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Somos Tropicália: 50 anos do movimento


Para comemorar os 50 anos da Tropicália, série de encontros poético-musicais acontecerão ao longo de 2017

Nos dias 17 de fevereiro (sexta-feira) e 23 de fevereiro (quinta-feira), começa o ciclo de encontros “Somos Tropicália – 50 anos do movimento”, no Gabinete de Leitura Guilherme Araújo. Em homenagem aos 50 anos do Tropicalismo: as surpreendentes e eletrificadas apresentações de Caetano Veloso e Gilberto Gil no Festival da TV Record em 1967 são consideradas o marco inicial do movimento, que se consolidou com a gravação de “Tropicália Ou Panis Et Circenses”, álbum-manifesto lançado no ano seguinte.

Para este mês de fevereiro, o projeto tem o imenso prazer de ter como participantes o grande poeta e agitador cultural Jorge Salomão, a cantora Ana Cláudia Lomelino (Mãeana + banda Tono) e o músico e compositor Bem Gil (filho e músico de Gilberto Gil, e guitarrista e compositor da banda Tono).

Até dezembro serão programados encontros poético-musicais que ressaltam a importância do tropicalismo na música popular brasileira, com influências que reverberam até hoje no cenário do cancioneiro contemporâneo. As noites vão misturar leituras de poemas e participações musicais em releituras do repertório tropicalista por artistas e poetas – entre novos e consagrados – que de alguma forma ecoam o movimento em seus trabalhos e carreiras.

Os encontros ocorrerão, justamente, no primeiro andar da casa onde morou o irreverente e festivo Guilherme Araújo, célebre empresário e produtor musical dos baianos no final da década de 60, considerado uma espécie de co-criador do Tropicalismo. Por vontade do próprio Guilherme, após sua morte a casa foi transformada em gabinete de leitura, funcionando também como centro cultural. O projeto, sob coordenação e curadoria do jornalista Rafael Millon e do poeta Paulo Sabino (também jornalista), é produzido em parceria com o Gabinete de Leitura.

Tropicália e o Gabinete de Leitura

As impactantes apresentações de Caetano Veloso defendendo a música “Alegria, alegria”, e de Gilberto Gil com “Domingo no Parque” no Festival da TV Record de 1967, em plena ditadura militar, romperam com os padrões da época e abriram as portas da mídia nacional para um novo movimento estético-musical que revolucionou e reposicionou a cultura brasileira no final dos anos 60. A incorporação de elementos da cultura de massa internacional misturadas a referências culturais nacionais, somadas à sofisticação musical característica nossa, fascinou o público de todo o país e ganhou a adesão de diversos artistas, transformando a cultura brasileira a partir do novo patamar criativo-comportamental proposto pelo grupo. Liderado por Caetano e Gilberto Gil, e tendo Gal como eterna grande musa, o tropicalismo seguiu pela década seguinte adentro e agora completa 50 anos em 2017.

Por trás disso tudo estava Guilherme Araújo, o visionário empresário e produtor musical dos três baianos à época, conduzindo-os com enorme sucesso neste protagonismo ao produzir suas apresentações, turnês e álbuns, unindo-os também a novos artistas. No caminho aberto por eles logo em seguida surgiriam nomes como os de Tom Zé, Mutantes, Novos Baianos, Ney Matogrosso, A Cor do Som, e tantos outros que combatiam a caretice e a sisudez do período para darem lugar à irreverência, à liberdade e à diversidade nos modos e viver e criar.

A presença e a influência de Guilherme nos bastidores da Tropicália foram decisivas, e por isso o Gabinete de Leitura organizará, ao longo de 2017, uma série de eventos que celebram o tropicalismo. Serão realizados shows, saraus, leituras e montagens de peças com participações de artistas ligados ao movimento na época e também de novos talentos que nele se inspiram e/ou que possuem espírito criativo semelhante.

De maneira informal, o Gabinete de Leitura Guilherme Araújo, localizado na casa onde morou o célebre empresário, deu início a essas comemorações nos dias 26 de janeiro e 02 de fevereiro, com as apresentações da cantora e compositora Georgeana Bonow, que dividiu ambas as noites com o poeta, letrista e filósofo Antônio Cícero.

Por ZIMEL


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