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Em turnê de 30 anos, Racionais Mc’s elevou o nível do KM de Vantagens Hall, no Rio de Janeiro


Com direito a batalha de rima, abertura de Malía, Racionais Mc’s elevou o nível do KM de Vantagens Hall e trouxe bastante nostalgia ao público

Comemorando 3 décadas de carreira no meio do Rap Nacional, Racionais chega com a turnê no Rio no último sábado (24), com um show em ordem cronológica e cheio de hits fazendo o público cantar por quase 2h30 sem parar. O Show tava marcado para começar as 23h30, logo após a apresentação da Malía, cantora carioca da Cidade de Deus que tem presença confirmada no palco Favela, no Rock In Rio esse ano.

Já passava de 1h da manhã quando os caras entraram no palco do Km de Vantagens Hall levando os fãs a loucura. Com uma disposição invejável para as músicas longas, mesmo depois de 30 anos de carreira, Ice Blue, Mano Brown, Edi Rock e o Dj KL Jay trouxeram hits como Pânico na Zona Sul, Tempos difíceis e Beco sem Saída logo no começo do show, relíquias do álbum Holocausto Urbano, primeiro álbum oficial do grupo. Do segundo álbum, Escolha seu Caminho, trouxeram “Voz ativa” pra agregar na nostalgia.

Depois das 4 primeiras músicas lembrando o começo da carreira dos caras, eles entraram no álbum “Raio X do Brasil” que levou a galera a loucura com “Homem na Estrada” e “Fim de Semana no Parque”, ambas composições do Mano Brown que foram sucesso nos anos 90. “Mano na Porta do Bar”, também desse álbum, entrou na setlist.

Como se já não fosse suficiente todos esses hits juntos em um show só, por volta de 2h da manhã, entramos no álbum Sobrevivendo no Inferno. Esse álbum marcou a cena do Rap Nacional, depois do episódio que o grupo foi preso no palco em 1994, no Vale do Anhangabaú, no Rap do Vale. Lançado em 1997, foi o álbum que levou Racionais para o Brasil. Nos primeiros acordes de “Mágico de OZ” já dava pra entender a divisão de águas na carreira do grupo. Foram incansáveis 40 e poucos minutos de Sobrevivendo no Inferno com o público cantando sem parar. Teve “To ouvindo alguém me chamar” que não chegaram a cantar até o final (a música tem mais de 11 minutos), “Diário de um detento”, “Capitulo 4, Versículo 3” e “Rapaz Comum”.

O público já estava eufórico em um coro de arrepiar, mas não acabou por aí. Ao som de “Nego Drama” a euforia só aumentou. A sensação era de que poderiam desligar os microfones que a galera bancava a música toda. Daí pro final, entrando no álbum “Nada como um dia após o outro dia” e “1000 trutas 1000 tretas”, este que foi lançado em 2006 com regravações, o setlist contou com “A vida é desafio” e “Jesus Chorou”. Vale ressaltar que sinais de resistência foram vistos de todos os ângulos com “Mil faces de um homem leal”, música composta para o documentário de Carlos Marighella e eleita melhor música do ano pela Rolling Stones Brasil, em 2012. Do álbum Cores e Valores, lançado em 2014, só trouxeram o hit “O Mal e o Bem” para o setlist.

O show poderia já ter acabado por tantos momentos ápices que rolaram, mas não poderia acabar sem Vida Loka, hit mais famoso do grupo. Em meio a protestos sobre política, eleição e situação atual do Brasil, encerraram o show da turnê com Vida Loka parte 2 aqui no Rio de Janeiro com aquela sensação boa de que mesmo em 30 anos de carreira, todo sucesso é pouco pra esses caras.

Fotos: Tuiki Borges

Por Angela Bicalho


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