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Fifth Harmony faz show no Rio e mostra como manter uma fã base


As meninas estão ainda mais unidas e os harmonizers entenderam o recado

Já é a quarta vez que o Fifth Harmony pisa no Brasil desde sua existência, em 2012. Tudo bem que já parece muita coisa para quem não é fã, mas quem acompanha o trabalho das meninas nunca vai achar demais.

Dinah, Normani, Ally e Lauren desembarcaram no Brasil essa semana, fizeram um show em Belo Horizonte (4), e ontem (6), fizeram um show no Rio. A Midiorama estava lá no KM de Vantagens Hall para acompanhar o trabalho das meninas.

Desde que foi anunciada sua vinda ao nosso país, os fãs têm trocado mensagens de amor pelas redes sociais e organizando homenagens para elas. Dessa vez especificamente, tinha um gostinho especial. Era a primeira vez em que o grupo se apresentaria em solo tupiniquim como um quarteto. Após a saída de Camila Cabello, foi colocado em dúvida se o grupo sobreviveria, como aconteceu com Spice Girls, Pussycat Dolls, Destiny’s Child e até o brasileiro Rouge.

Durante o show no Rio, as meninas mostraram que estão mais fortes e unidas que nunca. Com uma presença de palco que deixa qualquer harmonizer aos berros, as meninas envolviam muito bem com sua simpatia, mesmo quando uma integrante não estava no palco ou não esbanjava o mesmo sorriso que as outras. É inegável dizer que a simpatia de Ally é a mesma que a de Lauren, por exemplo, mas isso é o que torna esse grupo tão especial. Ao mesmo tempo em que elas são unidas como um grupo, elas deixam claro suas particularidades. Normani, por exemplo, nesse show especificamente foi a que teve mais destaque no palco mas em nenhum momento isso fica desconfortável ou de aparência pedante. O sorriso da finalista do Dancing With The Stars conquista qualquer um da plateia.

Entitulada PSA Tourpublic service announcement em inglês, as meninas estavam ali para anunciar um novo álbum. Dentre as 18 músicas do setlist, 10 eram do álbum autointitulado. O projeto que foi lançado há um pouco mais de um mês já não parece mais novo na boca dos fãs. Um fato surpreendente foi que o coro das faixas do álbum era tão alto quanto o de hits mundiais como ‘Worth It’ e ‘Work From Home’.

De maioria fã adolescente, o Fifth Harmony é um grupo que sabe como conquistar seu público. Com um show simples que contava com um telão, uma escada e as meninas, a falta de dançarinos e efeitos especiais não foi tão notável. Posso afirmar com toda certeza que o único momento em que as meninas pecaram foi durante a nova faixa ‘Lonely Night’. Durante essa apresentação, as meninas convidavam o que deveria ser um fã ao palco para uma lap dance (dança sensual na cadeira). Nesse momento, o escolhido foi alguém que não parecia curtir as meninas tanto assim. A pessoa que não sabia cantar a música e mal olhava para as meninas enquanto elas dançavam na sua frente. Poderia até dizer que era medo do fanatismo brasileiro, mas durante os outros shows da PSA Tour aconteceu o mesmo. Elas escolheram alguém que parecia ser de sua equipe ou algo armado. Por que não aproveitar essa paixão brasileira para brincar com o fogo e o sentimento dos fãs? Qualquer artista gostaria. De qualquer forma, Dinah, Normani, Ally e Lauren transmitiam a união no palco, e o entrosamento das integrantes entre si mostrava que elas estavam felizes por estarem ali como um grupo. O que era um pouco diferente com a presença de Camila Cabello. Embora a harmonia entre o grupo esteja muito maior, em algumas (raras) partes ainda é gritante a falta que Camila faz. Em versos de ‘Work From Home’, por exemplo, o próprio público fazia os agudos de Cabello. Em outros momentos, que foi a maioria do show, Ally substituía perfeitamente sua ex-colega de grupo. É perceptível no Twitter que os harmonizers são uma das fã bases mais fiéis que existe. Ao vivo, isso ficou ainda mais destacado. Como todo adolescente torce por amores pelos seus ídolos, essa fã base acredita fervorosamente no amor entre as meninas. Depois de muitas polêmicas criadas a partir das fan fics criadas para “Camren” (o casal que nunca existiu, Camila Cabello e Lauren Jauregui), os fãs agora investem no “Norminah” (Normani Kordei com Dinah Jane). As duas, que estavam no palco como amigas, interagindo com o público, foram bombardeadas de um coro ensurdecedor de “Norminah”. O ato pode parecer um pouco invasivo, mas é amor de fã, é inexplicável. A gente entende.

Por falar em fã, posso dizer que senti uma grande diferença ao ver as meninas ao vivo. As acompanho desde o X-Factor, então sempre fui acostumado à assistir apresentações filmadas, e com isso enxergava todos os erros milimétricos. Ao vivo, a emoção é muito maior, e se alguém erra fica imperceptível. Fiquei completamente hipnotizado pelas quatro. Durante muitas partes não sabia para quem olhar. Lauren com seu jeito e olhar sedutores e voz mais grave. Dinah com seu jeitinho Beyoncé de se comportar no palco. Normani com sua simpatia e passos de dança de alto nível. Ally com sua voz imbatível e sua fofura de mascote do time (embora seja a mais velha entre elas).

O show do Fifth Harmony ainda tem o que evoluir mas a gente sabe quando o artista é bom quando ele segura o público por mais de uma hora e meia com pouca produção. As vozes afinadas, as danças ensaiadas e o entrosamento no ponto superaram qualquer super-produção de astro pop. Que venham as próximas Eras, porque essas “mulherões da p#rra” ainda têm uma estrada promissora.

Por Alexandre Levy


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