O Imprensa do Rock participou da coletiva de imprensa do lendário Marky Ramone, que aconteceu na loja Cavalera e teve a participação do Felipe Machado (Viper), como tradutor, em São Paulo.
Marky Ramone foi muito simpático com os jornalistas e fotógrafos presentes. Sempre fazendo brincadeiras e gestos, o músico respondeu perguntas a respeito do seu novo livro (principal responsável pelo seu retorno à capital), mostrou suas técnicas de bateria, falou sobre passagem pelo Misfits (dando uma leve risadinha irônica sobre a pergunta) e da escolha de Dinho Ouro Preto como convidado nas gravações do EP e muito mais.
Marky Ramone, além das muitas novidades sobre seu livro, gravará um EP cover de seis músicas tendo convidados especiais:
“Acabei pegando algumas músicas de quando era mais novo e decidimos fazer esse projeto para um evento beneficente, para quem possui esclerose múltipla, e este projeto não tem uma data para acabar. Estou pegando vários vocalistas, de vários lugares do mundo. No Brasil, pegamos o Dinho Ouro Preto (Capital Inicial), na Argentina, pegamos um músico local e pretendo também ir para os Estados Unidos, escolher outra formação para dar sequência ao projeto e que possam ter essa chance de participar.”
Sobre manter as versões originais das músicas ou fazer alterações, Marky disse:
“Pegamos as músicas e também incrementamos um pouco do nosso estilo, fazemos uma leve mistura, dando um toque de Ramones, mais punk, e a gente “remoneia” (risos) as músicas.” E completa: “Vocês deram risada do nosso vocabulário, eu até tentei cantar algumas músicas, mas a maioria só ficava boa mesmo era na hora do banho, cantando em baixo do chuveiro”.
Durante a coletiva, Marky diz que também fará uma homenagem aos The Beatles com um cover neste EP e contou sobre a influência dos Beatles no Ramones.
“Eu acho os Beatles a melhor banda de todos os tempos e foi uma influência muito grande tanto para mim, como para o Joey [Ramone] e pro Tobby [Ramone]. Achamos que no final, o The Beatles possui uma melodia que se assemelha muito com os Ramones, quando você acelera numa velocidade mais ao nosso estilo, em termos de melodia. Pedimos autorização para o Paul McCartney e ele claramente topou, mas tivemos que pagar os direitos autorais (risos).”
Sobre o porquê da escolha do cantor Dinho Ouro Preto, para gravar com ele, Marky respondeu:
“Todos os vocalistas e instrumentistas precisam ter um estilo próprio, que bata com o meu e que consiga cantar as músicas, já que umas são mais fáceis e outras são mais difíceis, mas estou muito feliz com a presença do Dinho e ele foi um dos que tem esse estilo próprio e presença certeira no vocal.”
Marky falou, ainda, sobre o que gostaria de dizer aos integrantes da banda que já se foram, se pudesse um dia encontrá-los:
“É uma coisa que não dá mais para acontecer, mas seria ‘como é bom vê-lo novamente'”, e completa: “Eu era muito amigo do Dee Dee e do Tommy, mas sobre o Joey fico muito triste de ele não poder ver o tamanho que virou a marca, o legado do Ramones. Então, acabo ficando meio ressentindo com todas essas coisas e espero que em algum dia, no futuro, a cura seja definitivamente encontrada.”
Outras questões respondidas por Marky foram sobre possíveis comemorações dos 40 anos dos Ramones e a canção que gravou com Dinho Ouro Preto foi a “Concrete and Clay”, do grupo Unit 4 + 2. Durante a coletiva, Marky Ramone também mostrou sua técnica usada nas aprendizagens, tanto nas antigas como nas novas músicas, em cima da mesa e com baquetas cedidas pela produção.
Sobre a passagem de Marky Ramone em São Paulo, ele realizou um pocket show, na quarta (27), em comemoração aos seis meses do programa “MRossi Rockshow”, da Rádio Rock. A festa, somente para convidados, aconteceu no Johnnie Wash (SP).
A banda que acompanhou o Ramone na apresentação foi composta por nada mais, nada menos, que Supla, João Gordo, Mingau, Felipe Machado, Fabiano Carelli, Dinho Ouro Preto e outros.
Por Imprensa do Rock
