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MOVIMENTOS


Uma impressionante coleção de fotos revela a emoção no palco e nos bastidores da mais tradicional casa de espetáculos do país: Theatro Municipal do Rio de Janeiro

Uma coletânea rara de imagens dos artistas do Theatro Municipal do Rio de Janeiro

No mesmo ano em que reabre suas portas após a maior reforma já realizada em seu prédio centenário, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, vinculado à Secretaria de Estado de Cultura, ganha um minucioso trabalho fotográfico transformado em livro que registra não suas renovadas estruturas mas aqueles que construíram sua história. Assinado pelos fotógrafos Adriana Lins e Henrique Pontual (AH!Fotografia), Movimentos chega às livrarias em dezembro com uma coletânea rara de imagens dos artistas do Theatro Municipal. São fotos de bailarinos, cantores, músicos, maestros, coreógrafos, diretores, maquinistas, ascensoristas, camareiras, em momentos de palco ou bastidores. AdrianaHenrique freqüentaram o teatro durante dois anos, de 2007 a 2009, para desenvolver esse amplo projeto autoral de fotografia. Tempo em que acompanharam oito espetáculos e seus bastidores clicando flagrantes e também momentos pacientemente esperados, contabilizando ao todo 20 mil fotos, mais tarde editadas em 400 imagens distribuídas por 208 páginas. Seu lançamento será no dia primeiro de dezembro, a partir das 19h, no salão Assyrio do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

A idéia de desvendar ao público os bastidores e dar rosto a todos os que se dedicam diariamente ao Municipal encantou Carla Camurati, presidente da Fundação Theatro Municipal, que encampou o projeto: “A confecção de um livro estava na pauta das comemorações do centenário do Theatro. Achei que era uma bela maneira de abordar a história do TM. A de registrar a vida que existe aqui e que fica oculta aos freqüentadores”.

Logo nas primeiras páginas, após a apresentação de Carla Camurati, o livro traz um poético texto de Eliana Caminada, bailarina, escritora e professora, que construiu uma longa carreira no corpo de baile do Theatro Municipal, e dançou  ao lado de bailarinos como Fernando Bujones, Gregory  Ismailov e Aldo Lotufo, entre outros.  Eliana hoje é também professora de História da Dança e Técnica de Ballet Clássico no Centro Universitário da Cidade.

Durante o delicado trabalho de captação das imagens para o livro MovimentosHenrique Pontualchegou a confeccionar um iglu, com isolamento acústico, em tecido preto, com uma abertura apenas para a lente da máquina, que lhe permitiu instalar-se em locais como o fosso da orquestra, a platéia ou no próprio palco doTheatro Municipal, sem ser notado. Adriana Lins penetrou nos camarins e registrou os artistas, por exemplo, em momentos de descontração ou de  cansaço, enquanto preparavam-se para entrar em cena,  ou no retorno das apresentações nos bastidores. Um privilégio para os dois profissionais.

Theatro Municipal do Rio é um dos últimos do mundo que têm os três corpos artísticos. A orquestra interagindo com o coro e os dois com o balé  proporciona uma dinâmica muito rica. Acredito que nunca tenha havido um registro tão intenso desse universo. Esse trabalho não tem nenhuma imagem da casa, não tem prédio, não tem escadaria, porque o foco era o humano, o  esforço diário desses artistas e desses trabalhadores. Registramos as pessoas sorrindo, ou tristes, e até o instante da bailarina com câimbras, tomada pela dor,  depois do fechamento das cortinas. Foram cerca de 20 mil fotos, em dois anos de captação, mas, na verdade,  já vínhamos trabalhando no projeto há um ano. Mais um ano na seleção, curadoria, projeto gráfico e impressão. Ao todo são quatro anos de envolvimento. Comenta Henrique.

A concepção editorial de Movimentos é também dos dois fotógrafos, e, para Adriana, isto aumentou ainda mais o envolvimento dos dois profissionais com o livro, permitindo-lhes o  domínio sobre todas as fases da realização, desde o projeto gráfico, em parceria com Guto Lins, seleção das fotos, produção gráfica, até à impressão.

– O fotógrafo faz as fotos, e nem sempre fica satisfeito com a publicação. Nesse trabalho, a mensagem que gostaríamos de passar aconteceu! E para o designer, “costurar” o projeto gráfico com fotos de sua autoria, lhe dá muito mais liberdade e propriedade nas escolhas. Nos meses de diagramação, víamos os fotografados por tantas vezes que estávamos ficando íntimos! A Leila, camareira; a Marieta, que recebe o público no Balcão Nobre; a moça que vende balas na entrada, e muitos outros. Tudo foi feito com extremo cuidado. Para fotografar nos camarins das bailarinas, por exemplo, eu queria ser invisível, que a minha máquina fizesse nenhum barulho pra não incomodar, não atrapalhar em nada o movimento delas, com a rapidez das trocas de roupas e maquiagens. No final, as pessoas já estavam descontraídas e ambientadas com a nossa presença, posando para as nossas câmeras. Henrique e eu nos completamos, pois meu estilo é mais espontâneo, formado pelo trabalho nos bastidores do  cinema;  já a característica dele é a da captação mais exigente e estudada, que vem da sua experiência de fotógrafo de publicidade, de estúdio. Somos amigos há quase 30 anos. Observa Adriana.

Como curadora artística para os registros fotográficos referentes ao balé, o livro contou com mais uma bailarina do Theatro Municipal, Norma Pinna, que já foi solista, primeira bailarina, e está entrando agora em nova fase, como ensaiadora e professora de balé:

Trabalhei com cerca de mil e quinhentas fotografias (após a primeira triagem dos fotógrafos) e me vi desfolhando essa vivência com o balé  pelo lado da câmera! Do ponto de vista técnico, tive que selecionar as fotos em que o corpo de baile estivesse corretamente posicionado. Ver o grupo através das fotos despertou em mim o entusiasmo e a alegria dos meus amigos. Na cena, ao vivo, você vê a emoção uma única vez. Na fotografia o momento fica. Percebemos todos os detalhes. Explica Norma.

Além do seu valor artístico, da sofisticação técnica e apurada sensibilidade, Movimentos é um livro que documenta o sentimento e o esforço de várias pessoas que construíram uma história dentro do Theatro Municipal e que são parte da história da própria arte no Brasil – como as bailarinas Ana BotafogoCecilia Kerche, e os maestros  Henrique MorelembaumRoberto Minczuk – para citar apenas alguns dos nomes retratados.

Ana Botafogo comemora o lançamento e fala da importância deste trabalho artístico e documental. Para o livro, ela foi fotografada no balé Giselle e na ópera Os Sete Pecados Capitais, ambos em 2008, pouco antes do início da reforma da sala de espetáculos do Municipal:

“Um livro que fala de pessoas, seus movimentos e suas emoções, tenho certeza, mexerá com todos nós artistas e público em geral. Foi uma alegria saber queHenriqueAdriana preservaram com sua arte um instante da minha arte, para que futuras gerações possam usufruir deste momento. Um livro de qualidade, criativo e de extremo bom gosto: arte resultando em arte”.

Visão semelhante é a da bailarina Cecilia Kerche, que destaca a forma poética das imagens  clicadas durante o balé O Quebra Nozes, em  2007:

“É um momento de grande sensibilidade do fotógrafo que pôde capturar num instante toda a beleza da cena e perpetuá-la singelamente”.

Ana Botafogo – Ballet Giselle
Maestro Roberto Minczuk – Ensaio – Palco
Cecília Kerche, Vitor Luiz – Ballet O Quebra Nozes

Os Autores

Henrique Pontual é pernambucano e vem atuando há cerca de quinze anos no mercado publicitário em estados como São Paulo, Pernambuco e Rio de Janeiro. Em 2007 realizou a exposição “Máscaras Venezianas”, um paralelo entre os carnavais de Veneza e Recife, com fotografias de sua autoria, no Centro Cultural Justiça Federal, na Villa Riso e no projeto Santa Teresa de Portas Abertas, no Rio de Janeiro. Um de seus últimos trabalhos como fotógrafo é o livro “Rua Larga”, que resultou também em exposição no Rio, integrando um projeto cultural patrocinado pela Light e Secretaria de Estado de Cultura que visa a preservação do Centro da cidade.

Adriana Lins é carioca atuando há mais de quinze anos como fotógrafa e designer, principalmente para a indústria fonográfica e para o mercado editorial. Já teve seu portfólio presente em diversas  revistas especializadas em fotografia e design, destacando-se “Design Gráfico”, “Projeto”, “Big Brasil”, “Fotografe Melhor”, e “O Livro da Gráfica, a Gráfica do Livro”. Foi três vezes premiada pela ADG, Associação de Designers Gráficos. Trabalhou em sets de cinema e em criação e montagem de exposições.

O livro Movimentos tem 208 páginas, com um total de 400 fotografias. Vem com uma bela luva – tendo imagem diferente da capa do livro – no formato de 35 cm de altura por 23 cm de largura, em papel couchê fosco 170 gramas. Foi impresso pela gráfica FacForm, com tiragem de 3 mil exemplares, e estará em livrarias de todo o Brasil logo após o lançamento no Rio de Janeiro, em primeiro de dezembro de 2010.

Ficha Técnica

Idealização e Concepção Editorial: Adriana Lins e Henrique Pontual
Organização: Henrique Pontual
Produção executiva: Julio Augusto Zucca
Fotografias: Adriana Lins e Henrique Pontual / Ah!Fotografia
Texto: Eliana Caminada
Curadoria Artística: Norma Pinna
Capa e Projeto Gráfico: Adriana Lins e Guto Lins / Manifesto Design
Produção: Ah!Fotografia e Zucca Produções
Produção Gráfica: Henrique Pontual
Tratamento de imagem: Ah!Fotografia e Facform
Realização: Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Impresso no Brasil por: Facform

Lançamento

Data: 1° de dezembro de 2010 (quarta-feira)
Horário: A partir das 19h
Local: Salão Assyrio do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.


A MIDIORAMA é responsável somente pela ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO deste evento, não tendo qualquer envolvimento ou responsabilidade sobre a produção, organização, venda de ingressos, agenda ou programação.


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