconder atrás dos óculos escuros e cabelos compridos, influenciou gerações liderando uma das bandas mais importantes da música punk rock.

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De família judaica, Jeffrey Ross Hyman, que mais tarde viria a se tornar um Ramone, nasceu em 19 de maio de 1951, no Bairro Queens, em Nova York. Os seus primeiros dias de vida já não foram fáceis. Joey nasceu com uma massa de feto não desenvolvido preso à sua coluna. O tumor era do tamanho de uma bola de beisebol. Semanas após o nascimento, se submeteu uma cirurgia que lhe rendeu uma cicatriz nas costas.
Mais tarde, durante a infância, seus pais se divorciaram. Por ser muito alto e magro, sofria bullying na escola. Sendo assim, Joey ia se tornando menos sociável e preferia ficar sozinho cada vez mais. Sofria de TOC e baixa autoestima. No entanto, foi a sua mãe que ajudou a lhe dar um novo sentido à vida: Charlotte Lesher (1926-2007) encorajou um interesse na música em ambos os filhos: Joey e seu irmão mais novo, Mitchell (que atende pelo pseudônimo de Mickey Leigh).

A música serviu-lhe de escape e estímulo para nunca desistir de si mesmo. Posteriormente, sua adolescência difícil foi inspiração para algumas canções dos Ramones, como a “I Don’t Care” e “We’re A Happy Family”.

No documentário “End of the Century: The Story of the Ramones”, Joey declara que a música salvou sua vida e seu irmão, fazendo-o se sentir bem. Também dizia que era diferente ao cantar e que aquilo era um incentivo para que ele deixasse suas inseguranças e sua timidez de lado.
No entanto, já no auge da fama com os Ramones, Joey teve que enfrentar um novo desafio em sua vida. Ele aparentemente conviveu com linfoma durante cerca de quatro anos, já que foi examinado em uma clínica especializada em câncer em meados dos anos 1990. Infelizmente, não respondeu adequadamente ao tratamento do câncer linfático, que afetou o seu sistema imunológico, fazendo com que seu corpo tivesse dificuldades de se defender das infecções.

Joey morreu no dia 15 de abril de 2001, no Presbyterian Hospital da cidade de Nova York. Segundo relatos, no quarto do hospital, minutos antes do óbito, Joey escutou na companhia de parentes e amigos o single “In A Little While”, do U2, cujos versos traduzidos dizem: “Daqui a pouco/Esta ferida não vai mais doer/Eu estarei em casa (…)”.

Ramones

Em 1974, Joey fundou com seus vizinhos uma das maiores bandas de punk rock de todos os tempos. No início, Joey cantava e tocava bateria, Johnny (John Cummings) era o guitarrista e Dee Dee (Douglas Colvin) executava o baixo. Posteriormente, Tommy (Thomas Erdelyi), que era gerente do grupo, assumiu a bateria.

Todos os componentes adotaram o sobrenome artístico “Ramone” ao descobrir que Paul McCartney usava o nome “Paul Ramone” quando queria se hospedar em hotéis sem ser reconhecido. Além disso, passaram a usar calças jeans e jaquetas de couro: uma das mais memoráveis marcas da banda, que influenciou no estilo de vários jovens de sua geração.

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Em 1976, lançaram o primeiro álbum, intitulado Ramones, considerado unanimemente o primeiro álbum de punk rock da história. Apesar da já existência de bandas do estilo – como MC5, Stooges e New York Dolls -, foram os Ramones que consolidaram os paradigmas do punk com canções de poucos acordes tocadas em um ritmo acelerado, abordando temas de rebeldia e protesto.

Apesar do sucesso, os membros dos Ramones tinham um relacionamento conturbado. Linda, namorada de Joey, rompeu com ele e se envolveu com Johnny (com quem se casou). Devido ao episódio, os parceiros de grupo conviveram anos sem se falar e rendeu a música “The KKK Took My Baby Away”. Em 1996, a banda chegou ao fim com apenas Johnny e Joey como membros da formação original.
Apesar do som inovador, os Ramones nunca obtiveram êxito comercial em sua época. Após o término, Joey passou a cuidar da produção de bandas.

Desde o seu primeiro lançamento, vieram mais 13 álbuns de estúdio dos Ramones e, ao todo, foram 2.263 shows ao longo da carreira. Paralelamente ao trabalho com os Ramones, Joey editou, em 1994, com seu irmão um disco solo, “Sibling Rivalry – In A Family Way”, com apenas três faixas.

Agora, 15 anos após a sua morte, Joey Ramone ainda é lembrado por várias bandas que seguiram seus passos e que hoje são as responsáveis por carregar o seu legado. Os antigos e novos fãs também seguem suas influências, também utilizando a música para superar seus problemas.

Sepultado no Hillside Cemetery, em Nova Jersey, a sua típica performance de palco – com o pé esquerdo um pouco a frente e o direito atrás, mão esquerda ao microfone e o punho no ar -, está imortalizada na mente de muitos, assim como o som da sua voz gritando o eterno “Hey! Oh! Let’s go!“.

Por Rock Music


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