zoom

Barão Vermelho emociona fãs e resgata hits no Rio de Janeiro


#BarãoPraSempre! A hashtag que dá nome a turnê do Barão Vermelho já diz muito… Vem saber porque!

Em uma noite de pré-Carnaval repleta de eventos no Rio de Janeiro, em 27 de janeiro, Rodrigo Suricato agradeceu para um Circo Voador cheio: “Obrigado por escolherem virem até aqui”. De fato, o sucessor de Frejat no Barão Vermelho presenciou uma plateia efervescente, que vibrou na mesma frequência energética de uma das mais prestigiadas bandas de rock do Brasil, desde 1981 até hoje.

A questão é que o Barão Vermelho, mesmo sem Cazuza e sem Frejat, sabe usufruir de seus antigos hits. A formação original, composta pelo guitarrista Fernando Magalhães, pelo baterista Guto Goffi e pelo tecladista Maurício Barros, mostrou-se extremamente empolgada e conectada com o diversificado público, que contava com uma galera que ia desde jovens com camisetas da banda norte-americana System Of A Down até pessoas de mais idade com tatuagens em homenagem a Cazuza. Outros pontos que colaboraram a levantar ainda mais os presentes foram as caras e bocas de Fernando, que fazia questão de posar para as várias câmeras dos fãs e de distribuir bitocas na bochecha de seus colegas de banda, e o sorriso contagiante do baixista Márcio Alencar, que está acompanhando a banda desde o final do ano passado, com a saída de Rodrigo Santos – e, em pouquíssimo tempo, mostrou muito entrosamento e uma alegria nítida do início ao fim.

Bar+úo-Vermelho_Tuiki-Borges-50
Crédito: Tuiki Borges

Mas a grande questão era: como o fiel público do grupo iria receber o sucessor de Frejat, especialmente na casa de shows onde se iniciou a trajetória da banda? Rodrigo Suricato, que assume os vocais do Barão desde o início de 2017 – e integrante da banda Suricato -, começou a apresentação de óculos escuros, um pouco mais tímido; mas depois de falar com a plateia, logo antes da apresentação de “Bete Balanço”, o cantor se sentiu mais à vontade e mostrou sua potência vocal alinhada aos instrumentos que o acompanhavam. Humilde, Suricato agradeceu por diversas vezes à banda pelo convite e pela confiança em seu trabalho – especialmente a Maurício Barros, que lhe fez o convite -, e assistiu, emocionado, aos gigantes do rock brasileiro devolver o agradecimento de forma carinhosa. A recepção do público também foi majestosa; até mesmo os mais fanáticos por Cazuza reconheceram o bom desempenho de Suricato e se contagiaram pelo conjunto harmonioso da noite, ovacionando-o. Nas redes sociais da banda, não faltam elogios ao novo vocalista do grupo.

Bar+úo-Vermelho_Tuiki-Borges-26
Crédito: Tuiki Borges

Num belo passeio pela recheada discografia da banda, o Barão começou o espetáculo à meia-noite com uma sequência arrebatadora: “Pense e Dance”, “Ponto Fraco” e “Carne de Pescoço” deram o tom inicial da apresentação, repleto de energia por parte da banda e do público, seguida pela clássica “Bete Balanço”. Depois de tocar “Eclipse Oculto”, de Caetano Veloso, “Eu Queria ter uma Bomba” e “Meus Bons Amigos”, uma surpresa: Suricato anunciou que eles iriam tocar “um presente” de Renato Russo. “Bumerangue Blues”, escrita pelo lendário cantor e gravada pela banda em 1986, para o álbum “Declare Guerra”, ecoou pelas caixas de som do Circo Voador – vale lembrar que a música é o tema de abertura da atual novela das 9 da Rede Globo. “Amor, Meu Grande Amor” e “Down em Mim” trouxeram um ar mais emotivo ao show, seguido pelo violão de Suricato em “Tão Longe de Tudo” e pela famosíssima “Por Você”, cantada a plenos pulmões pelos fãs do grupo; e que contou com vários nomes femininos pipocando no telão.

Bar+úo-Vermelho_Tuiki-Borges-92
Crédito: Tuiki Borges

Aliás, vale um parágrafo para destacar o palco. Dois painéis de LED inseridos nas laterais coloriram a apresentação do início ao fim, principalmente em tons de vermelho – marca registrada da banda -. Um grande telão ficou posicionado atrás dos integrantes, e circulou imagens que iam desde a logo do grupo até fotos de outrora, com destaque ao percussionista Peninha, um dos membros fundadores do grupo que faleceu em 2016.

Bar+úo-Vermelho_Tuiki-Borges-55
Crédito: Tuiki Borges

A apresentação seguiu com Maurício assumindo os vocais das faixas “Porque a Gente é Assim” – um clássico do grupo – e “Cuidado”, voltando para Suricato em “Malandragem Dá um Tempo”, de Bezerra da Silva, e “Declare Guerra”, que dá o nome do álbum de 1986. Logo depois, veio uma explosão de sucessos, um atrás do outro: “Brasil”, “Puro Êxtase”, “Exagerado” e “Maior Abandonado” foram imensamente entoadas e aplaudidas pelo público, que já se preparava para o fim da noite. O bis ficou por conta de “O Poeta Está Vivo”, “O Tempo Não Para” e, por fim, “Pro Dia Nascer Feliz”, que sempre encerra as apresentações do Barão com chave de ouro. Com muita alegria, a banda agradeceu à plateia pela recepção extremamente calorosa e mandou avisar: vai ter disco novo, depois de 14 anos – o último foi “Barão Vermelho”, de 2004. A hashtag que dá nome à turnê, #BarãoPraSempre, nunca fez tanto sentido e realça o destaque e a presença de um dos maiores grupos de rock brasileiro, que, mesmo com desfalques de sua formação original, reinventou-se dentro de seus antigos hits e continua mais vivo do que nunca.

Por Luciana Lino para Midiorama
Crédito foto destacada: Tuiki Borges


Deixe seu comentário


Envie sua matéria


Anexar imagem de destaque